terça-feira, 30 de novembro de 2010

O jardim secreto.

Semana passada, quando estava trabalhando no cardápio da festa de ontem, a chefinha veio até mim e disse que era um absurdo uma pessoa da minha idade ficar responsável por organizar um jantar tão importante e ela, que tinha mais idade e mais experiência de vida já tinha assumido a tarefa, falado com um buffet super chique e tudo pronto: o cardápio era rondele. Pra completar, a mesma chefinha que acha rondele chique me informou que eu não participaria do jantar. Estaria presente, mas minha função seria ajudar o pessoal do buffet. Ou seja, sem lugar à mesa para mim.

Ontem, cheguei ao lugar da festa, recebi o pessoal da decoração, da montagem e mais uma porrada de coisas. Dai a equipe do meu trabalho chegou, os convidados da empresa com a qual eu comecei o negócio que comemorávamos chegaram e o buffet soltou os rondeles todos tortos num molho aguado. Não quis nem saber. Tava de saco cheio de tudo. Principalmente por causa da minha dieta, porque não podia nem comer a massa, nem tomar uma dose de alguma coisa forte pra esfriar a cabeça.

Encontrei um pequeno jardinzinho com um banco de praça e o transformei em esconderijo. Não queria ver ninguém. Daí, peguei um prato e tirei da minha mochila um pote cheio de uma bela duma salada, que fiz com o que sobrou da minha sessão de psicologia de domingo com mais alguns ingredientes super vingativos e nem tão regimáticos. Mesmo se não estivesse de dieta, acho que me recusaria a comer o prato que oferecíamos para nossos convidados. Birra mesmo. Admito. Lá pela terceira garfada, apareceu em meu reduto a Paula, moça muito bacana, da empresa convidada, quem primeiro ouviu meu projeto e o levou a seu chefe, o que resultou no negócio fechado e no jantar de comemoração propriamente dito.

Depois dela perguntar o que eu fazia naquele lugar ermo, contei a verdade. Daí, conversa vai, conversa vem e ela, que decididamente não precisa de dieta, acabou pegando um prato e se servindo do meu pote de salada, depois de deixar escapar que a massa que oferecíamos estava terrível. E, de repente, quem aparece procurando a Paula? Sim, o chefão. Dela. Mas, ao encontrar sua funcionária, não disse nada, porque seus olhos grudaram em nossa refeição alternativa. Instantes depois ele voltava do salão com um prato, que encheu com gosto com a salada do meu pote. Ainda bem que, por birra e vingança, tinha levado uma quantidade absurda. Foi uma conversa curta mas muito boa, e agora, pelo menos, também o chefão alheio sabe de quem veio a ideia do projeto no qual ele está investindo.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O dia da festança

Não sei se alguém leu o post "Festança", mas hoje é o dia da festa. Não dá pra escrever muito porque está uma correria danada por aqui. Amanhã conto com calma o que aconteceu.

domingo, 28 de novembro de 2010

Tirando a barriga da miséria.

Vocês já ouviram falar em psicologia reversa? Acho que a melhor maneira de explicar é com um exemplo. Sabe quando a criança fica falando repetitivamente para mãe algo do tipo “eu quero nadar no laguinho, mãe, eu quero nadar no laguinho, mas poxa mãe, eu quero nadar no laguinho”? E a mãe, olhando aquela fonte na frente do prédio de escritórios, que, além de ter água suja, não foi feita pra nadar e olhando também para o filho, todo vestidinho para a igreja, fala, já de saco muito cheio: “ta bom, vai nadar nesse maldito desse laguinho”? Bom, isso é a psicologia reversa, porque a criança vai desistir de nadar. Pelo menos uma criança normal.

Tava pensando e percebi que tenho tentado me convencer a me deixar comer o tempo todo. Então, pra aproveitar o domingão, decidi usar essa tal de psicologia comigo. “Quer comer seu poço de banha? Então vai lá, come!”. Sim, isso quer dizer que hoje é um dia que vou passar o tempo todo comendo. Decidi isso assim que acordei, e a primeira coisa que fiz foi ir ao supermercado e comprar provisões. Comprei um monte de salada e legumes. Perdi bem umas duas horas lavando todas aquelas folhas, descascando as cenouras e os rabanetes e cortando em palitinhos os pepino, os nabo e os pimentões.

Todos os horários de lanchinhos e refeições, hoje, foram abolidos. O limite máximo de calorias também não será observado durante esse domingo. Porém, a única coisa que posso comer são as folhas e os legumes e a fruta (tomate) que comprei.

E não é que a danada da psicologia reversa funciona mesmo! Depois de me auto encher inúmeras e incontáveis vezes com a frase “quero comer”, agora posso comer a hora que quiser e adivinhem só? Não quero mais comer! É tipo um milagre! E não estou com fome! Pra falar a verdade, na primeira meia hora comi tanta salada que meu estomago está até se vingando de mim com um princípio de dor e enjôo, mas tudo bem porque é a primeira vez desde que comecei a dieta que não sinto nem fome nem gula!

sábado, 27 de novembro de 2010

Minha doce vida sem feijão.

Como eu queria que todos os dias fossem sábado. Dia de ficar de papo pro ar sem fazer nada, recuperando as energias gastas durante a semana. Como eu queria que todos os dias fossem sábado. Dia de sair com os amigos, ir a lugares divertidos, fazer coisas diferentes. Como eu queria que todos os dias fossem sábado. Dia de feijoada... Espera aí! Isso não é bom. Pois é, foi o que eu pensei quando eu votei em salada para o almoço e o resto dos meus amigos que estavam comigo na saída de uma exposição votaram em feijão.

Lá fomos nós, para um restaurante daqueles que você passa com o prato e vai enchendo de carne de porco, gordura e coisas fritas sem nem ao menos prestar atenção. Eu ia procurar a definição de tortura no dicionário pra mostrar aqui como me senti, mas concluí que seria uma redundância. Digo, quem nunca passou por essa situação!? Bom, é possível imaginar o resultado não? Pois é, o resultado foi que eu paguei extremamente caro por um bocado de laranja, um pouco de farinha e couve sem bacon.

E olha que não foi fácil comer a couve sem bacon. Não apenas psicologicamente, mas o garçom achou uma pílula difícil de engolir que eu não comia bacon. Sua expressão claramente indicava sua descrença de que alguém do meu tamanho não queria comer barriga de porco defumada. Ou melhor, acho que ele não acreditava que alguém pudesse chegar ao meu tamanho sem uma cota diária regular do artigo. Mas depois de uma pequena mentirinha sobre uma espécie rara de alergia, ele acabou quebrando essa pra mim e trazendo uma couve especial da cozinha. Mais que isso, penalizado pelo tamanho do meu prato, acabou cobrando apenas meio preço. Sabe, aquele para crianças de até 12 anos? E mesmo assim, paguei uma fortuna pelo meu almoço.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Cadê o meu quilo que estava aqui?

Ontem foi dia de pesagem e, quando subi na balança, depois de todo aquele drama habitual e medo de olhar pra baixo, tive uma agradável surpresa. Continuo dentro da minha meta semanal. Meu peso, hoje, 0,0815 toneladas. Ou seja, perdi mais ou menos 10 oz (onças). E, de fato, me sinto mais leve com esse quilo perdido. E não é só fisicamente não, também rola uma leveza espiritual. Como se minha alma também perdesse peso. Vai ver é isso mesmo.

