quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Fome, cadê você?

Não estou conseguindo comer. Fantástico né? Foi isso o que eu pensei quando dei apenas duas mordidas na minha torrada matinal, deixei meia barra de cereal de meu lanche da manhã pra trás e olhei para os dois terços do meu prato no almoço, que já era pequeno e não consegui dar a próxima garfada. Mas agora estou em dúvida. Isso não é normal. Ainda sinto fome na maior parte do tempo, mas na hora em que posso saciá-la, a vontade simplesmente desaparece. O problema é o seguinte, não sei se com isso vou emagrecer ou vou é ficar doente. E acho que tem grandes chances de não ser uma coisa boa.

É como se eu tivesse substituído minhas refeições por café. Uma coisa que te faz refletir sobre a vida no geral. Pois é, acho que a dieta tomou, definitivamente, conta de mim.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Ressaca.

Ontem, acordei de ressaca. Não vou contar sobre minha noite de sábado porque os fatos não são relevantes por um lado e eu não me lembro de muita coisa por outro. Mas tem uma coisa que não da pra esquecer. O prejuízo que foi para a dieta. Tudo bem, uma vez ou outra essas coisas acontecem e ficar me lamentando não vai apagar o passado. E eu não lembrar dele também não vai fazer não ter acontecido. Enfim, voltando ao ponto, acordei depois do meio dia com a tradicional cabeça latejando e um nó no estômago. Isso pode parecer uma coisa boa porque pessoas enjoadas não conseguem comer muito, mas, no meu caso, a coisa funcionou um pouco diferente. Fiquei com muita fome. Pra piorar, não era uma fome genérica, de comida, era uma fome específica por alimentos específicos. Nem preciso dizer que nenhum deles não engordava.

Porém, de todos os itens ultracalóricos que me passaram pela cabeça, um deles não ia embora de jeito nenhum: sorvete. Era uma impressão permanente de que, a partir do momento que eu comesse sorvete, a ressaca se curaria instantaneamente. Só que eu não tinha sorvete em casa e não havia a menor condição de que eu me apresentasse em público no estado em que me encontrava, mesmo que o público fosse apenas as outras pessoas no supermercado. Então, tentando não engordar tanto e não sair de casa, resolvi fazer meu próprio sorvete.

Quem está lendo deve ter subentendido minhas habilidades então talvez seja a hora de deixar claro: eu não sei fazer sorvete! Na verdade, o que fiz foi congelar um copo de leite e uma maçã, com o plano de bater tudo no liquidificador depois. Não foi de minhas idéias mais inteligentes. Não consegui tirar o leite do copo, que acabou se quebrando e tive que jogar tudo fora uma vez que cacos de vidro, apesar de não engordarem, certamente apenas piorariam minha ressaca. A maçã até que ficou gostosa. Tentei lamber ela congelada, como se fosse um picolé, o que não deu certo também mas depois que descongelou ficou boa. Concentrou o açúcar. Se bem que quando todo o processo acabou já era tão tarde e eu tava com tanto sono que acho que nenhum sabor faria diferença alguma. Ainda bem que estou melhor hoje, mas tá difícil minha luta contra um picolé de limão.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Onde eu fui me sentar!

Não tenho filhos. Talvez seja por isso que eu não consiga entender. Mas a verdade é que não faz o menor sentido pra mim que as mães gostem tanto de trazer a sobra do bolo da festa de aniversário de seu filho pequeno para ser dividido entre o pessoal do trabalho. Principalmente porque elas pegam uma série de pratinhos de plástico, colocam fatias de bolo e as distribuem, mesmo que você não peça e te deixam numa situação na qual não é nada elegante recusar. Foi assim que eu terminei segurando um prato de bolo de chocolate com uma aparência deliciosa.

Estava naquela coisa de não saber o que fazer nem como reagir e, ao mesmo tempo, sem conseguir pensar em outra coisa que não fosse bolo, de pé, ao lado de minha cadeira quando o telefone tocou e eu atendi. Ligação importante, situação delicada. Me envolvi na conversa e apoiei o pratinho em minha cadeira. Alguns minutos depois, coloquei o aparelho de volta no gancho e me sentei. Sim, em cima do bolo. Nunca tinha feito isso antes, mas é uma sensação engraçada. Você meio que escorrega para os lados e demora um pouco pra entender o que está acontecendo. Mas até ai, tudo bem. O problema vem quando você percebe o que aconteceu. Pouco depois que você solta aquele palavrão blasfemando o mundo e seu azar e, mesmo sem ter a intenção, atrai o olhar de todos pra você.

O negócio é basicamente o seguinte: como limpar um traseiro sujo de bolo? Não dá pra tirar e lavar a roupa porque, convenhamos, não é socialmente aceitável perambular de roupa de baixo por lugares públicos. Mas não dá pra fazer mais nada a não ser espalhar ainda mais a sujeira enquanto tenta remover ela com um papel. E, pra completar, não dá pra sentar em lugar nenhum porque se não você vai sujar as cadeiras. Complicado. Mas tudo bem. Forrei o espaço para meu traseiro com alguns metros quadrados de papel toalha e bola pra frente. Quero só ver como será minha caminhada de volta pra casa, com os fundos todos sujos. Provavelmente as pessoas na rua vão olhar. E vão pensar. Droga.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Vá dormir lá fora.

Eu olhava para ele e ele, de alguma forma, olhava de volta para mim. Sedutor, intenso, interessante. Me ocorreu, por quanto tempo conseguiria sustentar aquela situação sem que nada além acontecesse? Talvez não muito. Percebi que mexia minhas mãos de forma insistente. Era o nervosismo tomando o controle. Não queria que nada acontecesse, mas vai saber... Nem sempre da pra resistir. Agora, pensando bem e olhando para trás, percebo que a coisa era totalmente ridícula. Permitam que eu explique. A cena era a seguinte: eu, com meu traseiro tamanho extra apoiado sobre uma das banquetas da cozinha, a mesa, um pote de geléia sobre seu tampo e nada mais. Uma das colegas de trabalho acabou de voltar de uma viagem para o sul, onde foi visitar umas fazendinhas e acabou trazendo um pote de geléia caseira para cada pessoa do escritório. Eu ganhei o meu e tinha que decidir o que fazer com ele.

Amoras. Um de meus sabores preferidos. Era o que dizia, escrito à mão, com uma letra não lá muito legível, o rótulo com desenhos cor de rosa, impresso em grande quantidade e usado por uma grande variedade de produtores dos mais variados cantos do país. Acho, a última parte é mera especulação. Mas talvez eu estivesse sofrendo à toa. Fazendo uma tempestade em copo d’água. Tinha uma chance de, por exemplo, eu nunca conseguir abrir a tampa. Ou, da receita usada para preparar aquela geléia em si deixar o produto final com um cheiro que não me apetecesse. Não dava pra saber. Se bem que são raras as coisas feitas com açúcar que não me apetecem, seja o cheiro que for.

Voltei a olhar o rótulo, procurando algum componente químico que me desse reação alérgica mas me lembrei que não tenho alergias. Mesmo se tivesse, não havia nenhuma indicação sobre os ingredientes daquela coisa, nem a tabelinha de calorias. Estava escrito apenas “Amora” no meio do papelzinho e a data de validade no canto. Talvez fosse essa a solução. Prolongar aquela situação até que a coisa se estragasse. Mas julguei que esperar até fevereiro de 2013 era meio fora de questão. Esperar qualquer segundo além dos 25 minutos que já havia perdido naquilo estava fora de questão. Tomei uma solução drástica. Coloquei o pote pra dormir lá fora. Sério. Abri a porta da cozinha e o coloquei perto do elevador dos fundos. Consegui uma paz de espírito incrível. Ainda não voltei pra olhar e ver se ele continua me esperando, mas tenho esperanças de que algum vizinho, passando por lá, tenha achado uma boa ideia se apropriar do meu pote de geléia de amoras.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Sinuca.

Ontem recebi uma carta. Não veio pelo correio, como normalmente as cartas acontece, foi entregue em mãos o que pode até parecer uma ótima coisa mas, no meu caso foi terrível. Basicamente porque o conteúdo da carta era terrível. Não pretendo entrar em detalhes sobre isso porque aquelas palavras utilizadas formando um texto extremamente desagradável nada têm a ver com a dieta mas cito o fato porque o impacto da leitura está tentando afetar minha relação com a balança.

É, basicamente, um sentimento contraditório. Minha primeira vontade para desatar o nó na boca do estômago foi enche-lo de sorvete. Porém, mesmo que isso aliviasse por um lado, traria um peso na consciência gigantesco no que se refere a perda de peso. Sem contar que está frio e eu acabaria é com dor de garganta. Mas um raciocínio semelhante vale para os outros itens que aliviam a pressão emocional como chocolates, pizza, hambúrguer, um balde de torresmos... Tudo o que eu quero nesse momento engorda. É uma sinuca. Não posso aliviar uma coisa sem causar em outra e o resultado é que vou me sentir mal de qualquer forma. Não é uma beleza?

Pois é. Acho que a solução será voltar para minha velha companheira tabela de calorias, fazer uma contas e substituir as 100 calorias do lanchinho da tarde por uma dose de alguma coisa forte. Seja do tamanho que for. E o pior é que tem reunião geral às 16h00 e quero só ver qual será a reação dos meus superiores quando começar a fazer minha apresentação com a voz embolada. Espero que nenhuma vontade maluca de tirar a roupa me atinja. Ia ser difícil de explicar.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Aprontei.

Estou morrendo de rir. Pela manhã, coloquei os papeis dobrados escondidos sob a porta do banheiro para que desse a impressão de que ela estava trancada. Porém, uma vez que a chefona me pegou no pulo quando voltei me minha empreitada, me esqueci de retirar os papéis e liberar a porta. Então, agora pouco, vieram aqui fazem uma contagem do pessoal. Falaram que tinha alguém trancado no banheiro e que não respondia e eles queriam saber quem era e ver se estava tudo bem. Foi difícil segurar a risada e, se alguém perguntar, nego meu envolvimento nessa coisa até a morte.

Quem mexeu na minha pêra?

