sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Aprontei.
Estou morrendo de rir. Pela manhã, coloquei os papeis dobrados escondidos sob a porta do banheiro para que desse a impressão de que ela estava trancada. Porém, uma vez que a chefona me pegou no pulo quando voltei me minha empreitada, me esqueci de retirar os papéis e liberar a porta. Então, agora pouco, vieram aqui fazem uma contagem do pessoal. Falaram que tinha alguém trancado no banheiro e que não respondia e eles queriam saber quem era e ver se estava tudo bem. Foi difícil segurar a risada e, se alguém perguntar, nego meu envolvimento nessa coisa até a morte.
Quem mexeu na minha pêra?
Perdi meu lanche matinal. Droga. Me lembro perfeitamente bem que peguei uma pêra antes de sair de casa. Me lembro de carregar minha pêra pelo caminho até o trabalho. Me lembro de ter passado boa parte da manhã pensando em minha pêra. Mas não consigo me lembrar onde a deixei. Que saudades de minha pêra. Tão bacana, tão boazinha, fazia apenas o bem para as pessoas e agora está por ai, perdida, ou quem sabe, no estômago alheio. Tomara que, se esse foi o destino, que tenham feito bom proveito dela. Acho que já sei o que aconteceu. Mas ainda é apenas uma teoria. Quando cheguei ao escritório, fui direto para a micro cozinha preparar o café a apoiei o monte de tralha que carregava na bancada ao lado da pia. Devo ter esquecido meu lanchinho por lá e, nesse antro de famintos, alguém deve ter encontrado e devorado.
Mas foi um problemão ter que encontrar alguma coisa comestível para substituir. Tava no meio de uma tarefa importante e com prazo curto para ser executada e perdi um tempo considerável procurando minha fruta. Não podia perder mais tempo dando uma descida até a rua pra comprar alguma coisa. Porém, ao me deparar com a ausência de comida, me desesperei. E desci. Sair do escritório sem que ninguém te veja é uma tarefa relativamente complicada primeiro porque minha sala, que é minha e de todo o resto sem qualificação suficiente para ter a própria sala, deixa minha ausência muito na cara. Então, o que tinha que fazer era conseguir trancar um banheiro para ter um álibi. Isso foi facilmente arranjado porque as portas não são muito boas e bastaram algumas folhas de papel dobradas e escondidas por baixo do vão que quem tentasse entrar pensaria que estava ocupado.
O principal problema era passar pelas recepcionistas, que ficavam bem de frente para a porta principal e tem o péssimo habito de fofocar ao extremo. Mas tudo bem, eu tinha um plano. Liguei para o escritório de meu celular e, com uma voz disfarçada, pedi para que verificassem alguns documentos, alegando ser um cliente. Como eu sei que esse cliente é polêmico, e as duas não perderiam a chance de poder dar uma espiada nos documentos, contei com a sorte e funcionou. Ambas foram até os arquivos na sala ao lado. Dei o fora. Comprei um pacotinho de bolachas, comi no elevador e me ferrei. Não pensei num plano pra voltar de dei de cara com a chefona quando entrei. Tudo porque eu não vigiei minha pêra com a devida atenção. Toca inventar uma desculpa.
Mas foi um problemão ter que encontrar alguma coisa comestível para substituir. Tava no meio de uma tarefa importante e com prazo curto para ser executada e perdi um tempo considerável procurando minha fruta. Não podia perder mais tempo dando uma descida até a rua pra comprar alguma coisa. Porém, ao me deparar com a ausência de comida, me desesperei. E desci. Sair do escritório sem que ninguém te veja é uma tarefa relativamente complicada primeiro porque minha sala, que é minha e de todo o resto sem qualificação suficiente para ter a própria sala, deixa minha ausência muito na cara. Então, o que tinha que fazer era conseguir trancar um banheiro para ter um álibi. Isso foi facilmente arranjado porque as portas não são muito boas e bastaram algumas folhas de papel dobradas e escondidas por baixo do vão que quem tentasse entrar pensaria que estava ocupado.