Mas essa dieta tem me induzido a certas reflexões. Outro dia estava pensando na famosa frase que dizem por aí, ´´O que é o crime de assaltar um banco quando comparado com o crime de fundar um banco``? É engraçado isso, porque fico o tempo todo me preocupando com o que posso comer e o que não posso e resistindo a tentações quando, talvez, devesse apenas me conter na hora de fazer compras. Afinal de contas, o que é o crime de assaltar a geladeira quando comparado com o crime de encher a geladeira? E realmente, supermercado é complicado. Não tenho o hábito de fazer listas de compras ou programar o que vou comer e daí, muito provavelmente por medo de ficar com fome, acabo comprando um monte de coisas. Não preciso dizer que a grande maioria dessas coisas engordam e são desnecessárias. Pois é, não é fácil. Mas, por enquanto, ta dando certo.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Meus queridos estagiários.

Hoje meu dia profissional começou um pouco diferente. Quando cheguei ao escritório, estavam falando que os novos estagiários seriam entrevistados. Uns cinco minutos depois, falavam que alguém iria entrevistar os novos estagiários. Mais cinco minutos, disseram que os candidatos tinham chegado e que alguém me escalou para entrevistá-los. Dá pra acreditar? Eu vou ganhar um estagiário? Não! Minha vida vai melhorar de alguma forma com novos estagiários no pedaço? Não! Então porque raios eu que tenho que entrevistar eles?

Meu humor não estava em sua melhor forma quando entrei na salinha pequena cheia de cadeiras com aquelas mesinhas grudadas, como no colégio, e cheio de gente muito mais arrumada do que o necessário sentadas nelas. Depois de uma troca de amenidades, peguei a pilha de currículos, fingi que dei uma lida e comecei a perguntar quem era quem, onde estudavam, o que faziam e... sei lá, um monte de coisas.

Era a primeira vez que estava do lado de cá de uma entrevista e não sabia muito bem o que perguntar. Mas achei que seria bem rápido. Não foi. Tinha mais gente do que imaginava e não tinha a menor ideia de como ia escolher alguém. Além disso, achava totalmente injusto com eles que eu tivesse que entrevistar, porque acabaria contratando o mais simpático. E assim foi, perguntas e respostas (acho que a maioria das respostas não eram lá muito sinceras) até que começou a chegar próximo das 9 horas. E sabe o que acontece todos os dias às 9 horas? É hora do meu lanche. E eu, mais uma vez, sem comida.

E daí eu cometi o erro. Deixei transparecer que estava com fome. Não tenho certeza de como eles perceberam, mas acho que foi quando eu disse “nossa, que fome”. Pareceu sorte quando um dos candidatos tirou do bolso do paletó um pacotinho de bolachas e me ofereceu. Mas foi um baita dum azar. Vi no rosto de todos os outros candidatos uma expressão de desespero e suas reações imediatas foi começar a procurar nos bolsos e bolsas toda espécie de comida que tinham. Como se me dar comida fosse aumentar suas chances de conseguir uma vaga! Fiquei numa sinuca porque, se comesse tudo, quebraria a dieta. Se escolhesse apenas alguma coisa, eles achariam que estava vendendo a vaga por comida. Problemão. Mas a gota d’água foi quando uma menina depositou na mesa uma barra de chocolate. Desesperei. Levantei, mandei todo mundo pegar suas comidas de volta e saí da sala. Fui direto falar com a chefona, dizendo que tinha gostado de todos, não conseguia escolher um e como o estagiário seria dela, então ela que escolhesse aquele que mais lhe apetecesse. E fui pra minha mesa comer meu próprio lanchinho.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

As dores do final de ano

Eu não tinha ideia de como meus joelhos são importantes para mim. Sempre gostei de ter eles, no sentido de que era melhor do que não ter, mas como nunca tinham sofrido nenhum tipo de machucado mais profundo que uma ralada, então nunca valorizei muito sua presença. Mas depois da minha idiotice ou talvez estupidez com a porta do forno as coisas mudaram drasticamente. Ta super difícil de andar, a perna dói e o joelho não dobra direito.

Isso não quer dizer que desisti da caminhada para o trabalho. Vou bem mais devagar, mas ainda vou. E tem um pessoal na rua me olhando muito estranho porque de vez em quando, naquelas horas que a dor aperta mesmo, dou um gritos e depois tento disfarçar e faço como se nada tivesse acontecido. Talvez devesse explicar para os outros pedestres qual o meu problema.

Bom, mudando de assunto, já que escrever não vai aliviar a dor das pernas, me livrei do panetone. Assim que entrei na sala de reunião e vi o panetone em cima da mesa torci o nariz e falei bem alto pra todo mundo ouvir e ninguém me encher o saco, ‘’mais que droga, já começaram a vender isso daí? Olha o cheiro que fica pela sala.” Funcionou, alguns olharam espantados provavelmente pensando em como podia existir uma comida que eu não gosto mas outras pessoas, mais auto interessadas, deixaram transparecer uma expressão de “melhor assim, mais pra mim”. Só que isso foi uma mentira deslavada e talvez comprometedora. Deslavada porque eu adoro panetone. Comprometedora porque talvez as pessoas não esqueçam de minha frase e, na hora de trocar presentinhos de final de ano, talvez optem por não me dar panetones. Ai ai ai. O que fui inventar. Mas talvez isso seja para o bem. Espero.

Esse papo todo de frutas cristalizadas me leva a seguinte questão. Não sei como vou lidar com o natal. A dieta continua dia 24? Vou me esconder do peru? Ou dia 24 é liberado e posso me esconder no peru? Não sei. Ainda não decidi isso. O que vocês vão fazer? Comer ou regimar?

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Um pequeno apêndice sobre meu azar.

Começou a coisa toda de natal. Acabou de chegar um pessoal aqui pruma reunião. Entraram, deram oi e decidiram dar uma saidinha pra comprar um panetone!! Vamos ver como vou me livrar dessa. Droga.

A fúria dos deuses.

Quem acredita em sinais? Pois bem, agora eu acredito. E sabe por quê? Porque ontem a noite recebi um. E um bem dolorido! Tava meio sem ter o que fazer e daí, como sempre, fiquei pensando em comida e uma vontade maior do que meu auto controle por frango assado surgiu. Mas minha mente perversa não queria apenas um frango comum, queria besuntá-lo com manteiga. Ô desgraça de gordura na cabeça. Mas não teve jeito, acabei colocando um terço de tablete em cima dele antes de ir para o forno.

Minhas justificativas foram de que a manteiga iria escorrer, de que não faria muita diferença, de que eu poderia tirar a pele no prato (a tá!) e uma longa série de vinte oito outras que me ocorreram. Todas furadas, é claro, mas no fundo acho que uma vez, um pouco de manteiga para dar uma cor na vida cinza que venho vivendo, não faria tão mal assim. Porém, existem certas forças em níveis superiores, ou inferiores, vai saber quem fez isso, que não concordaram com minha decisão e decidiram me aplicar um castigo.

E que castigo! Entrei na cozinha com uma sensação ótima de ´´oba oba, é hora do jantar``, flexionei as pernas na frente do fogão, agarrei aquele negócio que não esquenta do forno, feito para puxar e adivinhe só? Puxei. Meus olhos estavam pregados na beleza de frangão que surgia lá dentro e apenas ouvi o barulho da porta descendo pelo ar e pousando com um leve baque, bem acima dos meus joelhos. Talvez tenha demorado apenas um segundo, mas me lembro da cena com clareza. Primeiro senti o peso, depois uma leve esquentada e, quando minha mão finalmente resolveu ter um reflexo e tirar a porta de lá, já era tarde demais. Uma puta duma dor percorreu meu corpo e me fez ficar pulando de um lado pro outro na cozinha, praguejando aos berros contra quem quer que tenha sido a criatura mística que me aprontou essa. Moral da história, tenho dois riscões vermelhos lindos bem acima do joelho. Parece que implantei pernas novas.