Perdi meu lanche matinal. Droga. Me lembro perfeitamente bem que peguei uma pêra antes de sair de casa. Me lembro de carregar minha pêra pelo caminho até o trabalho. Me lembro de ter passado boa parte da manhã pensando em minha pêra. Mas não consigo me lembrar onde a deixei. Que saudades de minha pêra. Tão bacana, tão boazinha, fazia apenas o bem para as pessoas e agora está por ai, perdida, ou quem sabe, no estômago alheio. Tomara que, se esse foi o destino, que tenham feito bom proveito dela. Acho que já sei o que aconteceu. Mas ainda é apenas uma teoria. Quando cheguei ao escritório, fui direto para a micro cozinha preparar o café a apoiei o monte de tralha que carregava na bancada ao lado da pia. Devo ter esquecido meu lanchinho por lá e, nesse antro de famintos, alguém deve ter encontrado e devorado.

Mas foi um problemão ter que encontrar alguma coisa comestível para substituir. Tava no meio de uma tarefa importante e com prazo curto para ser executada e perdi um tempo considerável procurando minha fruta. Não podia perder mais tempo dando uma descida até a rua pra comprar alguma coisa. Porém, ao me deparar com a ausência de comida, me desesperei. E desci. Sair do escritório sem que ninguém te veja é uma tarefa relativamente complicada primeiro porque minha sala, que é minha e de todo o resto sem qualificação suficiente para ter a própria sala, deixa minha ausência muito na cara. Então, o que tinha que fazer era conseguir trancar um banheiro para ter um álibi. Isso foi facilmente arranjado porque as portas não são muito boas e bastaram algumas folhas de papel dobradas e escondidas por baixo do vão que quem tentasse entrar pensaria que estava ocupado.

O principal problema era passar pelas recepcionistas, que ficavam bem de frente para a porta principal e tem o péssimo habito de fofocar ao extremo. Mas tudo bem, eu tinha um plano. Liguei para o escritório de meu celular e, com uma voz disfarçada, pedi para que verificassem alguns documentos, alegando ser um cliente. Como eu sei que esse cliente é polêmico, e as duas não perderiam a chance de poder dar uma espiada nos documentos, contei com a sorte e funcionou. Ambas foram até os arquivos na sala ao lado. Dei o fora. Comprei um pacotinho de bolachas, comi no elevador e me ferrei. Não pensei num plano pra voltar de dei de cara com a chefona quando entrei. Tudo porque eu não vigiei minha pêra com a devida atenção. Toca inventar uma desculpa.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Alucinei?

O queijo derretido se movia com uma lentidão que tornava o movimento quase imperceptível, mas quem olhasse atentamente poderia percebê-lo. O calor fazia com que pequenas bolhas estourassem bem abaixo das rodelas de linguiça fazendo com que dessem pequenos pulinhos e voltassem ao lugar. As azeitonas pretas brilhavam intensamente, como pequenas estrelas, formando uma verdadeira constelação naquele círculo delicioso. A borda, crocante, estufada e chamuscada com perfeição em alguns pontos limitava aquela bola de pecado, dava-lhe forma, provia-lhe sentido. Era uma visão cósmica. Era como dar uma espiadela no paraíso. Aquela visão ia se enraizando em minha mente e amolecendo meu corpo. Deixei o ar encher meus pulmões e usei toda minha força para apertar o braço da cadeira com a ponta de meus dedos enquanto dizia mentalmente: “Acalme-se, você está alucinando. Isso é apenas um gráfico, você está apenas fazendo uma apresentação de slides.”

Então, como num passe de mágica, voltei à realidade. A pizza na tela do computador voltou a ser apenas um círculo dividido em 8 pedaços, cada um de uma cor, cada um com um número dentro. Nada de alucinações. Ainda faltavam 20 minutos para o almoço. Concentração e foco. Era tudo o que eu precisava. Mas devo admitir que é bem difícil se concentrar quando você continua sentindo o cheiro de pizza e... espera aí, alucinação olfativa? Isso é possível? Olhei em volta e descobri que minha vontade de mandar a ver uma redonda não era injustificada. A chefinha e, só lembrando, a chefinha é aquela que comprou um ingresso e acha que é a estrela do show, estava se esbaldando com três pedaços de pizza fria. Foi uma visão do inferno. Não apenas porque ela come de boca aberta e faz a maior sujeira, mas porque meus neurônios travaram em torno de uma única coisa: pizza. Ainda mais pizza fria, o que, devo admitir, acho melhor do que a quente. Não sei, alguma coisa a ver com memórias de infância.

Pois é, não deu. Comecei a babar e perdi minha capacidade de concentração para qualquer coisa. Sei que é errado isso, mas tive que adiantar meu horário de almoço. Ou eu comia alguma coisa, ou eu ia entrar em transe vendo aquilo. Se bem que, mesmo depois de toda minha alface e meu pedacinho de frango, continuo não conseguindo olhar para meus gráficos.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A vaca magra.

Foi uma porrada na cara. Usei minhas mãos para tentar estancar o sangue que jorrava de minhas narinas e olhei para minha imagem refletida no espelho do banheiro em que me encontrava. Meu rosto estava acabado e o vermelho intenso de minhas hemácias, que formava um rastro do nariz até a ponta do queixo, não contribuía muito para minha boa aparência. Pelo menos minhas vestes haviam se salvado de qualquer pingo. Maldito tempo seco. Maldito ar condicionado forte. Maldito nariz fraco, que desde quando eu era criança começa a sangrar por qualquer motivo. Mas aquele não era o momento para praguejar. Precisava dar um jeito naquilo. E rápido. Afinal de contas, estava no meio de uma reunião em um escritório alheio.

Pelo mais grave que um vazamento nasal de fluídos vermelhos possa ser, tenho que admitir que aquele não era o maior dos desconfortos que senti essa manhã. Comi minha barra de cereais alguns instantes antes de entrar na reunião, já que o início dela coincidiu com o horário do lanche. É claro que, bons anfitriões que eram aqueles que me recebiam, serviram alguma coisa para petiscar além do tradicional café, biscoitinhos amanteigados, no caso. E assim foi, os potes com os biscoitos foram passando de mão em mão até que a moça, magérrima, diga-se de passagem, ao meu lado me ofereceu alguns e eu recusei. Até ai, tudo bem, não quero, pronto, acabou. Não precisa criar caso. Mas ela criou. Perguntou “como assim não quer?” e, pra piorar, fez uma cara de como é que uma pessoa desse tamanho pode não querer um punhado de biscoitos ou, quem sabe, uma tonelada deles? Foi uma porrada na cara. No final das contas, o incidente com o nariz, logo em seguida, até que veio a calhar porque foi a desculpa perfeita para dar o fora momentaneamente de lá e esfriar a cabeça.

Se bem que, pra falar a verdade, agora já faz algumas horas que tudo isso aconteceu e minha cabeça ainda não esfriou. Mas tudo bem, minha vingança será maligna. Perdoem a expressão, mas me perguntem se aquela vaca magra vai receber o trabalho no prazo. Daí, ela pode oferecer biscoitinhos pro chefe dela enquanto explica a situação.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

O monstro que eu não quero ser.

Gente, ou estou sofrendo de velhice/caduquice precoce ou de sem vergonhisse aguda. Mas o fato é que, hoje pela manhã simplesmente esqueci que estava de dieta. Ou talvez tenha apenas ignorado de forma subinconsciente. Foram duas fatias de pão e alguma coisinha entre elas, nada de mais na verdade, apenas uma tonelada de recheio, incluindo dois tipos diferentes de gordura. Redundante e idiota. De qualquer forma, foi apenas quando acabei de comer e senti a barriga pesada que me lembrei que havia me comprometido a manter ela leve. Não preciso contar que perdi, momentaneamente, a vontade de viver depois dessa, mas tomei uma decisão. Redesenhei minha geladeira. Não sei se alguém se lembra, mas já tinha feito isso antes, desenhado uma figura extremamente gorda na porta pra, sempre que eu me aproximasse dela, me lembrasse de que era para virar as costas e sair correndo.

Na verdade, acabei me atrasando, e muito para o trabalho com minha atividade complementar matinal, mas valeu a pena. Digamos que adquiri uma paz de espírito enquanto retirava os imãs de geladeira das pizzarias, que prendiam os cardápios tanto de pizzas quanto de vários outros tipos de comida, jogava-os em uma panela, despejava o álcool e riscava o fósforo. Tá certo que, por alguns instantes, me apavorei com as chamas porque achei que acabaria botando fogo na casa toda, o que não era o plano. Mas, tirando a fumaceira que ficou na cozinha (puta erro de cálculo, diga-se de passagem) deu tudo certo.

É claro que não tinha uma caneta de escrever em cd em casa e tive que dar um pulo na papelaria, atividade que fiz a pé e acabou me gerando uma quantidade extra absurda de fome, mas me contive bravamente e depois de uma leve estapeada em minha boca pra fazer com que permanecesse fechada, me concentrei no desenho. Acho que ficou bom. Tá, na verdade, ficou bem feio, afinal de contas, desenhar bem não é uma de minhas qualidades mas, de certa forma, feiúra era o que eu procurava, então, meio que deu certo. O importante é que ficou uma criatura bem gorda, um monstro que eu não quero ser!! Qualquer hora tiro uma foto e posto aqui. Agora, me dêem licença que eu vou ficar olhando para o relógio e contando as voltas do ponteiro até a hora do lanche.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Banho de cachoeira.

Voltei. Como devem ter percebido, desapareci do blog por algum tempo. E, como devem ter imaginado, minha dieta nesses últimos tempos não foi, digamos, das melhores, pra não dizer inexistente. Mas hoje à tarde percebi que voltei a sofrer de DEM. Pra quem não sabe, DEM é Distúrbio do Estômago Mimado, ou seja, ele se acostuma com coisas gordurosas e não quer mais saber de outra coisa. E, como já expressei algumas vezes, meu órgão receptor de comida é um verdadeiro canalha. Usa sem dó nem piedade todas as suas poderosas armas pra me seduzir e praticamente anestesiar meu peso na consciência. Infelizmente, só o da consciência mesmo.