O principal problema era passar pelas recepcionistas, que ficavam bem de frente para a porta principal e tem o péssimo habito de fofocar ao extremo. Mas tudo bem, eu tinha um plano. Liguei para o escritório de meu celular e, com uma voz disfarçada, pedi para que verificassem alguns documentos, alegando ser um cliente. Como eu sei que esse cliente é polêmico, e as duas não perderiam a chance de poder dar uma espiada nos documentos, contei com a sorte e funcionou. Ambas foram até os arquivos na sala ao lado. Dei o fora. Comprei um pacotinho de bolachas, comi no elevador e me ferrei. Não pensei num plano pra voltar de dei de cara com a chefona quando entrei. Tudo porque eu não vigiei minha pêra com a devida atenção. Toca inventar uma desculpa.
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Alucinei?
O queijo derretido se movia com uma lentidão que tornava o movimento quase imperceptível, mas quem olhasse atentamente poderia percebê-lo. O calor fazia com que pequenas bolhas estourassem bem abaixo das rodelas de linguiça fazendo com que dessem pequenos pulinhos e voltassem ao lugar. As azeitonas pretas brilhavam intensamente, como pequenas estrelas, formando uma verdadeira constelação naquele círculo delicioso. A borda, crocante, estufada e chamuscada com perfeição em alguns pontos limitava aquela bola de pecado, dava-lhe forma, provia-lhe sentido. Era uma visão cósmica. Era como dar uma espiadela no paraíso. Aquela visão ia se enraizando em minha mente e amolecendo meu corpo. Deixei o ar encher meus pulmões e usei toda minha força para apertar o braço da cadeira com a ponta de meus dedos enquanto dizia mentalmente: “Acalme-se, você está alucinando. Isso é apenas um gráfico, você está apenas fazendo uma apresentação de slides.”
Então, como num passe de mágica, voltei à realidade. A pizza na tela do computador voltou a ser apenas um círculo dividido em 8 pedaços, cada um de uma cor, cada um com um número dentro. Nada de alucinações. Ainda faltavam 20 minutos para o almoço. Concentração e foco. Era tudo o que eu precisava. Mas devo admitir que é bem difícil se concentrar quando você continua sentindo o cheiro de pizza e... espera aí, alucinação olfativa? Isso é possível? Olhei em volta e descobri que minha vontade de mandar a ver uma redonda não era injustificada. A chefinha e, só lembrando, a chefinha é aquela que comprou um ingresso e acha que é a estrela do show, estava se esbaldando com três pedaços de pizza fria. Foi uma visão do inferno. Não apenas porque ela come de boca aberta e faz a maior sujeira, mas porque meus neurônios travaram em torno de uma única coisa: pizza. Ainda mais pizza fria, o que, devo admitir, acho melhor do que a quente. Não sei, alguma coisa a ver com memórias de infância.
Pois é, não deu. Comecei a babar e perdi minha capacidade de concentração para qualquer coisa. Sei que é errado isso, mas tive que adiantar meu horário de almoço. Ou eu comia alguma coisa, ou eu ia entrar em transe vendo aquilo. Se bem que, mesmo depois de toda minha alface e meu pedacinho de frango, continuo não conseguindo olhar para meus gráficos.
Então, como num passe de mágica, voltei à realidade. A pizza na tela do computador voltou a ser apenas um círculo dividido em 8 pedaços, cada um de uma cor, cada um com um número dentro. Nada de alucinações. Ainda faltavam 20 minutos para o almoço. Concentração e foco. Era tudo o que eu precisava. Mas devo admitir que é bem difícil se concentrar quando você continua sentindo o cheiro de pizza e... espera aí, alucinação olfativa? Isso é possível? Olhei em volta e descobri que minha vontade de mandar a ver uma redonda não era injustificada. A chefinha e, só lembrando, a chefinha é aquela que comprou um ingresso e acha que é a estrela do show, estava se esbaldando com três pedaços de pizza fria. Foi uma visão do inferno. Não apenas porque ela come de boca aberta e faz a maior sujeira, mas porque meus neurônios travaram em torno de uma única coisa: pizza. Ainda mais pizza fria, o que, devo admitir, acho melhor do que a quente. Não sei, alguma coisa a ver com memórias de infância.