Mas mudando de assunto, a Borboleta Azul me indicou um chá para dormir. Fui atrás mas não encontrei em lugar algum. Dado que ela mora em outro continente, talvez seja isso. To começando a achar Portugal mais legal... tem chá pra dormir e castanhas bem antes. Mas gostei da idéia e continuo procurando. Já achei um chá de um tal de cogumelo que faz viajar. Cogumelo é bom que não engorda. O problema é que acho que o chá é meio que ilegal.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Mas que roubada!

Acordar tarde no domingo sempre levanta a seguinte questão: será que vou conseguir dormir cedo ou minha semana começara com o pé esquerdo, com uma segunda feira morrendo de sono? Na dúvida, achei que seria uma boa ideia fazer algum exercício físico durante a tarde (em parte porque não tinha picas pra fazer) pra ver se conseguiria dormir num horário compatível com a hora de levantar. Além disso, exercícios não podem fazer nada além de contribuir para uma boa dieta.

Nunca me dei muito bem com salto com vara, arremesso de martelo, esgrima, ou qualquer outro esporte divertido, então, resolvi que uma caminhada seria uma boa opção. Coloquei meus tênis de corrida, os quais são a compra mais inútil que já fiz na vida, já que corro apenas uma media de zero minutos por dia e saí. Foi uma boa caminhada. Não muito longa, mas bem intensa. De qualquer forma, já devia fazer uns 27 minutos que estava na rua quando percebi que estava na frente do supermercado em que faço minhas compras (me pergunto agora, será que foi coincidência?). Nada poderia ser melhor, já que o dia estava uns três ou quatro graus mais gelado que o inferno e tomar uma água seria uma boa.

Infelizmente, a coisa não saiu muito bem como planejado. Tomei a água, mas acabei pegando um picolé de limão também. E lá estava eu, na fila do caixa, tomando meu picolé e auto argumentando que as calorias perdidas andando superavam as do sorvete, quando me dei conta de uma coisa. Uma coisa terrível. Saí para uma caminhada, logo meus planos eram apenas andar, não tomar sorvete, água ou comprar qualquer outra coisa. E, se não pretendia comprar nada, porque teria trazido dinheiro?

E chegou minha vez na fila. Bateu um puta desespero. Como ia explicar praquela mocinha do caixa que tava sem grana? Bom, tentei. Disse que tinha me esquecido do dinheiro, pedi desculpas e blá blá blá, mas não adiantou muito. Ela chamou o gerente. Nunca passei por uma situação dessas antes e admito que fiquei com medo. Já estava imaginando o que faria com a minha ligação, aquela a que todos os presidiários têm direito, mas nunca cheguei a ir para trás das grades. O gerente olhou um pouco desconfiado para mim, principalmente porque eu não tinha nada que pudesse deixar como garantia para ir pegar o dinheiro. Mas daí expliquei pra ele que estava de dieta e que não tinha trazido nada e...

Na verdade, acho que minha explicação deixou ele mais desconfiado do que antes. Tenho quase certeza que o que motivou ele a me dar um voto de confiança e deixar pagar depois foi a possibilidade de que alguém que deve consumir tanta comida, como eu aparento, acabasse virando freguês de outro supermercado.

domingo, 21 de novembro de 2010

Me desculpe, mas são regras da casa.

Finais de semana costumavam ser minha época preferida da semana. Porém, há um pouco mais de duas semanas atrás, inventei de fazer uma dieta e descobri que meus dois dias de descanso viraram um baita dum problemão. Primeiro porque, se quiser passar o dia todo em casa, numa boa, as três horas que separam uma refeição da outra se tornam meia hora de estou aguentando firme e duas horas e meia de rolando pelo chão esperando o tempo passar. Se sair de casa pra fazer alguma coisa, tudo bem, até que esse problema melhora, mas a dificuldade principal continua forte.

Sabe, o grande problema do final de semana, a tal da dificuldade principal, é que eu acordo mais tarde e faço menos coisas, o que implica menos cansaço e, consequentemente, menos sono na hora de dormir. Daí, acontece aquela velha cena desesperadora. Deito, rolo na cama por alguns minutos e me dou conta de que estou com fome. Em situações normais, esse seria o momento de ir para a cozinha e preparar uns dois ou três sanduíches, mas dado meu limite calórico, e o fato de que sanduíches têm calorias (e muitas ) e que na hora que vou deitar já comi tudo o que podia ter comido durante o dia, não posso ir fazer minha boquinha noturna na cozinha.

Ontem foi assim. Deitei a uma da manhã. Uma e quinze percebi que não iria dormir e que estava com fome, ou seja, pressenti a merda. Levantei, fui até a cozinha, abri um saco de pão e peguei uma fatia em minhas mãos. Coloquei a fatia de volta no pacote, guardei o saco, dei um tapa na minha cabeça, bati o pé direito algumas vezes no chão para tentar mandar a raiva embora e voltei a deitar. O relógio ainda não tinha marcado uma e vinte e cinco quando senti que o ciclo todo se repetiria. Então, decidi inventar uma regra. Podia levantar e ir na cozinha quantas vezes quisesse, mas só poderia tomar chá ou água, sem comer nem pensar em comer nada.

Funcionou! (mentira, pensei em comer o tempo todo. Mas não comi) No decorrer da noite, tomei oito xícaras de chá verde e doze copos de água. Mas não consegui dormir até que fosse hora do café da manhã. Incrível, comi e capotei, quase que instantaneamente. O problema é que só acordei agora, e quem quer apostar que nessa noite a coisa vai ser complicada de novo?

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Festança.

Tinha tudo pra ser um dia ótimo. Agora de manhã, assim que cheguei, a chefona entrou na minha sala, disse que minha ideia tinha sido aprovada e que daríamos uma festa para mim, com os clientes, para comemorar o fechamento de um negócio milionário!

Porém, o dia não está tão ótimo assim... É, talvez eu tenha distorcido um pouco o ocorrido. A chefona de fato entrou na minha sala, que na verdade não é só minha, é de um monte de gente, disse que a ideia do projeto tinha sido aprovada (eu sei que a ideia era minha e ela também, mas preferiu se referir à tal ideia como nosso projeto) e anunciou que daríamos uma festa para os clientes, da qual eu apenas poderia participar. O negócio em si, realmente bom. Mas que diferença faz? Ganhei o reconhecimento? Não! Ganhei um aumento?? Não. Ganhei um parabéns??? Adivinhem só, também não. Mas seria mentira se dissesse que não ganhei nada, porque ganhei. Uma tarefa extra! Uhu! E, como vocês já devem estar percebendo o tamanho da minha sorte, a tarefa, preparar a festa e... Sugerir o cardápio. Bela sacanagem mandar que a pessoa gorda pense em cardápios só porque ela é gorda. É a mesma coisa que pedir pro altão pegar alguma coisa em cima do armário só porque é altão. Porque ninguém nunca pega um banquinho?