Mas hoje aconteceu a gota d’água. Quando saí do trabalho, tive a brilhante ideia de ir a uma lojinha de chocolates tomar um café. Como todo mundo sabe, ninguém toma apenas um café nas lojinhas especializadas nesse tipo de artigo. No meu caso, não foi diferente. Pra falar a verdade, a bebida foi secundária, só a pedi porque senti certo constrangimento moral de me empanturrar de chocolates. Dessa forma, pude me empanturrar de acompanhamentos.

Mas ainda não foi propriamente isso o que me fez retomar a dieta. Algo grave aconteceu. Não tão grave quanto artérias entupidas (nunca parei pra ver a situação das minhas, tenho que admitir) ou uma entalada na catraca do ônibus. Mas, de qualquer forma, grave. O problema é que, na loja, tinha um daqueles aparelhos no qual o chocolate derretido fica rodando, rodando, rodando... E acaba numa mini “cachoeira”. Daí, eu fiquei olhando aquilo e minha vontade foi aumentando, aumentando, aumentando e, quando percebi, não queria apenas comer o chocolate todo. Queria me lambuzar nele. Problemão. Mas tenho que admitir que não me dei conta do fato logo de cara. Não. Só percebi minhas intenções quando meu nariz já estava colado na vitrine. Pois é. Vontade de se lambuzar no chocolate derretido é o fundo do poço. Então, agora vou me levantar, sacudir a poeira e dar um pulo lá na cozinha pra ficar encarando os pés de alface que comprei e despertando meu lado lagarta.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Sopa.

Me convidaram para jantar. Fiquei meio assim em aceitar o convite porque sabe como é né? Jantar na casa dos outros, normalmente, é uma bomba para quem está de dieta. Mas depois de me informar e descobrir que o cardápio era uma sopinha, achei que o prejuízo não podia ser tão grande e aceitei. Pra falar a verdade, me animei bastante, uma sopinha, com esse friozinho.... era só dar um jeito de recusar os croutons de forma adequada e pronto!

Porém, como tudo na minha vida, não foi tão simples assim. Enfiei na cabeça que seria um caldinho simples, quente e revigorante e que isso seria tudo. Mas não foi. Depois de rebolar um pouco para me livrar dos amendoins e outras castanhas do aperitivo, e de cuidar para que minha taça de vinho nunca se esvaziasse para não poder ser reenchida, chegou o momento da sopa. Ou melhor, do creme. Pois é, o menu era uma sopa creme de tomates. A cara estava boa, mas tinha dois problemas fundamentais. Primeiro, o tomate: apesar de adorar eles, não suporto sopa de tomate. Uma espécie de trauma de trauma de infância, outro dia eu conto. Segundo, o creme. Se a proporção correta tivesse sido seguida, isso significaria que metade do conteúdo daquela panela fumegante era apenas creme. Basicamente, uma sopa mais calórica do que um bife! Sem contar que sopa não enche o buraco muito bem e você acaba comendo demais.

Consegui comer quatro colheres. Depois meu estomago travou e não consegui continuar. Precisava pensar rápido, já que o jantar tinha sido feito em minha homenagem e ia pegar muito mal simplesmente deixar o prato fundo cheio. Discretamente, peguei um copo vazio e o posicionei estrategicamente em meu colo, bem na direção da borda da mesa. Para completar o quadro, deixei o prato bem na beiradinha. Daí, enquanto as pessoas estavam distraídas, pegava uma colher de sopa e, quando ia passá-la na borda do prato para evitar pingadas na toalha, virava a colher para baixo e ia enchendo o copo. Deu duplamente certo. Não só eu esvaziei meu prato como demorou muito tempo para fazer isso e, quando acabei, os outros já tinham repetido e, de barriga cheia, nem prestavam mais atenção no que eu comia ou deixava de comer. Mas o crime ainda não estava finalizado. Ainda tinha um copo de sopa em meu colo e precisava fazer alguma coisa a respeito. A solução foi engasgar. É sério, fingi uma engasgada, daquelas bem escandalosas e ganhei a oportunidade perfeita para me levantar correndo da mesa em direção ao banheiro. E com o copo escondido pela camisa. Daí, nada que a pia do lavado não desse conta.

PS: agradeço as receitas. Vou tentar todas.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Frango de borracha.

Faz um tempinho que não escrevo mas, dessa vez, não foram distrações alimentícias que me mantiveram longe do blog e sim diversos outros pepinos. Ainda bem que pepino não engorda, apesar de estarem fazendo um belo estrago na Europa. Ia ser, no mínimo, engraçado, além de trágico, é claro, se a Espanha e a Alemanha começassem uma guerra sobre quem disse primeiro que o pepino de quem era contagioso. Mas conflitos internacionais não vêm ao caso.

Hoje arranjei um tempinho para escrever porque aconteceu uma coisa inusitada. Estava andando pela rua, meio que sem destino, quando passei por uma loja que vendia vários artigos de borracha. Um deles era um frango. Quem ia imaginar que, depois de tantos anos de vida, uma coisa tão simples poderia despertar emoções tão fortes em mim? Mas aconteceu. Aquele frango de borracha, pendurado pelo pescoço com um barbante preso ao teto e exposto na vitrine mexeu comigo. Me deu fome. E foi ai que eu percebi que preciso de uma receita de frango inusitada.

É verdade, eu cansei. Nesses últimos meses de dieta, comi tanto frango que chego a achar que teria sido vantajoso se tivesse comprado meu próprio galinheiro. Mas eles estavam sempre do mesmo jeito. Normalmente peito, normalmente grelhado sem óleo ou algumas vezes, cozido. Preciso de uma nova receita, uma que quebre a rotina. Tá certo que não precisamos chegar a um extremo de usar frango de borracha, mas preciso de alguma coisa diferente. Alguma sugestão?

terça-feira, 31 de maio de 2011

Cachorrinho bonitinho.

Acho que peguei uma maldição. Não sei bem como explicar e talvez seja apenas um monte de coincidências, mas coisas estranhas estão acontecendo comigo. Tudo começou hoje de manhã, quando saí, bem cedo, para cometer um pecado. Ainda estava escuro quando cheguei a rua e fui direção à padaria com um plano diabólico na cabeça: comprar um pãozinho. Era só um, e eu pretendia comê-lo no café da manhã e já tinha até me convencido, durante minha insônia matinal, que não seria uma quebra de dieta tão grave assim. Porém, no meio do caminho, o cão apareceu na minha frente. Era um cachorro desses de rua, com um pelo meio amarelo, comprido e abundante e até que tinha uma fisionomia simpática. Teria passado despercebido, como um vira-latas qualquer, não fosse por um pequeno e curioso detalhe: seu rabo só abanava para um lado.

Trocamos olhares por apenas alguns instantes, mas aquilo, de alguma forma, mexeu comigo. Quando cheguei a padaria, não conseguia tirar minha mente daquele rabo peludo abanando sempre para o mesmo lado sob a iluminação ainda fraca do sol nascente. Será que ele fazia isso de propósito ou era uma deficiência qualquer? Enfim, dediquei mais uns 7 minutos inteiros sobre o assunto até que saiu a primeira fornada da manhã e meus pensamentos tomaram outro rumo. Voltei pra casa com meu pão e uma garrafa de leite. O primeiro, recheei com uma fatia de queijo e, o segundo, esquentei e coloquei no café, para afastar o frio matinal que estava de matar. Me enrolei num cobertor e fui para o sofá, ter minha primeira refeição do dia. Porém, logo no primeiro gole, senti algo estranho em minha boca e, quando percebi, estava babando tudo. O café com leite escorria pelo meu peito. Foi ai que percebi. Estava segurando a caneca com a mão esquerda, quando minha direita é a que funciona bem. Mas por que estava fazendo aquilo? Refleti sobre o assunto por alguns instantes e, num estalo, a solução se apresentou pra mim. Voltei a pensar no rabo do tal do cachorro. Era isso, só podia ser, o cão me amaldiçoou e, agora, só um lado do meu corpo estava funcionando.

Precisava ter uma prova, saber se tudo não passava de impressão ou se era, de fato, uma maldição. Decidi morder o sanduíche. A mão que se estender até o prato foi novamente a esquerda. Isso não provava nada. Ignorei e mordi. Apenas meu lado esquerdo mastigava! Desesperei e desisti do pão. Achei melhor tomar banho e me preparar para o trabalho. Foi difícil mas, conforme caminhava para o escritório, a perna direita parou de arrastar e as coisas foram voltando ao normal. Até o lado esquerdo parou de parecer mais bem lavado do que o direito. Talvez tivesse sido só impressão. Talvez, não fosse pelo café que decidi tomar agora pouco. Minha camisa está imunda! Uma mancha de café bem no lugar do coração. Não sei mais o que fazer, mas estou buscando na internet contra-feitiços para maldições de cachorros que abanam o rabo para um lado só. Alguém tem alguma dica?

segunda-feira, 30 de maio de 2011

A prática de esportes.

Estou tentando arranjar um novo exercício físico. Todo mundo sabe que atividades físicas regulares, o bom e velho esporte, ajuda a perder peso mas uma coisa que eu sei é que eu odeio fazer esforço. Então, dediquei esse final de semana a criação de um novo esporte, um que se adéqüe as minhas necessidades.

A primeira idéia foi a corrida rolada da ladeira abaixo. A parte boa é que basta deitar no topo da ladeira e rolar. Quem chegar primeiro no final dela ganha. A parte ruim é que precisa de, pelo menos, dois participantes. Sem contar que, quanto mais esférica, mais vantagens a pessoa tem o que pode gerar uma vontade de engordar mais a ponto de atingir a excelência no esporte.

A segunda idéia foi o velocismo em mastigação. As regras são muito simples: escolhe-se um alimento difícil de mastigar, tipo um pedaço de coco ou uma cenoura e, quem mastigar mais rápido, ganha. O bom é que pode ser praticado com alimentos não engordativos e os treinos podem acontecer durante a hora do lanche. O ruim é que pessoas com dentaduras não podem participar.

A terceira idéia foi o equilibrismo no chão amanteigado. É muito fácil. Basta espalhar manteiga no chão e tentar se equilibrar pelo maior tempo possível. A parte boa é obvia: envolve manteiga e tudo o que envolve manteiga fica mais gostoso. Os problemas deste, porém, são dois. Primeiro existem possibilidades reais e grandes de um tombo, o que pode doer um bocado. Depois, dependendo do estado de espírito do competidor, pode gerar uma vontade incontrolável de lamber o chão do ringue...