Pois é, não deu. Comecei a babar e perdi minha capacidade de concentração para qualquer coisa. Sei que é errado isso, mas tive que adiantar meu horário de almoço. Ou eu comia alguma coisa, ou eu ia entrar em transe vendo aquilo. Se bem que, mesmo depois de toda minha alface e meu pedacinho de frango, continuo não conseguindo olhar para meus gráficos.
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
A vaca magra.
Foi uma porrada na cara. Usei minhas mãos para tentar estancar o sangue que jorrava de minhas narinas e olhei para minha imagem refletida no espelho do banheiro em que me encontrava. Meu rosto estava acabado e o vermelho intenso de minhas hemácias, que formava um rastro do nariz até a ponta do queixo, não contribuía muito para minha boa aparência. Pelo menos minhas vestes haviam se salvado de qualquer pingo. Maldito tempo seco. Maldito ar condicionado forte. Maldito nariz fraco, que desde quando eu era criança começa a sangrar por qualquer motivo. Mas aquele não era o momento para praguejar. Precisava dar um jeito naquilo. E rápido. Afinal de contas, estava no meio de uma reunião em um escritório alheio.
Pelo mais grave que um vazamento nasal de fluídos vermelhos possa ser, tenho que admitir que aquele não era o maior dos desconfortos que senti essa manhã. Comi minha barra de cereais alguns instantes antes de entrar na reunião, já que o início dela coincidiu com o horário do lanche. É claro que, bons anfitriões que eram aqueles que me recebiam, serviram alguma coisa para petiscar além do tradicional café, biscoitinhos amanteigados, no caso. E assim foi, os potes com os biscoitos foram passando de mão em mão até que a moça, magérrima, diga-se de passagem, ao meu lado me ofereceu alguns e eu recusei. Até ai, tudo bem, não quero, pronto, acabou. Não precisa criar caso. Mas ela criou. Perguntou “como assim não quer?” e, pra piorar, fez uma cara de como é que uma pessoa desse tamanho pode não querer um punhado de biscoitos ou, quem sabe, uma tonelada deles? Foi uma porrada na cara. No final das contas, o incidente com o nariz, logo em seguida, até que veio a calhar porque foi a desculpa perfeita para dar o fora momentaneamente de lá e esfriar a cabeça.
Se bem que, pra falar a verdade, agora já faz algumas horas que tudo isso aconteceu e minha cabeça ainda não esfriou. Mas tudo bem, minha vingança será maligna. Perdoem a expressão, mas me perguntem se aquela vaca magra vai receber o trabalho no prazo. Daí, ela pode oferecer biscoitinhos pro chefe dela enquanto explica a situação.
Pelo mais grave que um vazamento nasal de fluídos vermelhos possa ser, tenho que admitir que aquele não era o maior dos desconfortos que senti essa manhã. Comi minha barra de cereais alguns instantes antes de entrar na reunião, já que o início dela coincidiu com o horário do lanche. É claro que, bons anfitriões que eram aqueles que me recebiam, serviram alguma coisa para petiscar além do tradicional café, biscoitinhos amanteigados, no caso. E assim foi, os potes com os biscoitos foram passando de mão em mão até que a moça, magérrima, diga-se de passagem, ao meu lado me ofereceu alguns e eu recusei. Até ai, tudo bem, não quero, pronto, acabou. Não precisa criar caso. Mas ela criou. Perguntou “como assim não quer?” e, pra piorar, fez uma cara de como é que uma pessoa desse tamanho pode não querer um punhado de biscoitos ou, quem sabe, uma tonelada deles? Foi uma porrada na cara. No final das contas, o incidente com o nariz, logo em seguida, até que veio a calhar porque foi a desculpa perfeita para dar o fora momentaneamente de lá e esfriar a cabeça.
Se bem que, pra falar a verdade, agora já faz algumas horas que tudo isso aconteceu e minha cabeça ainda não esfriou. Mas tudo bem, minha vingança será maligna. Perdoem a expressão, mas me perguntem se aquela vaca magra vai receber o trabalho no prazo. Daí, ela pode oferecer biscoitinhos pro chefe dela enquanto explica a situação.
terça-feira, 16 de agosto de 2011
O monstro que eu não quero ser.