Forcei um sorriso por alguns instantes enquanto praguejava por dentro mas, quando percebi que ninguém mais estava olhando, fechei a cara. E os olhos. E me joguei na cadeira. É fisicamente impossível alguém manter uma dieta e pensar em cardápios para festas ao mesmo tempo! A não ser que... é isso, vou fazer um cardápio ligth!! Deixa eu pensar... ... ... já sei, maçã! Não, isso é loucura, não pode ser só maçã. Mas talvez com uma coisinha pra acompanhar funcione. É isso. Vou colocar um porquinho na maçã. Só pra decoração. Não não, não vai dar certo... Mas que tal camarão. Taí uma coisa que não engorda e o povo acha chique. Vai fazer maior sucesso. Espera aí, também não vai dar certo. Sabe o que é? O melhor jeito de servir camarões é cobrir eles com uma camada de bechamel, umas fatias de brie e um gole de vinho branco, com arroz de alface pra acompanhar. Mas nem tudo está perdido! Cozinha no vapor está na moda, posso bolar um cardápio no vapor. Só que, desde que começei a pensar nesse cardápio, não consigo pensar em nenhuma outra coisa.

Sabe o que eu vou fazer então? vou roer lentamente e, provavelmente com um pouco de raiva, minha cenoura, porque pensar em comida de barriga vazia não dá certo. E pra quem não estendeu, isso foi sarcasmo, porque depois da cenoura, minha pobre barriguinha continuará vazia. Depois eu volto pra contar se sugeri um cardápio ou se apenas me entupi de comida pensando nele!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Sobre uma balança e uma garrafa de rum.

Hoje foi dia de pesagem (semana 2!). Dessa vez, sem enrolar. Cheguei no banheiro, marchei até a balança e subi. Hesitei um pouco. Faltou coragem pra olhar pra baixo. Minhas preocupações não tinham fundamento, mas mesmo assim, elas existiam. Semana passada, perdi 1,2 quilos. Essa semana, acho que num balanço geral, segui muito bem a dieta, mas estava com um certo medo de olhar pra baixo e ver alguma coisa menor do que uma diferença de 1,2.

Não faz sentido isso, porque minha meta é 1 por semana mas eu sou assim e sempre fui, fico tentando conseguir mais e mais rápido depois que começo. É a boa e velha taxa de impaciência fazendo efeito. Por exemplo, quando era criança, queria aprender a tocar violão. Enchi o saco dos meus pais até eles me darem o instrumento, fui nas aulas e toquei várias horas por dia, todo dia, durante um mês. Quando tava conseguindo tocar algumas músicas, cansei e desencanei. Mais tarde na minha vida, tive uma visão e percebi que tênis era o esporte perfeito pra mim. Enchi o saco de novo e ganhei uma raquete, um uniforminho completo e uma porrada de bolinha. Isolei todas as bolas em duas semanas, jogando sem parar e quando as novas bolinhas chegaram, mal olhei pra elas. Também serve de exemplo um carnaval, há uns dois anos atrás, quando estava na praia com uns amigos e descolei um caiaque. Andei tanto naquele negócio que uma hora delirei e achei que podia remar até a África. 20 minutos depois de minha partida, tinha uma horda de salva-vidas vindo me resgatar....

Pois é, esse é o meu medo. Me empenhar demais na dieta nessas primeiras semanas, conseguir algum resultado e desistir. Dai podia empilhar a balança junto com o violão já sem cordas, os tubos de bolinha fechados ou... Bem não guardei nada do caiaque porque até hoje não consigo passar nem perto de um remo sem ficar com o estomago embrulhado. Mas é isso aí marujo. Força. Olhei pra baixo como se estivesse na ponta da prancha e lá em baixo estivesse cheio de tubarões famintos. 82,5. Um quarto do peso em um quinto do tempo. Mas é melhor não me animar muito, porque já estou achando que mereço um viva e uma garrafa de rum!

Ps: nossa, quando esse post virou sobre piratas??? Que nada a ver!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Feliz aniversário! Mas some com esse negócio daqui.

Oba oba, festinha no escritório. Aniversário do meu amigo do setor financeiro. Até comprei um presente!! Em dia de festa, a atmosfera no ambiente de trabalho fica modificada. As pessoas dão mais risadas, falam mais bobagens, distribuem mais abraços... Até pra quem não ta fazendo aniversário. Conforme se aproxima das 4 e meia, todo mundo começa a se dirigir para a sala de reuniões, onde normalmente tem uma bela mesa com refrigerantes e... bolo. Merda. Foi o que pensei quando entrei na sala e me dei conta de que tinha esquecido completamente do bolo! Tive o dia todo para inventar uma desculpa e não usei uma grama sequer da minha massa cinzenta para me preparar praquela situação.

Não sei se o problema ainda tinha alguma solução, mas eu travei. A única coisa em que consegui pensar foi sentar o mais longe possível daquele cubo branco fofo, decorado com morangos e espetado com uma série de velas. Antes que os lugares se acabassem, corri para a ponta oposta da mesa e me afundei na cadeira. Não posso dizer com certeza, mas acho que minha mente atordoada estava pensando em se esconder em baixo da mesa caso a situação fugisse do controle. Obviamente, não ia dar certo.

Pô, puta preconceito. Parece que a pessoa gorda é aquela que deve sentar do lado do bolo, se senta na outra ponta da mesa todo mundo fica olhando. E, quando saiu o primeiro pedaço, ele foi passando de mão em mão até chegar... na minha. E, na minha infeliz posição privilegiada que escolhi, não podia passar a diante, se não o prato ia começar a voltar! Como se não bastasse, todos continuavam olhando pra mim! Peguei a menor porção que consegui, com meu garfo, coloquei na boca e comecei a mastigar. Meu plano era o seguinte, ficar mastigando, eternamente se fosse preciso, para não ter que comer mais.

Um tempo depois, os olhares alheios se voltaram para seus próprios pedaços de bolo, um alívio, mas eu ainda tinha todo o resto do meu pedaço para fazer desaparecer. Por sorte, do meu lado, estava o seu Antônio, um velinho da contabilidade e, quando ele não estava olhando (não duvido que estivesse tirando uma soneca) troquei nossos pratos. O velho não entendeu como seu pedaço de bolo ressurgiu das cinzas, mas pareceu bem contente com o fato. E eu, eu me pirulitei de lá, antes que alguém viesse com a ideia de me dar mais um pedaço.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Freud, socorro.

Pronto, já era. A dieta tomou, oficialmente, conta da minha mente e está me levando a loucura. Como eu sei disso? Bom, basta contar meu sonho dessa noite. Ao contrário do que esperava, nenhum pote de doce de leite entrou flutuando pela minha janela, iluminado pelo luar. Mas antes tivesse acontecido isso. Porque, no meu sonho maluco, eu era um balão. Sabe, desses de festa de aniversário. Bexiga se preferir. E sabe quando você enche de ar mas não dá o nó e o balão sai voando que nem louco até murchar?

Então, foi assim. Estava no meu quarto e, de repente, a dieta fazia efeito. Eu saia voando e batendo pelas paredes e caia de volta, de pé no chão. Até ai tudo bem, podia ser um bom sinal. O problema é que, ao invés de ter murchado, como era o esperado, eu ficava apenas menor, mas continuava uma coisa redonda! Ia encolhendo mesmo! Uma angustia cada vez maior tomava conta de mim toda vez que me via menor mas ainda em forma de balão. Insuportável. Aconteceu várias vezes e cada vez eu era uma pessoinha gordinha menor, até que chegou a hora de desaparecer, mas eu acordei. Ridículo.