Enfim, ainda não sei como vou me virar com minhas atividades físicas, mas algo me diz que preciso de uma idéia melhor... De qualquer forma, vou mandar minhas sugestões pro Rio, pra ver se é possível incorporar alguma coisa pra 2016.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Virei abóbora.

Sabem aquela história que quando passa da meia noite alguma coisa vira abóbora? Então, tenho duas coisas para dizer a respeito. A primeira delas é que não vira abóbora, vira moranga! Ta certo que moranga é um tipo de abóbora, mas isso gera uma baita confusão na cabeça das crianças. Ou, talvez, eu apenas tenha sido uma criança lerda. Mas o fato é que até uns 12, 13 anos, eu não conseguia entender nada!

A segunda coisa, que talvez seja mais importante, é que esse negócio de depois da meia noite virar abóbora aconteceu comigo ontem. Quer dizer, moranga. Tá certo que a coisa teve algumas pequenas modificações da história original, como por exemplo não era meia noite e sim oito e meia e eu não virei abóbora e sim a moranga que se transformou em mim! Calma, não estou falando sobre um clone, principalmente porque precisaríamos de uma plantação inteira para ter matéria prima suficiente para me copiar, pelo menos em escala real. Estou falando do meu jantar.

Aproveitando a deixa dos contos de fadas, uma moranga recheada, num passe de mágica, apareceu me esperando para o jantar quando cheguei em casa. Como tinha sido um longo dia de trabalho e eu estava com fome, flutuei até a mesa (leve que estou!!!) e mandei ver. Tava passando um filme bom na tv e eu fui comendo, comendo, comendo... e, daí, ouvi as 8 badaladas e meia no relógio e puff! Cadê a moranga?? Tinha desaparecido. Se transformado em mim! Ou melhor, se transformado nesse penduricalho extra em minha pança. Terrível. Estou até pensando em escrever uma carta para a associação de fadas madrinhas e ver se consigo reverter a situação. Vou denunciar ela pro Procon!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

FDS gelado.

Nesse final de semana gelado, eu passei o tempo todo olhando para um pedaço de queijo e uma garrafa de vinho. Foi sexta feira, sem querer, ou melhor, por impulso, ou melhor ainda, por uma crise de loucura, que eu comprei os itens. Mas ambos, álcool e queijo estão fora da minha dieta. Ainda mais o queijo que eu comprei e na quantidade que comprei. Droga. Sexta foi difícil de resistir, mas o cansaço era tanto que, quando percebi, já estava dormindo. Quer dizer, quando percebi, era sábado de manhã e eu acordei no sofá da sala.

Meu plano era passar o final de semana todo no sofá e não sair de casa a não ser que ocorresse um desastre, como um incêndio, um tornado, um terremoto... mas quando me peguei considerando a possibilidade de um golinho de vinho as nove e meia da manhã, achei que o desastre poderia ocorrer de qualquer forma e dei o fora dali!

Não sei o que foi pior. Acabei encontrando pessoas conhecidas e quando percebi estava numa mesa em um restaurante de vende feijoada! Foi só arroz, feijão e couve, mas só ai já devia ter minha cota de gordura para um mês inteiro. Sem contar que tive que agüentar a cara das pessoas olhando pra mim e, mesmo sem dizer nada, perguntando por que raios eu estava deixando todas as lingüiças no prato! Isso me deu uma idéia, acho que vou adotar a alimentação vegetariana socialmente. Resolve um monte de problemas!!! Mas isso fica para outro post.

Enfim, com o peso na consciência da feijoada, sabado a noite me comportei exemplarmente. Mas já posso adiantar que domingo não deu. Eram seis da tarde e estava lendo um livro e, para minha sorte, o personagem principal estava em uma cena na qual ele fazia o quê? Tomava vinho! Tá certo que a bebida acompanhava um belo prato de costeletas de cordeiro, mas meu queijinho deu pro gasto. Pelo menos foi só meia garrafa. E prefiro dizer que foi um rato quem comeu a segunda metade do queijo. É a minha história e fico com ela até a morte!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Entalei.

Gente do céu, esse negócio de sexta-feira 13 funciona mesmo. Deu simplesmente tudo errado até agora. To considerando seriamente a possibilidade de me enfiar na cama e não sair mais de lá até o dia 14. De manhã, quando eu levantei com toda a disposição do mundo para mais um dia, a primeira coisa que fiz foi pisar em minha própria bagunça e machucar meu pé. Tinha deixado um bloquinho do lado da cama e a espiral de metal pode ser bem dolorida quando comprimida sobre a pele ainda sensível e recém acordada. Mas tudo bem, até ai não tem problema, vivo esquecendo coisas no chão e pisando nelas depois. Acontece que as coisas continuaram um tanto quanto sinistras. Macabras se preferir. Montei os apetrechos para fazer o café e, enquanto eu virava água fervendo no pó, advinha o que aconteceu? Aquele portal filtro que eu não sei o nome virou! O resultado: mó sujeira em cima da mesa e água fervendo na minha perna direita!

No caminho pro trabalho, todos os sinais de um dia sombrio continuavam lá: tropecei, apesar de não ter caído, esbarrei em duas pessoas e deixei o envelope que carregava cair 3 vezes! Mas até então eu não conseguia entender o por quê disso. Foi só quando cheguei ao escritório e descobri que faltava uma rodinha em minha cadeira e que meu monitor não queria ligar que me contaram que era sexta feira 13. Tava tudo explicado!

E o resto da manhã passou tranqüilo, tirando uma prendida de dedo na porta, uma prendida de dedo na gaveta, uma batida de cotovelo na maçaneta e uma enfiada de testa no batente até que chegou a hora do lanche! Tava morrendo de fome mas, dado meu incidente com o café, não me lembrei de trazer nada para comer. A solução: um pulo na lojinha da frente e uma barra de cereais. Ainda não gosto delas, mas fazer o que né? Se bem que sexta feira 13... é perigoso. Podia ficar com a barrinha entalada na garganta! Ia ser ridículo, o lanchinho assassino, o terror das dietas! Mas a maldição se concretizou antes deu me apossar de qualquer coisa comestível. Estava saindo do prédio e não é que me entalei na catraca! Ta certo que, dessa vez, não foi por gordura, mas mesmo assim o abalo psicológico dessa situação é terrível. Foi a própria catraca que emperrou, comigo no meio! E pra desemperrar??? Mais de 10 minutos! Acabei me atrasando pro lanchinho.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Quando o universo apronta...

Já faz um tempão que acabou a páscoa mas adivinha se os ovos de chocolate já se esgotaram? Pois é, não! Uma colega aqui do trabalho foi numa lojinha e achou um saldão de ovos. Moral da história, ela adquiriu um saco de 2 quilos de mini ovinhos e veio distribuí-los no trabalho. Dá pra acreditar? Quando cheguei já tinha um esperando por mim em minha mesa. Daí, foi aquela coisa né, passei o dia todo olhando pro ovinho e o ovinho olhando pra mim e a força de vontade resistindo cada vez menos e...

Consegui não comer ele durante o dia todo, mas isso não significa que não o peguei e analisei por diversas vezes, imaginando seu gosto, tentando sentir seu cheiro, lambendo sua embalagem... Mas o dia passou e chegou a hora de ir embora, sem grandes prejuízos. E foi aí que eu fiz a besteira. Não sei porque, é mais uma daquelas coisas inexplicáveis, mas peguei o ovinho e o levei comigo para minha caminhada de volta ao lar. E, as 6 da tarde, a cada passo a fome aumenta e a cada quarteirão a gula cresce até que chegou um momento que se tornou inevitável! Decidi comer o maldito chocolate.

Tinha acabado de começar a descer a ministro rocha Azevedo quando peguei o ovinho, com a boca já salivando. Porém, minha pele naturalmente gordurosa e escorregadia não proveu aderência suficiente para meus dedos e o ovinho escorregou e caiu no chão. Agora, pra quem não conhece a rua em que eu me encontrava, uma breve descrição: um puta ladeirão! E sabe o que acontece com coisas redondas em ladeiras? Elas rolam! E assim foi, quando abaixei para tentar recuperar meu chocolate, percebi que ele estava rolando ladeira abaixo. E o que eu fiz? Saí atrás dele! Imagine a cena: uma pessoa extremamente grande e lenta atrás de um chocolate extremamente pequeno e rápido. Deve ter sido, no mínimo, patético! E sempre que eu abaixava para tentar pegar ele já tinha descido mais! Insuportável. No final das contas, o ovinho rolou para o asfalto e desceu, pelo menos, três quarteirões até que eu o perdesse de vista. Para piorar minha situação, tinha descido mais do que o necessário e tive que subir dois inclinadissimos quarteirões até a minha rua! É claro que na hora a única coisa que eu podia sentir era raiva. Raiva do universo por me pregar uma peça dessas! Mas depois que minha cabeça esfriou, que eu cheguei em casa e comi 2 cenouras, cheguei a conclusão que, talvez, pelo menos dessa vez, o universo estava do meu lado. Me impediu de comer chocolate e ainda me fez subir ladeira! Quem sabe alguém lá em cima começou a gostar de mim...

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Nevadas.

Hoje eu descobri que claras em neve são uma de minhas coisas preferidas! Historicamente eu odiava elas porque, além de dar um trabalhão pra fazer não eram poucas as vezes que tudo desandava ou que eu ficava com câimbra no pulso de tanto bater ou derrubava tudo no chão. Sem contar que sempre que eu misturava as claras no bolo elas se desfaziam quase que instantaneamente. Ah, os velhos tempos fora da dieta... fazia tantos bolos. Mas a parte triste é que normalmente eles ficavam ruins. E, a parte ainda mais triste é que, mesmo assim, eu os comia. Às vezes inteiros. Até as última migalhas... Isso sem contar a lambança que eu fazia com a calda. Não me orgulho muito disso mas tiveram vezes que tomava ela ainda quente, direto da panela, como se fosse sopa. Mas voltemos ao tópico principal porque esse está me dando nostalgia. E fome.