Gente, ou estou sofrendo de velhice/caduquice precoce ou de sem vergonhisse aguda. Mas o fato é que, hoje pela manhã simplesmente esqueci que estava de dieta. Ou talvez tenha apenas ignorado de forma subinconsciente. Foram duas fatias de pão e alguma coisinha entre elas, nada de mais na verdade, apenas uma tonelada de recheio, incluindo dois tipos diferentes de gordura. Redundante e idiota. De qualquer forma, foi apenas quando acabei de comer e senti a barriga pesada que me lembrei que havia me comprometido a manter ela leve. Não preciso contar que perdi, momentaneamente, a vontade de viver depois dessa, mas tomei uma decisão. Redesenhei minha geladeira. Não sei se alguém se lembra, mas já tinha feito isso antes, desenhado uma figura extremamente gorda na porta pra, sempre que eu me aproximasse dela, me lembrasse de que era para virar as costas e sair correndo.
Na verdade, acabei me atrasando, e muito para o trabalho com minha atividade complementar matinal, mas valeu a pena. Digamos que adquiri uma paz de espírito enquanto retirava os imãs de geladeira das pizzarias, que prendiam os cardápios tanto de pizzas quanto de vários outros tipos de comida, jogava-os em uma panela, despejava o álcool e riscava o fósforo. Tá certo que, por alguns instantes, me apavorei com as chamas porque achei que acabaria botando fogo na casa toda, o que não era o plano. Mas, tirando a fumaceira que ficou na cozinha (puta erro de cálculo, diga-se de passagem) deu tudo certo.
É claro que não tinha uma caneta de escrever em cd em casa e tive que dar um pulo na papelaria, atividade que fiz a pé e acabou me gerando uma quantidade extra absurda de fome, mas me contive bravamente e depois de uma leve estapeada em minha boca pra fazer com que permanecesse fechada, me concentrei no desenho. Acho que ficou bom. Tá, na verdade, ficou bem feio, afinal de contas, desenhar bem não é uma de minhas qualidades mas, de certa forma, feiúra era o que eu procurava, então, meio que deu certo. O importante é que ficou uma criatura bem gorda, um monstro que eu não quero ser!! Qualquer hora tiro uma foto e posto aqui. Agora, me dêem licença que eu vou ficar olhando para o relógio e contando as voltas do ponteiro até a hora do lanche.
Na verdade, acabei me atrasando, e muito para o trabalho com minha atividade complementar matinal, mas valeu a pena. Digamos que adquiri uma paz de espírito enquanto retirava os imãs de geladeira das pizzarias, que prendiam os cardápios tanto de pizzas quanto de vários outros tipos de comida, jogava-os em uma panela, despejava o álcool e riscava o fósforo. Tá certo que, por alguns instantes, me apavorei com as chamas porque achei que acabaria botando fogo na casa toda, o que não era o plano. Mas, tirando a fumaceira que ficou na cozinha (puta erro de cálculo, diga-se de passagem) deu tudo certo.
É claro que não tinha uma caneta de escrever em cd em casa e tive que dar um pulo na papelaria, atividade que fiz a pé e acabou me gerando uma quantidade extra absurda de fome, mas me contive bravamente e depois de uma leve estapeada em minha boca pra fazer com que permanecesse fechada, me concentrei no desenho. Acho que ficou bom. Tá, na verdade, ficou bem feio, afinal de contas, desenhar bem não é uma de minhas qualidades mas, de certa forma, feiúra era o que eu procurava, então, meio que deu certo. O importante é que ficou uma criatura bem gorda, um monstro que eu não quero ser!! Qualquer hora tiro uma foto e posto aqui. Agora, me dêem licença que eu vou ficar olhando para o relógio e contando as voltas do ponteiro até a hora do lanche.
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Banho de cachoeira.
Voltei. Como devem ter percebido, desapareci do blog por algum tempo. E, como devem ter imaginado, minha dieta nesses últimos tempos não foi, digamos, das melhores, pra não dizer inexistente. Mas hoje à tarde percebi que voltei a sofrer de DEM. Pra quem não sabe, DEM é Distúrbio do Estômago Mimado, ou seja, ele se acostuma com coisas gordurosas e não quer mais saber de outra coisa. E, como já expressei algumas vezes, meu órgão receptor de comida é um verdadeiro canalha. Usa sem dó nem piedade todas as suas poderosas armas pra me seduzir e praticamente anestesiar meu peso na consciência. Infelizmente, só o da consciência mesmo.