Agora, acho que tenho que marcar uma visita ao pisic. É, talvez essa seja a chave pruma boa dieta. Ta com fome? Vá ao psiquiatra! Vou sugerir como slogan pra associação nacional de medicina: Quando pensar em comida, não vá ao supermercado. Vá ao psiquiatra, porque você está beirando a loucura! Se bem que acabou de me ocorrer que meu sonho podia estar mais relacionado com gases em geral do que com dieta. Nunca se sabe do que meio pote de pepinos em conserva é capaz.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Mente criminosa.

Hoje foi meu primeiro dia sem jornal. Eles ficaram uns dias sem entregar e não conseguiram me dar nenhuma explicação para o ocorrido, o que me irritou profundamente e acabou em um cancelamento de nossa relação matinal. Porém, isso meio que se tornou um problema. Como diria Reinaldo Moraes, gosto de ter a merda do mundo como café da manhã. Principalmente nesse fase de dieta, já que a merda do mundo não engorda. E faz minhas duas torradas com chá verde parecerem um pouco mais suportáveis. Pra falar a verdade, hoje foi o primeiro dia desde que resolvi controlar meu peso que prestei atenção em minha primeira refeição do dia e acabei percebendo como ela é escassa.

Isso acabou me deixando meio pra baixo. Me fez pensar um pouco sobre essa dieta. Não sei se me sinto melhor com ela. Tinha a impressão que teria uma superdisposição depois que começasse, mas passo mais tempo pensando em comida que fazendo qualquer outra coisa. E, pra completar, tenho sentido uma espécie de peso na consciência depois de todas as refeições, mesmo as menos calóricas, como se comer tivesse se transformado num crime. Um saco.

Falando em crimes, assaltei a geladeira. Sabia que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde mas até que foi uma ação mais suave do que imaginava. Aconteceu agora pouco, depois do almoço. Comi uma salada com frango e uma laranja de sobremesa. Vinte minutos depois, percebi que ainda estava com fome. Situação meio incontrolável. Fui até a geladeira com a intenção de pegar um copo d’água, mas quando a porta se abriu, me deparei com um pode de doce de leite. Minhas pernas bambearam e minha força de vontade se curvou ao pecado. Minha mão caminhou em direção ao pote, porém, nunca chegou a pegá-lo. A mão de deus, inexplicavelmente, a desviou para um pote de picles. Sem dar tempo para minha cabeça tentar entender o que tinha acontecido, puxei os pepinos em conserva pra fora e me afastei. Comi meio pote numa sentada, minha gastrite atacou, o peso na consciência bateu e tudo o mais. Fiquei feliz com as mudanças do destino, mas tenho a sensação de que, agora, tenho assuntos pendentes com o doce de leite e estou com um certo medo de passar perto da geladeira.

Bom, amanhã eu conto se o tal do pote de doce de leite veio puxar meu pé de noite ou se me deixou em paz.

domingo, 14 de novembro de 2010

E a porca torceu o rabo.

Dios mio! O almoço de hoje foi quase uma tragédia. Fui almoçar na casa dos meus pais e, inacreditavelmente, depois de sei lá quantos (muitos) anos, bem agora, minha querida mamãe aprendeu a fazer torresmo. Assim que cheguei, vi meu pai com um sorriso muito grande, muito, muito maior do que o normal e mesmo que goste de acreditar que ele fique feliz em me ver, sabia que não podia ser apenas isso. Antes que eu conseguisse sentar no sofá, já tinha descoberto o motivo de tanta felicidade.

´´ Você não vai acreditar, sua mãe acabou de aprender como fazer torresmo``. Pra falar a verdade, não acreditei mesmo. Quais eram as chances? Ta certo que a mesa na casa dos meus pais sempre foi farta e gordurosa, muito provavelmente um dos motivos para essa dieta que faço agora, mas nunca imaginei tamanha perdição para um regime iniciante como o meu. Não queria falar que estava de dieta, porque isso sempre implica um monte de perguntas desagradáveis sobre todo o resto da minha vida, mas não queria nem olhar para os pedaços de banha de porco fritas, salgadas, crocantes e... bem, e deliciosas. Infelizmente, não teve como. Alguns instantes mais tarde a mesa de centro estava habitada por uma bela cumbuca, uma camada tripla de papel toalha, transparente em alguns pontos e vários torresmos. E o pior é que ela tinha acertado mesmo. Estavam uma beleza, cor uniforme e com a parte de cima pururucada. Tive um treco. Achei que iria avançar e detonar a cumbuca inteira. As palmas de minhas mãos ficaram encharcadas enquanto dialogava com minha consciência, como que se pedisse permissão para avançar.

Não tinha muito como escapar. Tive que comer um, se não mamãe teria um troço. Escolhi um pequeno e, fazendo força pra não pensar nas conseqüências, coloquei na boca e comecei a mastigar. Delicioso. Senti que ia perder o auto-controle a qualquer instante. Coisa boa dalí não sairia. Precisava de uma providência, rápido! Todas as idéias de desculpas que tive eram ruins iguais, então resolvi ir com o bom e velho estou mal do estômago quando me questionaram porque não estava devorando a cumbuca. Deu certo. Quer dizer, mais ou menos. Minha mãe ficou preocupada com minha situação, principalmente porque o resto do almoço era apimentado (um chilli que parecia muito bom) e descongelou uma sopinha leve pra mim. Horrível, gosto de produto de limpeza morno. E, conhecendo meus pais como conheço, devia estar cheia de manteiga.

sábado, 13 de novembro de 2010

Na marginal congestionada.

Ontem, diferente do que foi decidido como o habitual para meu período de dieta, não andei para o trabalho, fui de carro. Depois do almoço, peguei o carro e fui pruma reunião lá na zona sul, casa do chapéu. Cinco e meia, com tudo resolvido, entrei novamente no carro e comecei a volta pra casa. Como todo paulistano que se utiliza de transporte sobre rodas para voltar pra casa, peguei um puta trânsito. Marginal congestionada. E tempo passando, quase seis. E eu sem meu segundo lanche da tarde. Não precisou dar seis horas, no momento em que me lembrei que estava sem meu lanche, desesperei.

A fome foi tomando conta de mim, e os carros todos parados. Fazia uns cinco minutos que estava com meu veículo estacionado no mesmo lugar. Olhei em volta, na esperança de encontrar uma loja de conveniência. Que inconveniente. Só o rio e a linha do trem de um lado. Pista local do outro. Meu estomago começou a reclamar da minha falta de cuidados com ele. Se contorcia com força. E minha mente, ao invés de me ajudar, se vingou. Mentalizei um vol au vent recheado com um velouté de frutos do mar e pedaços de pitu. Imaginei coquilles Saint Jaques saindo do forno, com aquele gratinado de farinha de rosca, paradas, deslumbrantes, sobre suas conchas. Desejei um filé de salmão com molho de manteiga, baunilha em fava e aspargos verdes. Acho que o rio estava puxando minhas vontades para aqueles seres que vivem na água.