O caso com as claras em neve é o seguinte: não tinha absolutamente nada para o café da manhã em casa. Preciso fazer compras mas estou adianto porque ando com muita fome de muita coisa o tempo todo e é bem provável que eu cometa alguns pequenos exageros se for ao supermercado nesse estado. Enfim, a única coisa comestível que tinha em minha cozinha, ou melhor, a única coisa comestível que eu podia comer no café da manhã sem que o resto das pessoas atravessassem a rua quando me vissem e apontassem seus dedos para mim com expressões horrorizadas, era um ovo. É claro que ovo frito seria uma delícia, principalmente com bacon, mas isso estava fora de questão. Em parte porque não tinha bacon e em parte porque ainda tenho um pouco de juízo. A solução mais magra seria um ovo quente. Mas o problema é que eu sempre erro e acabo ficando com um ovo cozido e eu odeio ovo cozido. Tá certo que, na hora da fome, qualquer coisa vai, mas se meu fruto galináceo passasse do ponto eu ia acabar ficando o dia todo de mau humor.

Mas minhas opções não estavam esgotadas, eu ainda podia fazer um omelete. Mais do que isso, podia assar um omelete! (principalmente porque minha frigideira anti aderente tem aderido bastante desde a última vez que usei). E daí, como é o caminho evolutivo lógico para isso, pensei: porque não bater as claras em neve? E foi assim que eu fiz. Bati a clara, misturei com a gema e um pouquinho de leite e fiz uma espécie de suflê de ovo! Assim, não ficou muito gosto não. Mas ficou grande! É mais ou menos como o milagre da multiplicação! Parecia que eu tinha comido muito, mas era apenas um ovo! Saí de casa me achando uma passagem da bíblia com meu feito, mas acabei me atrasando, e muito, para o trabalho. Preciso dar um jeito de gastar menos do que 22 minutos para bater minha clara...

terça-feira, 3 de maio de 2011

Jogatina.

Tive uma idéia. Uma idéia meio (totalmente) maluca, mas é uma idéia. Vou criar uma casa de apostas: você vai e aposta no seu peso! Funciona da seguinte forma: quem quiser perder 1 quilo em duas semanas vai lá e aposta que vai perder esse peso. Se conseguir, ganha dinheiro! E, é claro, se não conseguir, perde. É bom porque é um incentivo a mais pra que as pessoas não se saiam da dieta! Certamente eu faria de tudo pra não sair da linha, afinal de contas, melhor que perder peso, só perder peso e ganhar uma grana!

Tá certo, existe um monte de complicações para fazer isso de verdade, principalmente porque eu tenho a impressão que apostas no Brasil são ilegais e tudo mais, mas não nos detenhamos nos detalhes agora. Mas ia ser uma boa hein, criar a máfia da dieta! Quem tá dentro?? Haha. Nós poderíamos controlar desde as casas de aposta até os carregamentos ilegais de bombons e picolés! E de barras de cereais! Sem contar os acampamentos para gordinhos! Falando nisso, alguém sabe se esses acampamentos existem no Brasil??? Ia ser o máximo participar de um, como nos filmes da seção da tarde!

Outra idéia é... não, chega! Melhor parar por aqui com minha tarde empreendedora de negócios para regime! Não quero chefiar minha própria máfia e planos mirabolantes não vão ajudar tanto. Mas, quem sabe, um dia eu aprenda: o segredo pra dieta é fecha a boca e não enche o saco!

sábado, 30 de abril de 2011

Um mapa, por favor.

Ah, nada como um sábado esportivo. Acabo de chegar em casa de uma caminhada de quase 4 horas. Tô seriamente pensando em me inscrever para as olimpíadas. Alguém sabe como faço isso? Quero ir para a do rio, porque vou a pé, treinando pelo caminho. Saio agora e em 2016 chego lá!

Putz, mas tenho que admitir, minhas pernas estão um pouco doloridas. Talvez alguém fale: bem feito, quem mandou andar tanto tempo de uma vez sem te preparo físico (o qual, definitivamente, não tenho) para isso? E minha resposta seria: mas não foi minha culpa! E o pior é que não foi mesmo. Quer dizer, minha culpa foi, mas de um jeito diferente. Meu plano não era andar tanto tempo, mas minha falta de neurônios, e de senso de direção, fizeram com que eu me perdesse. A verdade é a seguinte, andei uma meia hora e decidi virar duas esquinas e voltar pra casa. Quando percebi, já tinha andado mais meia hora e estava mais longe ainda, nem conhecia mais as ruas. É claro que meu orgulho e auto-estima não permitiram que eu assumisse minha falta de ideia sobre o lugar onde eu estava e pegasse o mesmo caminho que tinha usado para vir para voltar. É o bom e velho: resolvi pegar um atalho.

Uns vinte minutos depois, encontrei uma rua conhecida. Infelizmente, conhecida, nesse caso não é sinônimo de próxima de casa. Meu atalho tinha me levado para mais longe ainda! Daí, foi o destino. Dei de cara com um restaurante que vendia frango assado. Achei melhor parar para almoçar e repor as energias. Mas é claro que o tempo no restaurante também vale como caminhada, afinal, ainda vestia meu traje específico! O frango tava ótimo e para acompanhar foi só uma saladinha. E, como não gosto de mentir, um pouquinho, quase nada, de farofa. Quer dizer, talvez um pouco mais que um pouquinho, quase nada, mas não vem ao caso. Enfim, depois de encher o tanque, ou o barril, como preferir, pedi informações para o garçom e peguei o caminho de volta pra casa. Agora, ou o garçom me sacaneou ou eu não entendi direito e virei em um lugar errado, porque quanto percebi estava, mais uma vez, mais longe ainda. Daí peguei um taxi. Quando entrei no carro, parei de contar o tempo de caminhada, mas não vou abrir mão de contar como tempo de corrida!

Ps: estou vendendo uma frigideira. Semi anti aderente. Levemente usada...

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Massas voadoras.

Uma das coisas que acho mais divertidas na vida é fazer panquecas. Tá certo que talvez isso de a entender que minha vida é chata vazia e inútil, mas fazer o que? Gosto de fazer panquecas. Principalmente a parte de jogar elas pra cima na hora de virar. Ontem, depois de mais um dia cansativo, mas sem machucados, resolvi que discos de massa era a melhor opção para a noite, quando cheguei em casa. Em alguns instantes fiz a massa e comecei com a diversão. Acho que quem quer que tenha sido o sujeito que inventou a frigideira anti aderente é um gênio! Já tinha feito 4 panquecas e nenhuma tinha grudado! A quinta, não deu certo. Não é que grudou nem nada, continuo glorificando as frigideiras anti aderentes. Mas, bem na hora que comecei a dar o impulso para jogar minha massinha para cima, o telefone tocou e eu tomei um baita susto!Eu acho que devia instalar uma câmera de vigilância na minha cozinha porque gostaria muito de me ver aprontando essas coisas que apronto de tempos em tempos. Deve ter sido ridículo: com o susto, minha mão saiu do rumo e eu coloquei muito mais força do que o necessário. Meu corpo, porém, ficou imóvel sem conseguir esboçar nenhuma reação para tentar segurar a panqueca que caiu no chão, bem do meu lado, com a parte ainda crua e, portanto, líquida, virada para baixo. Baita meleca.

Depois de algum tempo sem saber o que fazer, larguei tudo e fui atender ao telefone, que continuava enchendo o saco. Era minha mãe e, pobrezinha dela, foi julgada por mim e considerada culpada e única responsável pelo meu acidente. Mas ela me acalmou e conseguiu falar todas as 23 coisas diferentes que tinha para me contar enquanto eu pensava no chão sujo que eu teria que limpar. Enfim, depois de alguma coisa entre 7 ou 9 minutos, consegui desligar e voltei para a cozinha imaginando que a panqueca espatifada no chão já devia ter criado vida de tanto tempo que passou lá. Mas a má noticia era outra: tinha largado minha pobre frigideirinha ante aderente no fogão aceso! Coloquei ela na pia na tentativa de salvá-la e uma cortina de fumaça me envolveu. Quando ela parou de evaporar toda a água que eu jogava, coloquei ela na cuba e a deixei lá. Até agora ainda não fui olhar o tamanho do estrago.

Moral da história: tinha apenas 4 panquecas para o jantar. O que não é tão ruim assim se pensarmos que panquecas engordam e eu estou de dieta. Mas é bem deprimente lembrar que o recheio delas foi salada de alface com tomate picado. E que a combinação ficou terrível!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Quem brinca com fogo...

Existe um provérbio ou coisa do tipo na língua portuguesa que diz: quem brinca com fogo acaba por se queimar. Muito sábio quem pensou e lançou esse ditado. Não tem como, se você é um ser vivo idiota e sem coordenação motora, devia ser mantido a distância de caixas de fósforos, fogões, fogueiras, isqueiros, incêndios e, principalmente maçaricos. Sim, todo mundo já deve ter adivinhado o que aconteceu. Dado que não é segredo minha falta de coordenação, nem minha falta de inteligência e, muito menos, minha falta de sorte, fica meio óbvio deduzir que eu me queimei.

Tudo começou com uma passada no supermercado depois de um longo dia de trabalho, uma tentativa de deixar os peitos de frango assados mais apetitosos e uma promoção de maçaricos. Quando vi que os maçaricos estavam por menos de 15 pratas, somado ao fato de que sempre quis muito ter um, minhas mãos automaticamente colocaram o objeto dentro de meu carrinho e minha mente, inescrupulosamente, começou a imaginar que minha nova aquisição seria perfeita para queimar a camada de açúcar em cima do creme brulée. Já estava até na frente das favas de baunilha quando me dei conta de quão absurdo era meu plano: eu não posso sair fazendo doces em plena quarta feira sem motivo algum! Foi difícil, mas consegui abandonar a idéia do pecado. Porém, não consegui abandonar meu maçarico e ia ser muito chato comprá-lo e não ter no que usar.

