sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

As coisas boas da vida.

Como prometido, vim contar como foi meu almoço de ontem. Poderia perder horas descrevendo como o ambiente era agradável, mas não chegaria nem aos pés da realidade. Também, palavras não podem competir com um aroma tão delicioso como o que invadia as narinas a cada inspirada que se dava dentro daquele restaurante. Pois é, computador ainda não tem cheiro. Enfim, nós, chefona e eu, chegamos antes do cliente e ficamos esperando em uma mesa. Até aí, sem problemas, mas já era quase uma da tarde, ou seja, quase uma hora de atraso para meu almoço dieteticamente programado, e minha barriga começava a reclamar. Para um órgão que foi tão bem tratado durante a maior parte da minha vida, meu estômago se mostrou bem ingrato quando começou a se contorcer e a me provocar um desconforto que chegou até a se transformar em dor. Uma dor faminta. Para piorar um pouco mais minha situação, bem no meio da mesa e totalmente dentro do meu campo de visão, o couvert parecia estar realmente delicioso. Não me atrevi a provar nenhuma daquelas pastinhas/bolinhos/pãezinhos, mas foi uma dureza conseguir resistir.

O cliente chegou todo animado (entenda pessoa com fome prestes a comer; e comer bem) e, depois de um pouco de conversa, mergulhamos, nós três, na leitura detalhada do cardápio. Um matemático diria que meu problema era uma equação sem solução. Um químico, uma fórmula insolúvel. Um filósofo, um paradoxo. Insolucionável. Meu dilema era: queria manter a dieta, mas também queria comer bem, afinal de contas, não é todo dia que alguém te leva e se oferece para pagar a conta num lugar desses. Não fazia questão de comer muito, mas tinha que acertar no pedido. Tinha que ser alguma coisa muito boa. Dei uma espiada nas mesas ao meu entorno, pensando no que pedir, quando vi uma coisa que pareceu animadora. A maioria dos pratos vinha desmembrada. Mais ou menos assim. Em um prato, no qual as pessoas comiam, vinha o prato principal (carne). Em outros, os acompanhamentos e, por fim, os molhos vinham em tigelinhas. Na verdade não eram bem tigelas porque eram de metal, se bobear de prata, mas não sei outro nome pra isso.

Quando o garçom acabou de anotar o pedido de ambos os chefes, abaixei o cardápio e me preparei. Precisava de mais tempo para fazer a escolha certa, mas não queria “causar”. Acontece que eu “causei”. Pedi um filé de haddock, que é peixe e é cozido no leite, não frito na manteiga. Ponto positivo. Mas pedi pro garçom pra trocar o acompanhamento. Ele me olhou com uma cara meio estranha que dizia mais ou menos “qual é o seu problema? Ninguém troca os acompanhamentos aqui”, mas acabou cedendo. Pedi uma salada de folhas e justifiquei a minha chefe e ao meu (meu nada né, mas...) cliente que tinha um laço emocional muito forte com esse peixe acompanhado de salada, que era o que meu pai preparava para mim em meus aniversários e blá blá blá. Enfim, parece que minha troca não foi tão absurda assim. Tava muito bom e, a julgar pelos olhares daqueles que dividiam a mesa comigo, meu prato era o mais apetitoso. Só foi uma pena ter que deixar o molho de manteiga intocado em sua tigelinha metida a besta.

PS: quero agradecer a Fabi pelo selinho que me deu.

4 comentários:

  1. Nossa, fiquei curiosa para conhecer, ou melhor, provar este peixe!!

    Beijos, e um ótimo final de semana!

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  2. Humm, deve ser bom mesmo... e o molhinho de manteiga? Nada light, mas deve ser um espetáculo!

    Beijo

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  3. Simplesmente adoooooooooooro peixe!!!

    Um ótimo fim de semana LIGHT pra vc (rsrs)!!!

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  4. Oie,

    Simplesmente peixe é bom demais!!!

    Beijos e um lindo fim de semana light!!

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