Mas hoje aconteceu a gota d’água. Quando saí do trabalho, tive a brilhante ideia de ir a uma lojinha de chocolates tomar um café. Como todo mundo sabe, ninguém toma apenas um café nas lojinhas especializadas nesse tipo de artigo. No meu caso, não foi diferente. Pra falar a verdade, a bebida foi secundária, só a pedi porque senti certo constrangimento moral de me empanturrar de chocolates. Dessa forma, pude me empanturrar de acompanhamentos.
Mas ainda não foi propriamente isso o que me fez retomar a dieta. Algo grave aconteceu. Não tão grave quanto artérias entupidas (nunca parei pra ver a situação das minhas, tenho que admitir) ou uma entalada na catraca do ônibus. Mas, de qualquer forma, grave. O problema é que, na loja, tinha um daqueles aparelhos no qual o chocolate derretido fica rodando, rodando, rodando... E acaba numa mini “cachoeira”. Daí, eu fiquei olhando aquilo e minha vontade foi aumentando, aumentando, aumentando e, quando percebi, não queria apenas comer o chocolate todo. Queria me lambuzar nele. Problemão. Mas tenho que admitir que não me dei conta do fato logo de cara. Não. Só percebi minhas intenções quando meu nariz já estava colado na vitrine. Pois é. Vontade de se lambuzar no chocolate derretido é o fundo do poço. Então, agora vou me levantar, sacudir a poeira e dar um pulo lá na cozinha pra ficar encarando os pés de alface que comprei e despertando meu lado lagarta.
Mas hoje aconteceu a gota d’água. Quando saí do trabalho, tive a brilhante ideia de ir a uma lojinha de chocolates tomar um café. Como todo mundo sabe, ninguém toma apenas um café nas lojinhas especializadas nesse tipo de artigo. No meu caso, não foi diferente. Pra falar a verdade, a bebida foi secundária, só a pedi porque senti certo constrangimento moral de me empanturrar de chocolates. Dessa forma, pude me empanturrar de acompanhamentos.
Mas ainda não foi propriamente isso o que me fez retomar a dieta. Algo grave aconteceu. Não tão grave quanto artérias entupidas (nunca parei pra ver a situação das minhas, tenho que admitir) ou uma entalada na catraca do ônibus. Mas, de qualquer forma, grave. O problema é que, na loja, tinha um daqueles aparelhos no qual o chocolate derretido fica rodando, rodando, rodando... E acaba numa mini “cachoeira”. Daí, eu fiquei olhando aquilo e minha vontade foi aumentando, aumentando, aumentando e, quando percebi, não queria apenas comer o chocolate todo. Queria me lambuzar nele. Problemão. Mas tenho que admitir que não me dei conta do fato logo de cara. Não. Só percebi minhas intenções quando meu nariz já estava colado na vitrine. Pois é. Vontade de se lambuzar no chocolate derretido é o fundo do poço. Então, agora vou me levantar, sacudir a poeira e dar um pulo lá na cozinha pra ficar encarando os pés de alface que comprei e despertando meu lado lagarta.
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Sopa.
Me convidaram para jantar. Fiquei meio assim em aceitar o convite porque sabe como é né? Jantar na casa dos outros, normalmente, é uma bomba para quem está de dieta. Mas depois de me informar e descobrir que o cardápio era uma sopinha, achei que o prejuízo não podia ser tão grande e aceitei. Pra falar a verdade, me animei bastante, uma sopinha, com esse friozinho.... era só dar um jeito de recusar os croutons de forma adequada e pronto!