Foi aí que surgiu a idéia! Comprei um peito de frango e, quando cheguei em casa, coloquei-o no forno, sem óleo e, claro, sem pele. Alguns bons minutos depois, meu galináceo estava pronto, porém, com aquela cara nada agradável de frango sem pena, pele e sabor. Foi aí que o maçarico entrou em ação. Passei a chama delicadamente sobre a carne e o peito ficou todo dourado, lindo e, principalmente, apetitoso! Mas, apesar de ter sido uma facilidade só ligar meu aparelhinho novo cuspidor de fogo, quem disse que eu sabia desligar o treco? Soltei o botão que tinha apertado para ligar (e que ainda segurava) mas não adiantou nada. Então, girei uma rodinha que tinha na parte de trás. Foi meu maior erro. Aquela rodinha aparentemente inocente era quem regulava o tamanho da chama e, óbvio, eu girei pro lado que aumentava. O problema é que aumentou muito!! Na hora, bateu um desespero e eu acabei deixando o negócio cair no chão, bem ao lado dos meus pés. Pés descalços. E chamuscados agora... Na verdade meus reflexos agiram de forma rápida e não chegou a queimar queimar, apenas deu uma boa esquentada. O chão é que ficou meio amarelado. E dá pra acreditar que depois que o susto passou e eu peguei de novo o tal do maçarico, ainda aceso, descobri que é a coisa mais fácil do mundo de desligar?? Pois é, essa semana eu to acumulando machucados... Tomara que até sexta eu arranje um corte na barriga. Daí, quem sabe a banha vaza.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Uma pilha de ossos.

Hoje, fui almoçar com uma amiga aqui do trabalho. Fomos a um por quilo, ou melhor, a um por tonelada, como eu chamava antes da minha época de dieta, montamos nossos pratos e sentamos. Me bateu um baita orgulho! Ela é super magra e, apesar de ambos os pratos serem compostos apenas por frango e salada, o dela batia o meu fácil em quantidade! Ta certo que ela pegou peito de frango e eu peguei coxinhas da asa, mas ela pegou dois peitos grandes e eu, apenas 4 coxinhas bem pequenininhas. Além disso, minha salada estava temperada apenas com sal e limão e a dela tinha um daqueles molhos cremosos de maionese.

O assunto da refeição foi apenas um: o novo projeto em que vamos trabalhar. Eu nunca trabalhei junto com ela antes mas sempre soube que ela era muito inteligente e muito boa no que faz então acho que vou aprender bastante coisa. É sempre bom aprender, mas não sei se me animo muito dessa vez, afinal de contas, porque diabos eu iria querer aprender sobre moldadores a vácuo de espuma de alta densidade para roupas femininas??? Mas trabalho é trabalho e vou ter que dar um jeito de aprender pra que essa geringonça serve. Até agora já descobri que ela é grande, barulhenta e consegue fazer alguma coisa com 250 quilos de espuma por hora. Mas, na verdade, eu não posso sair falando por ai que ela é barulhenta. Nem que eu não sei o que ela faz com a espuma!! Então, bico fechado hein!

Mas, enfim, voltando ao assunto principal. Como disse, meu prato ficou muito menor e muito mais leve e, apesar de não ter escolhido a parte mais magra do frango, peguei só 4 coxinhas (da ASA!) que além de tudo são assadas e não fritas como o peito de frango alheio. Mas, como tudo que é bom dura pouco, no final da refeição, todo minha sensação de orgulho foi embora. Não, não comi sobremesa. Mas, enquanto ela comeu tudo o que tinha no prato dela, eu deixei pra trás meus ossos. Resultado: com os pratos vazios, parecia que eu tinha comido um monte de frango, o suficiente para deixar uma pilhinha de ossos e ela não! Eu sei que não devia comparar essas coisas, mas é inevitável. A gordura permeia até mesmo meu azar...

terça-feira, 26 de abril de 2011

Os micos da vida.

Algumas coisas acontecem e não há nada que possamos fazer sobre elas. Simplesmente acontecem. Eu chamo de coisas da vida, ou melhor, de micos da vida. Um exemplo do que falo é quando alguém da um tchauzinho na rua e você responde, sem perceber que o gesto era para outra pessoa. Outro é quando você está andando numa boa e, de repente, sem motivo aparente, cai de bunda no chão. Pois é, foi desse segundo mico da vida que me vitimou hoje.

A manhã estava fria, gostosa para andar e lá fui eu caminhando para o trabalho. Acontece que alguém instalou uma rampinhas nas esquinas da paulista, chamam de acessibilidade. Na verdade é uma coisa ótima e necessária, porém, eu me embananei quando parei em cima de uma. Foi ridículo. Tava andando rápido e dei uma brecada para esperar o farol abrir, mas não percebi que, enquanto um dos meus pés ficava sobre a guia, na altura normal, o outro pisou na lateral da rampinha, que é bem inclinada. Resultado: monte de banha no chão. Pelo menos deu pra descobrir que eu não quico, amorteço na queda!

Mas tenho que admitir, a vida passou em câmera lenta por alguns instantes. Pareceu que meu corpo ficou sentado no meio fio por meio século enquanto eu tentava decidir o que fazer: chorar, rir, reclamar de dor, reclamar da vida... Em suma, eu queria desaparecer! Mas isso é impossível, principalmente para alguém do meu tamanho. Não teve o que fazer, tive que levantar, encarar as pessoas que me olhavam com cara meio de espanto meio de quem pergunta “você tem um cromossomo a menos?” e seguir com a vida. O problema é que tava difícil seguir para qualquer lugar. Minhas nádegas doíam, e como doíam. Não desejo isso pra ninguém. Tá, para algumas pessoas talvez... Enfim, foi o maior martírio conseguir chegar ao trabalho e muito pior ainda passar a manhã toda com a parte dolorida apoiada na cadeira, recebendo todo o meu peso. Foi uma manhã tão difícil que comi uma ameixa extra na hora do lanche, pra me consolar...

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Coelho de páscoa.

Domingo, como todos sabem, foi páscoa. Dia de procurar ovo de chocolate, comer ovo de chocolate, lamentar ter comido ovo de chocolate... Enfim, dia do coelho. Porém, para a maioria das pessoas, o coelho é apenas simbólico, uma vez que na vida real eles não botam ovo e, muito menos ovos de chocolate. Acontece que a maioria das pessoas não tem um pai igual ao meu.

Fui almoçar na casa dos meus pais domingo e, como já comentei em algumas outras oportunidades, os hábitos alimentares deles são, digamos, peculiares. Sobre os chocolates, nem imaginei ter problemas quanto a isso já que meus progenitores, contrários a todas as datas comemorativas comerciais, não compram ovos de páscoa. Consegui alguns até uns sete oito anos, mas depois disso, tive que arranjar meus próprios. Meus próprios presentes de dia das crianças também... Mas, enfim, em minha inocência, achei que teria um almoço razoável, sem nada de muito diferente, ou seja, sem luta contra coisas que engordam muito. Porém, o fato de meus pais não comprarem ovos de chocolate não significa de maneira alguma que eles não comemoram a páscoa. Porque comemoram. E o convidado de honra era ninguém mais ninguém menos do que o coelho em pessoa. Ou melhor, o coelho em panela!

Não acreditei na hora e, pra falar a verdade, não acredito até agora. Mas não posso negar o que meus olhos viram, ou melhor, o que minhas narinas sentiram no momento em que o panelão de ferro foi posto à mesa. O pior é que o cheiro estava delicioso! Sem contar que coelho é uma carne magra. Então, tirando a idéia meio macabra de comê-lo no dia do ano reservado para ele e, tirando o bacon a manteiga e o creme que compunham seu molho e as batatas que acompanhavam, até que não era uma má idéia. Enfim, não tinha escolha: tava com fome e tava na hora de comer. Pelo menos deixei o molho de lado. E comi só meia batata.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Ainda bem que eu bóio.

Ontem, no final do dia, eu fui nadar. Eu acabei tudo o que tinha que fazer lá no trabalho lá pelas 4 e, antes que alguém inventasse alguma coisa inútil para preencher meu tempo, ou que algum colega me transferisse alguma tarefa chata ao me ver não fazendo nada, resolvi cobrar algumas horas extras que tinha e me mandar para a piscina. Além disso, achei que um pouco de exercício me faria bem, afinal de contas meus planos alimentares para o dia não iam nada, nada bem (ver post de ontem.)

Assim que coloquei meu traje de natação e cheguei na borda da piscina, tomei o maior susto. Parecei que todo mundo tinha acabado tudo o que tinha pra fazer no trabalho e decido cobrar as horas extras. Ou seja, tava lotado. Pelo menos as crianças ainda estavam na escola, porque tentar nadar numa água cheia de crianças é mais difícil do que num rio cheio de piranhas. Ou num mar cheio de tubarões. Nada contra as crianças em si, mas eu prefiro evitar o horário delas. Enfim, entrei na água e ensaiei algumas braçadas até conseguir chegar do outro lado quase na borda. O que me impediu de alcançar a extremidade oposta da piscina foi uma trombada. Isso mesmo, trombei numa senhora e acho que ela quase se afogou com o susto que tomou decorrente do acidente. Depois disso, a cordialidade, o bom senso e o cansaço infernal mesmo depois de apenas cruzar os 25 metros 1 única vez me fizeram parar, apoiar meus braços na borda e ficar lá, como uma morsa, conversando um pouco com a senhora.

A senhora era a popularidade do pedaço em pessoa, me contou que conhecia todo mundo por ali e que a razão para a água estar tão cheia em pleno fim de tarde de terça feira era o feriado prolongado que se aproximava. As pessoas estavam tentando entrar em forma para mostrar o corpo na praia. Achei aquilo ridículo. Como você vai entrar em forma uma semana antes de um feriado? Digo, a não ser que já esteja em forma, você não vai conseguir! Em uma semana? Simplesmente não dá, não é assim que a coisa funciona... Mas, como achei que a senhora estava com o mesmo plano do resto das pessoas por ali, achei melhor não dizer nada e mantive meus pensamentos para mim enquanto ela falava de algum outro assunto. Nunca cheguei a saber qual era o novo assunto porque, no exato momento em que ele começou, um garçom passou na borda da piscina, levando uma porção de pastel e um chopp para alguém e eu perdi minha concentração.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Um dia de lagarta.

Hoje acordei com uma grande ideia! Decidi passar o dia todo a base de folhas e frutas. E nada mais! O plano é um dia vegetariano, com alimentação bem leve, pra ver se entro nos eixos dietéticos novamente. E assim foi: comecei o dia com uma bela xícara de café e uma fatia de melão. Daí, me toquei que café não fazia parte da minha lista original de alimentos permitidos... Mas tudo bem, vou passar o dia a base de folhas, frutas e café. E nada mais! O problema é que melão é praticamente água. Deve ser por isso que a fatia que eu comi virou líquido e escorreu para fora do meu estômago, sem saciar minha fome.