Tentando me desviar desses pensamentos malévolos, tanto para minha dieta quanto para meu bolso, olhei para os lados e vi que a moça do carro do lado estava comendo alguma coisa. No começo, achei que era uma miragem, mas depois confirmei, estava comendo mesmo. Não tive dúvidas. O trânsito continuava parado. Desci do carro, bati suavemente na janela de minha vizinha de congestionamento e perguntei por quanto ela me venderia um pedaço daquilo que estava comendo. Ela, é claro, tomou um puta susto, mas depois acabou sendo convencida por minha simpatia. Ou ficou com medo do meu tamanho, e me cedeu, gentilmente, um pacotinho de clube social. Acho que amo aquela mulher. Meu anjo da guarda. Ta certo que, hoje, acordei com uma certa ressaca moral, mas, pelo menos, estou com todos os meus lanchinhos tomados.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

É agora.

Meus olhos foram a seu encontro, mas ela continuou lá, com a mesma expressão de desdém de sempre. Nem um movimento, nem um sinal. Queria dizer alguma coisa, mas não encontrava as palavras, não sabia como me expressar. Minhas pernas se mantinham firmes no chão, incapazes de se mover. Aos poucos, o ar começou a queimar minhas narinas e meus olhos, sem piscar, ardiam. Foi um dia duro e aquilo tinha que ser resolvido naquele momento. Não poderia adiar por nem mais um instante. Era hora de, de uma vez por todas, enfrentar aquele horripilante ser destruidor de sonhos, sem coração. O inimigo. Aquela maldita balança.

Pois é, sete dias se passaram. Nada mais importa agora, preciso saber se todo esse esforço foi em vão ou se consegui algum resultado. Respirei fundo e encontrei forças para mexer meu pé direito pra frente. Depois o esquerdo, direito e antes que percebesse tinha dado os quatro passos que me separavam da maligna. Apertei os olhos e subi. Ouvi atentamente o barulho de suas engrenagens rodando. Como rodavam! Não tinha adiantado nada, uma pessoa magra não faz a balança rodar tanto. Abri os olhos e encarei os azulejos do banheiro. Coragem. É melhor saber. Olhei pra baixo.

Oitenta e três virgula oito. Quem diria. Não é que funciona? Nem vou descrever o que senti naquele momento porque imagino que todos saibam como é bom ver que aquilo que você tentou deu certo. Mas não consegui segurar minha empolgação. Posicionei a balança em baixo de um ganchinho que tem no teto, pequei uma cordinha, passei pelo gancho e me puxei pra cima. Só o suficiente pra ver os 75 marcados na balança. Pareciam ali, tão próximos, tão simples. Tão leve! Acho que fiquei uns 47 segundos nessa brincadeira, até a cordinha arrebentar. Que ideia idiota essa, de brincar com a cordinha.

PS: só postei hoje porque esperei até 5 pra meia noite para ver o que tinha acontecido.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Maquina (quase) à vapor.

Ontem de manhã, tava olhando uns livros de receitas que tenho e encontrei um de alimentos no vapor que comprei uns 5 anos atrás. Ai tava uma boa idéia, já que não preciso de gordura nenhuma pra cozinhar assim. Porém, como nada é pereito na vida, precisava de uma panela de vapor. Sem grandes problemas, quando sai do trabalho, parei em algumas lojas de cozinha até finalmente encontrar uma que vendia o artigo de que precisava. Quase dei um chute na canela da mocinha que me atendeu quando me disse que por menos de 512 pratas eu não levaria a panela para casa legalmente. Pra falar a verdade, ainda desejo que ela dê uma topada bem dolorida.

Mas isso não me desanimou. Decidi fabricar minha própria panela de vapor. Com um saquinho de espetos de madeira para churrasco e vários daqueles negocinhos que amarram o saco de pão (sempre fico feliz quando tenho um uso pra eles), montei minha própria grelha. Serviço bem feito! Equilibrei minha mais nova construção em cima de uma panela com água fervendo e usei outra panela como tampa. Para cozinhar, coloquei uma sobre-coxa, sem pele e sem gordura, temperada com bem pouco curry, pimenta cayena (ainda não desistir de usar) e grãos de mostarda e coentros quebrados com a lateral da faca e algumas vagens. Imaginei que deveria demorar mais ou menos uma hora pra ficar pronto, então peguei um livro (cozinheiros de mais, do Rex Stout, pra abrir o apetite) e me sentei na mesa ao lado do fogão.

Já tinha avançado umas 15 páginas quando ouvi um suave e tímido ploft. Nem precisei levantar a cabeça para me dar conta do que tinha acontecido. Malditos palitinhos de churrasco vagabundos. Não posso negar que esses acontecimentos dão uma certa brochada na dieta, mas não foi tudo perdido. Frango ensopado com vagem ensopada e palitos ensopados e prendedores de saco de pão ensopados. Até que ficou gostosinho, só que todo meu tempero foi pro saco...

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Um pequeno parênteses sobre frutas.

Fiquei muito contente com os comentários que recebi e resolvi adotar a sugestão de, na hora do lanche, comer uma fruta. Comi uma maçã. Pessoal, vocês já ouviram falar em combustão espontânea? É, sabe, quando uma coisa pega fogo do nada, queima e desaparece? Pois é. Parece que meu estômago aprendeu a fazer isso. A maçã queimou e desapareceu. Pelo menos é mais gostoso que barrinha de cereal... E, como estou aprendendo, o que parece ser a chave da dieta é: tente de novo, vou levar pro trabalho amanhã: uma maçã.

Uma pera, uma laranja, uma melância, um maracujá e um limão. E uma garrafa de vodca! E uma forma de gelo. Putz. Tá difícil, mas acho que vou ter que me contentar com uma ameixa às 9 da manhã.

A tal da barra de cereais.

Estava pensando e acho que acabei de fazer uma descoberta. Poder comer várias vezes por dia, ao contrário do que imaginava, é um baita dum problema e não um alívio para quem está de dieta. A princípio, concordo que minha frase parece absurda e, talvez, quem esteja lendo me taxe de idiota, portanto, vou gastar esse post pra explicar meu ponto.

Como dizem por aí, as nutricionistas, os sites especializados e os meros palpiteiros (como eu!), o melhor jeito de emagrecer é uma reeducação alimentar, que engloba o fato de ter que comer de 3 em 3 horas. Porém, além disso, temos uma quantidade máxima de calorias que podemos comer por dia. Ou seja, tiramos calorias do almoço e do jantar, o que os deixa menos gostosos ou, pelo menos, menos abundantes, e colocamos nos tais dos lanches. O problema é que as calorias que sobram pros lanches também são poucas, o que não permite grandes pratos da alta cozinha... Resultado, acaba que o lanche fica ruim e não resolve a fome.

Minha manhã de hoje pode ajudar a mostrar meu ponto. Tava que era uma felicidade só quando o relógio do pc mostrou que já eram 9 horas e que poderia tirar a barriga da miséria. Não pude dedicar muita atenção ao fato porque caiu na minha mão uma planília cabeluda pra organizar, mas tudo bem, tinha em meu bolso uma barrinha de cereais (coco) de apenas 99 cal. Essas barrinhas são as coisas mais práticas do mundo e até que são gostosinhas. Enfim, tava crente que meu problema tava resolvido. Sim, tudo certo, até que fui dar a quarta mordida e meus dentes não encontraram nada. Tinha acabado, a safada, e nem percebi. Resultado, meu estômago ainda pedia comida e eu fiquei com um gosto "doce grudento" na boca que demorou um tempão pra sair.

Moral da história: preciso de coisas novas para lanches. As barrinhas, por mais práticas que sejam, não vão segurar a onda. E, dentro das minhas 100 calorias, tá difícil. Não me apetece muito a possibilidade de comer 372 fatias finas de pepino ou 1/722 avos de pão com manteiga. Pois é, novidades para esses maledetos, ou não vai dar certo.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Água gelada, chá verde e desespero na reunião.