Porém, como tudo na minha vida, não foi tão simples assim. Enfiei na cabeça que seria um caldinho simples, quente e revigorante e que isso seria tudo. Mas não foi. Depois de rebolar um pouco para me livrar dos amendoins e outras castanhas do aperitivo, e de cuidar para que minha taça de vinho nunca se esvaziasse para não poder ser reenchida, chegou o momento da sopa. Ou melhor, do creme. Pois é, o menu era uma sopa creme de tomates. A cara estava boa, mas tinha dois problemas fundamentais. Primeiro, o tomate: apesar de adorar eles, não suporto sopa de tomate. Uma espécie de trauma de trauma de infância, outro dia eu conto. Segundo, o creme. Se a proporção correta tivesse sido seguida, isso significaria que metade do conteúdo daquela panela fumegante era apenas creme. Basicamente, uma sopa mais calórica do que um bife! Sem contar que sopa não enche o buraco muito bem e você acaba comendo demais.
Consegui comer quatro colheres. Depois meu estomago travou e não consegui continuar. Precisava pensar rápido, já que o jantar tinha sido feito em minha homenagem e ia pegar muito mal simplesmente deixar o prato fundo cheio. Discretamente, peguei um copo vazio e o posicionei estrategicamente em meu colo, bem na direção da borda da mesa. Para completar o quadro, deixei o prato bem na beiradinha. Daí, enquanto as pessoas estavam distraídas, pegava uma colher de sopa e, quando ia passá-la na borda do prato para evitar pingadas na toalha, virava a colher para baixo e ia enchendo o copo. Deu duplamente certo. Não só eu esvaziei meu prato como demorou muito tempo para fazer isso e, quando acabei, os outros já tinham repetido e, de barriga cheia, nem prestavam mais atenção no que eu comia ou deixava de comer. Mas o crime ainda não estava finalizado. Ainda tinha um copo de sopa em meu colo e precisava fazer alguma coisa a respeito. A solução foi engasgar. É sério, fingi uma engasgada, daquelas bem escandalosas e ganhei a oportunidade perfeita para me levantar correndo da mesa em direção ao banheiro. E com o copo escondido pela camisa. Daí, nada que a pia do lavado não desse conta.
PS: agradeço as receitas. Vou tentar todas.
Porém, como tudo na minha vida, não foi tão simples assim. Enfiei na cabeça que seria um caldinho simples, quente e revigorante e que isso seria tudo. Mas não foi. Depois de rebolar um pouco para me livrar dos amendoins e outras castanhas do aperitivo, e de cuidar para que minha taça de vinho nunca se esvaziasse para não poder ser reenchida, chegou o momento da sopa. Ou melhor, do creme. Pois é, o menu era uma sopa creme de tomates. A cara estava boa, mas tinha dois problemas fundamentais. Primeiro, o tomate: apesar de adorar eles, não suporto sopa de tomate. Uma espécie de trauma de trauma de infância, outro dia eu conto. Segundo, o creme. Se a proporção correta tivesse sido seguida, isso significaria que metade do conteúdo daquela panela fumegante era apenas creme. Basicamente, uma sopa mais calórica do que um bife! Sem contar que sopa não enche o buraco muito bem e você acaba comendo demais.
Consegui comer quatro colheres. Depois meu estomago travou e não consegui continuar. Precisava pensar rápido, já que o jantar tinha sido feito em minha homenagem e ia pegar muito mal simplesmente deixar o prato fundo cheio. Discretamente, peguei um copo vazio e o posicionei estrategicamente em meu colo, bem na direção da borda da mesa. Para completar o quadro, deixei o prato bem na beiradinha. Daí, enquanto as pessoas estavam distraídas, pegava uma colher de sopa e, quando ia passá-la na borda do prato para evitar pingadas na toalha, virava a colher para baixo e ia enchendo o copo. Deu duplamente certo. Não só eu esvaziei meu prato como demorou muito tempo para fazer isso e, quando acabei, os outros já tinham repetido e, de barriga cheia, nem prestavam mais atenção no que eu comia ou deixava de comer. Mas o crime ainda não estava finalizado. Ainda tinha um copo de sopa em meu colo e precisava fazer alguma coisa a respeito. A solução foi engasgar. É sério, fingi uma engasgada, daquelas bem escandalosas e ganhei a oportunidade perfeita para me levantar correndo da mesa em direção ao banheiro. E com o copo escondido pela camisa. Daí, nada que a pia do lavado não desse conta.
PS: agradeço as receitas. Vou tentar todas.
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