Foi uma tortura até a hora do lanche. Minha cabeça começou a doer e senti que meus olhos queriam pular de suas órbitas. Não sei como isso tem a ver com a dieta, mas tem a ver. Só pode ter a ver. Porque, quando fico com fome, se minha barrida não se vinga e se contorce, alguma outra parte do meu corpo dói, se vingando em seu lugar. Mas não nos detenhamos nesses assuntos de revanchismo. O importante é que a hora do lanche chegou e eu comi um pequeno sanduíche em que folhas de alface faziam o lugar do pão e rodelas de pepinos faziam o papel do recheio. Sabe, o problema do pepino é que ele é um péssimo ator e sua interpretação do recheio deixou muito a desejar, não chegou nem perto de tampar o buraco. Mas o maior problema do pepino é que ele não é folha! Nem fruta! É um legume! E legumes não faziam parte da minha listinha... mas sem entrar em pânico. Basta acrescentar mais um item. Então, minha alimentação para hoje está assim: folhas, frutas, café e legumes. E nada mais!

Até poderiam pensar que é difícil almoçar sob essas restrições, mas eu tinha um plano perfeito: ir a um restaurante vegetariano. E lá fui eu, enchendo meu prato de salada. Pra variar, tinha um problema nisso. As saladas já vinham temperadas. Só de olhar praquilo já soube que teria que mudar minha lista de alimentos mais uma vez. Tudo bem, folhas, frutas, café, legumes, azeite, vinagre e mostarda. E nada mais! Quer dizer, nada mais foi o que pensei, mas logo na primeira mordida percebi que tinha uma coisa errada. Salada não faz croc e minha boca definitivamente estava mastigando alguma coisa crocante. Quer dizer, salada até que faz um croc a seu estilo, mas não era o que eu estava ouvindo. E, depois de uma análise minuciosa, descobri o que estava acontecendo. Tinha semente de linhaça no tempero. E, tenho que admitir, um pouco de queijo parmesão. Mas só isso... só isso... bem, vai lá, tinha um negócio diferente... mas, bem, ovos de codorna são quase salada né? E também, eram só 3. Enfim, o que passou, passou e minha listinha ficou folhas, frutas, café, legumes, azeite, vinagre, mostarda, sementes, queijos e ovos. E nada mais! É, tava ficando grande, não podia errar na sobremesa. Mas também, não tinha como errar: pedi uma salada de frutas! O problema é que tem gente que não tem nada na cabeça e inventa de servir a salada de frutas junto com sorvete! Que absurdo! Sorvete! Mas o dia tava tão quente... então, folhas, frutas, café, legumes, azeite, vinagre, mostarda, sementes, queijos, ovos e sorvete. E nada mais! Se bem que, a essa hora, venha o que vier. To pensando até num torresminho pro lanche da tarde...

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Minha amiga laranja.

Hoje eu proponho um experimento científico. Não sei se as pessoas concordarão comigo ou não, mas eu acho que comer uma cenoura é umas das coisas mais chatas que existem. Tá certo que é um vegetal gostosinho e segura a onda na hora do lanche, mas demora muito pra comer e são necessárias muitas mastigadas pra engolir cada mordida. Então a experiência de hoje é: comecei a comer minha cenoura ao mesmo tempo em que comecei a escrever e quero ver o que termina primeiro: minha amiga laranja ou o post.

Logo de cara, já descobri uma coisa. É bem mais difícil escrever com apenas uma mão e meia disponível. Mas mesmo assim, já cheguei até aqui apenas com uma mordida. E acaba de me ocorrer uma coisa, estou fazendo uma espécie de especial de páscoa, falando sobre cenouras, algo que é altamente relacionado a coelhos. Eu tive um coelho, ou uma coelha, não saberia dizer, durante um breve período da minha infância. Ele(a) era branco(a) e, pelo que percebi algum tempo depois, frágil, porque morreu em pouco menos de um mês. Nunca mais elevei roedores aos título de amigo depois disso.

É, a cenoura nem passou do primeiro terço ainda... deixa ver o que vou contar enquanto isso... Bem, meu final de semana foi bom, consegui controlar a alimentação de forma razoável, o que é uma coisa boa. Se bem que, talvez, comer menos não tenha sido obra do meu auto controle e sim da minha falta de bom senso. É que sábado de manhã, com pressa para sair de casa e ir renovar minha carteira de motorista (que venceu e eu acabei nem indo... principalmente porque não tenho certeza que o poupa tempo funciona sábado de manhã) acabei dando um golão no café recém feito e, conseqüentemente, pelando e queimei minha boca toda. Daí, doía pra comer e, como conseqüência, comi menos. E... Droga. Agora nunca vamos saber quem é mais rápido, a boca ou a mão. Acabei de derrubar a metade que ainda me restava da cenoura no chão! Pelo menos aprendi que digitar e comer ao mesmo tempo não é uma boa idéia...

domingo, 17 de abril de 2011

Puta sacanagem.

Venho aqui, por meio deste, externar minha profunda indignação sobre os impactos que o desenvolvimento do sistema capitalista e toda essa visão neoliberal causam sobre a vida das pessoas normais e decentes. Não, não vou fazer um discurso político nem ideológico. Apenas vou reclamar sobre o nível de degradação e intolerância que nossa sociedade de consumo atingiu.

Sim, estou falando sobre os ovos de páscoa. Permita-me colocar a coisa de maneira mais clara. Quando falo em degradação, estou reclamando do local que essas bolas de chocolate são dispostas no supermercado. Por que diabos alguém achou que seria uma boa ideia fazer um teto rebaixado com elas? Digo, todo mundo sabe que é páscoa, e quem quiser um ovo de chocolate pode muito bem ir a uma prateleira e pegar, como faz com qualquer outro produto. Eles não precisam ficar lá, tirando toda a iluminação das coisas. Fica praticamente impossível descobrir quantas calorias tem o que eu vou comer quando as letrinhas já pequenas das informações nutricionais ficam ofuscadas pela penumbra causada por aquelas embalagens coloridas suspensas. Sem contar que a quantidade de tampinhas que não alcançam os ovos e ficam emperrando o meio do corredor esticando, inutilmente, os braços pra cima é enorme.

Por outro lado, quando falo em intolerância, também estou reclamando do local onde essas bolas de chocolate são dispostas no supermercado. Poxa vida, será que nunca ocorreu pra nenhum gerente que existem pessoas que fazem dieta? Ou seja, pessoas que não podem ficar comendo chocolate mas, justamente pelo fato de não poderem, não pensam em outra coisa que não seja “nossa, como eu queria comer chocolate”? Puta sacanagem! E, afinal de contas, a tradição não é esconder os ovos? Pois é, vou lançar a campanha, escondam os ovos do supermercado! Coloquem no estoque, ou junto com os outros chocolates ou naquela estante trancada a chave cheia de garrafas de bebidas... qualquer outro lugar. Apenas tirem eles do meio do caminho!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Sobre chicletes...

O que fazer quando a fome aperta? Essa é uma boa questão e acho que se alguém conseguisse uma resposta satisfatória para ela diferente de encher a pança, encheria o bolso de dinheiro. E, com certeza, conseguiria perder todo o peso que quisesse. Pois é, eu elaborei uma resposta para essa pergunta. Infelizmente, ela não é satisfatória. Foi uma coisa espontânea, daquelas inexplicáveis que acontecem de um minuto para o outro, ontem à noite, enquanto aguardava a hora do jantar com a bunda grudada no sofá. Grudar o traseiro numa almofada (o que é beeeem diferente de grudar uma almofada no traseiro) é um começo de resposta para segurar a fome. É claro que parto do princípio que você não estará em companhia de um balde de pipocas ou um pote de amendoins e que permanecerá no sofá sem levantar para dar uma passeada na cozinha e aproveitar para beliscar alguma coisa.

Mas apenas sentar não é suficiente. Sou prova disso. Nem toda a força psiquicomental positiva foi suficiente para mandar embora minha fome por petiscos. Sim, coisa de cachorro. Então, resolvi começar a mastigar. Talvez devesse começar a abanar o rabo e a babar, mas escolhi mexer as mandíbulas. Li uma vez, em algum lugar, que quando o corpo percebe que você está mastigando, ele libera alguma coisa (um hormônio, talvez? Ou alguma toxina?? Ou extrato de gordura magra?) que engana a fome. O problema é que, além de meio deprimente, é muito chato não mastigar nada. Digo, ar, nem com sal e manteiga não fica gostoso. Realmente, alguns segundos depois, enchi o saco de abocanhar o nada e, quando percebi, estava mastigando minha língua! Vou dizer a verdade: minha língua não é das melhores não. Mas era melhor que o nada. Mas é meio estranho tentar se auto ingerir, mesmo que de brincadeirinha porque você tem que ficar fazendo um movimento meio estranho com a boca e, aposto 10 pratas que se alguém te ver fazendo, vai achar que tem um cromossomo a menos.

Moral da história: minha fome não passou (apesar deu não ter comido petiscos fora de hora!), acordei com a minha língua super dolorida e eu sou uma besta!!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Estou de TPM.

Quando eu era apenas uma criança, uma criança gordinha, por sinal, ficava assistindo aos desenhos animados e sempre passava horas viajando tentando imaginar formas de fazer armadilhas. Sabe: tipo quando o Coyote coloca uma pedra gigantesca em cima do canyon e um pratinho de alpiste em baixo para atrair o Papa-léguas? Ou quando o Tom pegava uma cordinha, amarrava uma ponta num pedaço de queijo e a outra ponta num ventilador que iria empurrar uma bola de boliche numa tábua, que iria soltar uma bigorna numa mola que, por sua vez, derrubaria um piano em cima do pobre do ratinho? Então, achava o máximo isso e sempre quis fazer uma coisa desses. Obviamente, por motivos de realidade e leis da física (e uma certa falta de recursos) nunca consegui fazer.