Depois do fiasco com as especiarias de ontem, resolvi botar em prática o próximo item de minha mirabolante descoberta de métodos de perder calorias sem esforço. Dizem por ai que tomar água gelada ajuda a perder peso porque seu corpo precisa gastar energia para aquecê-la. Isso é o que chamo de juntar a fome com a vontade de comer, não literalmente, infelizmente. Depois da minha caminhada de 20 minutos na paulista até o trabalho, junto com o calor infernal que faz nessa cidade, principalmente nessa época do ano, um copo de água gelada seria a melhor coisa do mundo!

E foi assim, assim que deixei meus pertences de caminhada na minha mesa (gostaria de dizer que tenho uma sala, mas não seria totalmente verdade) estacionei ao lado do garrafão de água na micro cozinha e comecei a encher meu copo. Não tenho o que reclamar do suprimento de água do escritório. O botão “gelada” não deixa nada a desejar. Agora, talvez, deva admitir que cometi um erro de planejamento terrível: primeiro copo, uma respirada profunda para recuperar o fôlego. Segundo copo e uma apertada nos olhos para tentar fazer a dor de cabeça do literalmente estupidamente gelado passar. Terceiro copo, reunião.

Não preciso dizer o que aconteceu né? Tava lá, apresentando meu belo Power point para meus superiores (vulgo chefes) quando, sem nem mesmo um aviso prévio, toda aquela água decidiu que precisava sair. Vi a merda acontecendo. Conforme os slides iam passando, minha concentração se desconcentrava e meu corpo começava a tremer. Nunca me amaldiçoei tanto por ter feito uma apresentação tão completa como hoje. Foi duro, e acho que meu gran finale ficou meio sem nexo. Mas que se dane. Quem precisa de uma promoção, afinal de contas? Bom, é isso. Vou afogar minhas mágoas no chá verde. Mas dessa vez vou com calma, se não alguém vai acabar achando que estou tirando uma soneca no banheiro.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Pimenta cayena, gengibre e canela.


Não tem muito como fugir da vontade de ver as coisas acontecendo rápido. Por isso, pesquisando na internet ontem à noite, descobri uma coisa bastante animadora! Posso perder calorias comendo alguns alimentos que aceleram o metabolismo. Vocês sabiam disso? Pois é, gengibre, pimenta cayena e canela estão na lista que encontrei. Com posse dessa deslumbrante informação, corri ao supermercado e comprei os ingredientes. Meu almoço de hoje: salada com molho de iogurte com gengibre e pimenta. E não é que o prato ficou com uma cara ótima? Consegui um pedaço de gengibre bem novo, que estava com um cheiro suave, envolvente... fantástico. Quanto às folhas, apenas escuras, rúcula e agrião. Por fim, espalhei um tomate cortado em gomos para decorar. (Comi os tomates também, mas definitivamente eles não são meu prato preferido).

Me sentia muito bem quando sentei à mesa e olhei para meu prato. Genialidade em pessoa pra misturar todos aqueles ingredientes e aumentar o metabolismo. Ia tirar essa dieta de letra. Super fácil! Primeira garfada. Ta, talvez não tão fácil assim. Segunda garfada. Dificuldade média. Minhas papilas gustativas começavam um tímido pedido por água. Terceira garfada. Uma gota de suor escorreu por minha testa e podia sentir meu rosto ficando vermelho. Quanta garfada. Puta que o pariu, tava apimentado pra caramba. E, o pior de tudo, ruim! Não sabia, mas agora já sei: nunca misture iogurte desnatado com gengibre.

Mas, de qualquer forma, aquilo era meu almoço, a única coisa que eu poderia comer pelas próximas 3 horas. Então, ruim ou não ruim, tive que mandar ver. E, pra completar, tomei um café com canela e descobri que a canela não dissolve. Engasguei e minha garganta ta coçando até agora. Sem contar meu estomago, que parece que foi atropelado por um trem.

domingo, 7 de novembro de 2010

Maldita espera.

Legal, dia 3 e adivinhem só? Ainda não aconteceu nada. Quer dizer, aconteceu, estou com fome. Mas, no que se refere a peso, nada. Nem uma graminha. E ai entra a tal da taxa de impaciência. Meu deus, como to impaciente. Não aguento mais esperar, preiso de resultados, rápido. E positivos de preferência.

Esses primeiros dias são os mais chatos. Tenho passado bastante tempo pesquisando na internet e nas embalagens de alimentos, tentando definir cardápios dentro de minhas porções calóricas. Já baxei umas 5 listas de quantidades de calorias dos alimentos, mas montar cardápios comíveis e magros é tarefa bem mais difícil do que imaginava. Não sei. Talvez a loucura esteja tomando conta de mim. Quase só penso nisso. Meu dia está mais ou menos assim. Fico pegando receitas e substituindo ingredientes tentando chegar numa quantidade energética dentro de meus padrões. O restinho do tempo que sobra, passo pensando em como estou com fome.

E, o pior, é que estou tendo vontade de comer umas coisas que nem gosto muito. De manhã, enquanto andava pro trabalho, passei na frente de um habbibs e fiquei com muita vontade de entrar. Mas tenho plena conciência, e algumas experiências passadas bem desagradáveis, que tudo o que servem lá é horrível, sem gosto, pesado e um tanto quanto nojento. Mesmo assim, tive que me esforçar para conseguir manter o auto-controle. Depois, quando saí para o almoço, e caminhava para o restaurante natural que encontrei, ví uma garotinha com um pacote de baconzitos e lá veio o desejo quase incontrolável de novo. Deve fazer uns 10 anos que não como salgadinhos, não fazem parte da minha vida. Mas saber que não posso, de alguma forma, cria uma terrível necessidade de encher a barriga com qualquer coisa que apareça. E que seja engordante. Nunca tive uma dessas com alface. Droga.

Bom, de qualquer forma, acho que hoje vou cortar o cabelo, as unhas, arrancar todos os pelos do meu corpo e tudo o mais que eu puder fazer pra ver se o peso cai, pelo menos, um pouquinho.

sábado, 6 de novembro de 2010

A feira e a ladeira.

Hoje eu fui a feira! Quando cheguei lá, tava uma animação só. Todas aquelas barracas, cheias de frutas e verduras, um monte de coisa que não engorda. Um prato cheio pra quem não pode encher o prato. Não tinha uma lista específica, mas uma ideia bem definida do que iria comprar, comida fresca e magra. Enquanto circulava pelas barracas e escutava sem prestar atenção a gritaria dos feirantes, repassei mais uma vez todo o trabalho psicológico que tinha desenvolvido: vai ser gostoso, vai ser gostoso, vai ser gostoso.

Minha primeira parada foi na barraca de peixes. Um filé de linguado para o almoço e uma posta de cação para o jantar. Justo, pouca comida, poucas calorias. Depois comprei dois papaias, alguns tomates, cebolas e cheguei à grande estrela da manhã, a barraca de folhas. Tava tudo tão verde, tão bonito. Eram várias bacias espalhadas pela bancada, abarrotadas dos mais variados tipos de folhas. E o melhor, tudo R$ 2,00. Fiz a festa, pedi alface americana, lisa, romana, escarola, rúcula, agrião e espinafre. Pra completar, algumas cenouras, beterrabas, alho-poró e salsão. E tudo R$ 2 cada! Pelo menos era o que eu achava. Quando o feirante começou a montar meu pacote, percebi que tinha cometido um grave erro tático. O preço não era pra cada unidade. Era pra cada bacia! tinha uns 3 pés de verdura em cada um daqueles potinhos. Fiquei meio sem reação, mas agora percebo que a atitude racional seria ter desfeito o negócio e reduzido meu pedido. Não fiz isso. E me arrependi profundamente no momento em que as sacolas foram transferidas pra minha mão. Como era pesado! quem disse que salada não pesa, se enganou profundamente.

Mas, não tinha mais o que fazer. Ergui a cabeça, segurei meus pacotes e voltei pra casa. Se bobiar, não preciso mais fazer minha dieta, já devo ter perdido os 10 quilos subindo metade da ministro rocha azevedo carregando aquela quantidade absurda e desnecessária de saquinhos. Meus braços estão tão doloridos que não consegui fazer mais nada depois que cheguei. Inclusive, é por isso que estou escrevendo agora e já vou parar por aqui, porque meus pobres músculos estão pedindo arrego. Ou gelol. Enfim, vou tentar criar coragem pra lavar, secar e ensacar aquilo tudo. E depois comer. To correndo um grande risco de virar coelho. E, se comer aquele peso todo, pode ser, ainda, que vire um coelho gordo.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O primeiro dia

Bom, como já sabem, ontem, no meio do dia, comecei uma dieta. Hoje, portanto, é o primeiro dia pra valer. Na questão das calorias, até agora, tudo bem. Já a parte psicológica, vai de mal a pior. Tá terrível! Passei o dia todo com fome e pensando em comida. Fiquei com fome até enquanto estava comendo, o que não pode ser um bom sinal. Mas aguentável. Isso deve melhorar daqui alguns dias, assim espero.

Infelizmente, os problemas não param por aqui. A parte mais afetada da minha vida por essa decisão (que começo a julgar infeliz) que tomei foi a parte gastronômica. Como coisas sem gordura são ruins! Não que os alimentos dentro de minhas posses calóricas tenham um gosto ruim em sí, mas não consigo combiná-los com outras coisas, como manteiga, e fica tudo meio sem graça. Deve ser por isso que gordos são mais sorridentes. A vida sem gordura fica sem graça. É, não tem saída, acho que vou ter que me enforcar. Se bem que vou ter que emagrecer de qualquer jeito antes, porque, com meu peso atual, não tem corda que aguente. Legal, tipo uma condenação eterna. Falando nisso, hoje, até agora, pareceu uma eternidade. Desde minhas 2 torradas de 50 calorias cada no café da manhã até minhas várias folhas de alface sem molho algum com um pedaço de peito de frango assado no forno (sem nem sequer um pouquinho de óleo), passando pela minha meia fatia de pão integral recheado com rodelas de pepino que assumiu a condição de lanche da manhã.

Agora pouco, estava fazendo os planos para o jantar. Tipo uma saladinha básica. Algumas folhas de alface americana, algumas de crespa e roxa, um pouquinho de rúcula, agrião e, quem sabe, umas folhas de espinafre. Bacana, bem ligth. Daí, quem sabe, um molinho bem simples, só pra dar um pouco de graça. Um nadinha de azeite, emulsionado com mostarda e umas gotas de vinagre. É, vai ficar bom. Só que daí, vamos precisar de um pouco de gema de ovo pra completar a liga do molho. Será que ovo engorda? Bom, mesmo se engordar, é tão pouquinho. Hum, parece bom, já to até salivando. Mas tá muito simples, vou ficar com muita fome depois, talvez seja necessário colocar mais alguma coisa, pra dar sustância. Já sei, algumas fatias de haddock defumado. É peixe, peixe não engorda muito. Pronto, problema resolvido.

Não, não dá pra considerar pronto. Esse haddock vai pedir algumas frutas secas, digamos nozes e amendoas. Perfeito, nozes e amêndoas puxadas na manteiga com umas folinhas de alecrim. Mas só isso e mais nada! Espera ai, pra essa salada dar certo mesmo, vou precisar de algumas beterrabas caramelizadas com mel. São uma delícia essas beterrabas, vão no forno, bem embrulhadas no papel alumínio, com um pouco de sal, vinagre, mostarda, manteiga, pimenta do reino e mel. Depois de assar uns 20 minutos, o pacote infla, fica uma beleza, e dá um molho fantástico, que pode fazer parte do molho da salada. Só que daí eu vou precisar de um pouquinho mais de azeite...

Pronto, decidido. Não o jantar, mas minha condição. Sou uma besta. Vou basear minha dieta em saladas que engordam mais que macarrão quatro queijos. Droga, não tem jeito. Ou melhor, tem, mas ele vai ser sem graça e assado no forno. Sem óleo.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Ainda não acredito que joguei minha torta fora.

Acabei de ter uma ideia. Ainda não tenho certeza se foi a melhor que já tive, mas acabei de decidir que vou fazer uma dieta. Uma daquelas rigorosas. 1 Kg por semana, se é que isso é possível, por 10 semanas. Tudo começou há uns 15 minutos atrás, quando olhei fixamente para o resto do meu pedaço de torta de caramelho com nozes e castanhas e decidi que aquilo não iria pra dentro de mim. Pode até parecer loucura, mas joguei o que ainda sobrava do pedaço fora e muquiei o resto da torta num canto fundo e obscuro da geladeira, o qual pretendo esquecer que existe até alguma outra pessoa dar cabo do pecado. Nos 14 minutos restantes, peguei uma boa xícara de café e sentei na frente do pc pra criar um blog. O normal seria passar um tempo na frente do espelho, imaginando o que fazer e definindo metas e... bla bla bla. Vou dizer uma coisa, não é minha primeira viagem, sei muito bem que, pensar em dieta, segnifica pensar em comida e, se ficar pensando em comida... bom, qualquer um pode perceber o que vai acontecer.

Mas não posso negar que nesses 4 minutos que passei escrevendo até agora, desenvolvi um pequeno cronograma na minha cabeça. Algumas mudanças de hábito sabe, pra ver o que acontece... A primeira: criar um blog. CHECK! Depois, comer várias vezes por dia, de 3 em 3 horas. Quando eu era pequeno me disseram desse truque pra emagrecer uma vez. Adorei, bacon várias vezes por dia, ia ser o paraíso. Porém, como a duras penas descobri que o negócio não funciona bem assim, então, tarefa 3: ler a parte de traz das embalagens e descobrir quantas calorias tem o que eu como.

M.., acabei de me deparar com mais um problema, quantas calorias eu posso comer por dia? Lí em algum lugar que meu corpo deve precisar de, mais ou menos, 2000 calorias por dia (Na verdade abri uma outra aba com o google. Como tem coisa sobre dieta!! meio deprê) então, acabo de decidir tarefa 4: comer 1000 calorias por dia.

Então, dividindo minhas migalhas por minha rotina, o resultado fica o seguinte:

Café da manhã: 100 cal
Lanche da manhã: 100 cal
Almoço: 250 cal
Lanche da tarde 1: 100 cal
Lanche da tarde 2: 100 cal
Jantar: 250 cal
Lanche da noite: 100 cal

Então é isso. Ver se vai dar certo. E arranjar alguma coisa pra fazer pelas próximas 2 horas e 40 minutos, porque, pelo incrível que pareça, to morrendo de fome. De batata frita com maionese caseira de alho.