Porém, dada a dificuldade de voltar à dieta nesses últimos tempos, acabei tirando a idéia do baú e comecei a implementar alguns truques. Sim, eu estou de TPM. Tortura para Perder Medidas. Ainda vai ter mais, mas até agora já implementei um mecanismo. Guardo o pão dentro de uma cesta que, por sua vez, fica em cima de uma mesa, no canto da cozinha. Nesses últimos dias tenho tido muito trabalho no escritório e quando chego em casa enfrento um cansaço acompanhado de preguiça de cozinhar e de uma fome brutal. O resultado é que fico o tempo todo indo lá na cesta de pães e pegando uma fatia. Por isso, coloquei um dispositivo de topadas instantâneas.

Funciona assim: coloquei uma dessas caixas de madeira nas quais os feirantes transportam verduras em baixo da mesa. Tive que quebrar um pouco a cabeça com a geometria do negócio mas deu certo: ela ficou escondida lá em baixo e o pão ficou a uma distância grande o suficiente para que eu tenha que enfiar meu pé em baixo da mesa para conseguir alcançar. Aproveitando minha falta de memória e o fato de não usar sapatos em casa, toda vez que vou pegar pão, dou uma topada! Já aconteceu 2 vezes até agora, mas apenas em uma doeu o suficiente para que desistisse do pão. Na verdade mesmo, eu precisava era de uma armadilha de urso. Ia ser o máximo. E com certeza eu ia perder peso: uma perna por vez! Vamos ver se assim eu entro na linha, porque do jeito que tá, vou ter que arranjar uma daquelas tintas de pintar buraco, entrar dentro dele e apagar.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A coisa tá complicada.

A coisa tá complicada. Hoje, passei o começo da manhã com vontade de comer batatas fritas. Terrível não? Mas calma, fica pior. Não é qualquer tipo de batata frita. É batata frita de pacote. Ah, como eu gostaria de poder dizer que o problema acaba por aqui. Mas não posso. Sabe o que é? Não é qualquer tipo de batata frita de pacote é um tipo específico: aquela que vende no pipoqueiro, que fica num saco do tamanho de um saco de lixo, preso no alto do carrinho de pipoca e que brilha (o saco, não a batata) devido a toda a gordura que lambuzou seu interior. A coisa tá complicada. Quando deu nove horas, hora do lanchinho, me dei conta de que não tinha nada comestível. E eu sei bem o resultado de ficar sem comer: comer muito mais na hora do almoço. Então, resolvi dar uma escapadinha do trabalho, sob a desculpa de que minha cabeça estava doendo muito e eu precisava comprar um remédio e, depois de inventar todas as alergias possíveis a todas as pílulas que o pessoal do escritório me ofereceu (nunca imaginei que a pessoas tivessem um estoque tão grande de remédio nas gavetas... vocês têm?) dei um pulo na lojinha aqui perto.

Ainda não tinha acabado de atravessar a rua quando percebi o seguinte: a coisa tá complicada. Meu plano era comprar uma barra de cereais. Ainda não gosto delas, mas tenho que admitir que é prático e quebra um galho. Porém, a lojinha não vende apenas barras de cereais. Eles vendem balas, chocolates, biscoitos, amendoins e... BATATA FRITA! Entrei lá e foi a primeira coisa que eu vi: um cartaz dizendo que as @#!%$& batatas fritas estavam em promoção e que seu eu comprasse 2 pacotes ganharia o terceiro. Ta certo que não era a batata do pacote com o qual eu sonhara, mas mesmo assim, ver essa promoção... na hora me bateu um desespero, que foi lentamente substituído por um impulso, que se transformou na compra de 3 pacotes de batata frita e nenhuma barra de cereal e acabou com um acesso de raiva. Por que é que eu tinha que inventar de fazer aquilo? Loucura, só pode ser. Moral da história, tô olhando pros pacotes aqui. Consegui não comer, mas ainda não sei o que vou fazer com eles. Sem contar que perdi um tempão inventando uma desculpa pra justificar pro pessoal porque o meu remédio para dor de cabeça era tão incomum e frito. Putz. A coisa tá complicada.

terça-feira, 12 de abril de 2011

O milagre da multiplicação de pães.

Vocês já ouviram falar da história da multiplicação dos pães? E a expressão chutei o balde? Pois é, talvez as pessoas não saibam o que essas duas coisas têm em comum mas eu, infelizmente, sei. A real é a seguinte: chutei o balde da minha dieta pós carnaval. Ela simplesmente não existiu. Ta bom, estou mentindo. Ela existiu, mas sob um novo formato: apelidei de dieta do peso na consciência. E sabe que essa dieta funciona??? É tiro e queda, depois de comer aquele sanduíche que devia ser de pão integral, com aquela fatia de queijo que devia ser branco e com aquelas duas fatias de peito de peru feito de perna de porco... vem o peso na consciência: putz, você não devia ter comido isso, está de dieta. Lembra??

O problema da multiplicação dos pães, por outro lado, é derivada do chute do balde. Ou talvez seja o contrário. É... sem dúvidas é um caso de ovo ou galinha. Mas o que importa é que eu comi o ovo. E a galinha. Voltando ao ponto, tem acontecido essa coisa estranha comigo: toda vez que chega a hora do lanche e pego uma fatia de pão, alguma força superior interfere e transforma essa fatia em duas. Ou três, dependendo do dia. Se bem que, pensando bem, pode ser que a divindade superior não multiplique coisa nenhuma, apenas apague da minha memória que eu peguei as outras fatias. Droga, ta difícil de voltar... Força de vontade não tem divindade nenhuma distribuindo hehe. Pelo menos, não nessa época do ano.

sábado, 5 de março de 2011

Tablete maldito!

Toda dieta enfrenta problemas mas nem sempre eles são tão graves assim. Hoje descobri que uma grande amiga, que é uma grande cozinheira, começou um blog. Basta ler os três primeiros posts pra ficar morrendo de fome. Talvez eu não devesse me relacionar com pessoas que realmente sabem cozinhar porque vocês sabem, comida boa é o ópio de quem está acima do peso... Mas tenho certeza que as receitas que aparecem por lá podem ser usadas tanto para o mal quanto para o bem. O negócio é o seguinte: aproveitar as técnicas mas tirar a manteiga. É claro que não vai ficar tão gostoso, mas o que é uma dieta se não fazer sacrifícios??

Eu até que tenho me dado bem sem manteiga nesses últimos tempos. Ela aparece apenas nos meus piores pesadelos... Ou nos meus mais doces sonhos. Ou, uma vez ou outra, na mesa do café da manhã. Juro que não sei quem é a maldita criatura que a coloca lá, mas têm dias que simplesmente aparece.

Inclusive, outro dia, tava no supermercado e minha dedicação ao meu peso me traiu! Desde que comecei minha dieta, desenvolvi várias técnicas para fazer compras. A principal delas é, sempre que passar por um corredor onde venda comida gordurosa que eu não posso comer, abaixar a cabeça e apertar o passo até estar longe dele, não importa quantos calcanhares de velhinhas foram danificados! Porém, esse dia, e ainda não sei como, mas aposto em meu inconsciente, apareceu um tablete de manteiga em meio a minha provisão de salada, peito de frango e especiarias. Sim, trafico de especiarias, assim como nossos colonizadores faziam. De especiarias e gorduras. Suficiente para viver uma vida. Até ai tudo bem, uma pequena falha técnica; acontece em qualquer negócio. Mas, infelizmente, não encontrei nenhuma parte de meu corpo me dizendo para abandonar toda aquela gordura deliciosa no caixa!

Apenas uns dois dias depois, quando me peguei com vontade de derreter aquele tablete fechado, guardado na geladeira, e beber como se fosse água, que percebi o problema. Hoje em dia ele está escondido em um lugar que não posso revelar porque prometi que, se lembrasse, teria que me matar!!! Hehe

Enfim, o blog é http://panelika.wordpress.com

Vale a pena dar uma olhada!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Odeio segundas-feiras.

Que segunda feira é um dia chato e todo mundo a sua volta preferia ter ficado em casa do que ter vindo trabalhar todo mundo sabe, mas vocês já perceberam que o pessoal come mais no primeiro dia da semana? Tenho prestado atenção nisso faz um tempo e toda segundona tem alguém que fica mastigando o tempo todo. E não, eu não estou falando da chefinha (aquela que votou na Dilma e acha que também é presidente) que masca chiclete de boca aberta. Tô falando das pessoas normais mesmo, que não param de comer. Sabe, é uma coisa discreta e tudo o mais, mas é o tempo todo, o que me deixa o tempo todo com fome! Mas o problema não para por ai, porque a fome eu resolvo com os meus lanchinhos, mas a vontade não passa nunca. É claro! Não tem como comparar o pão de queijo ou a barra de chocolate do vizinho com o sanduíche de rodelas de pepino e mostarda no pão integral que ta guardado na gaveta da sua mesa né?

Se bem que, tô achando que as pessoas comem demais o tempo todo, todos os dias da semana. Ou eu é que tenho comido de menos de mais! De qualquer forma, a solução não parece muito boa pro meu lado. Acho que vou ter que cortar os laços com o convívio social e me isolar. É isso ai, vou arrumar minhas coisas e me mandar para uma caverna escura, ou um buraco qualquer. Ou um buraco num queijo. Hum... Ia ser bom, mas ia dar uma fome...

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

E isso ai que você tá desembrulhando?

- POR QUE A APRESENTAÇÃO AINDA NÃO ESTÁ PRONTA?!
- desculpa, mas ela é maior do que eu imaginava...
- E COMO É QUE EU VOU ENSAIAR?!
- ela tá igual ao roteiro, você pode ensaiar com ele e...
- SE O ROTEIRO SERVISSE, NÃO ACHA QUE EU JÁ TERIA USADO?!
- mas chefinha, tá igual a apresentação, só não está formatado...
- CHEFINHA?! JÁ DISSE PARA NÃO ME CHAMAR ASSIM!!
- vou te dar uma sugestão, toma um café, come alguma coisa e, daqui a pouco vai ficar pronto...
- COMER?! É ISSO O QUE VOCÊ ME SUGERE? VOCÊ SABE MUITO BEM QUE EU ESTOU DE DIETA E NÃO POSSO COMER!! VOU É FICAR AQUI DO SEU LADO ATÉ TERMINAR ESSE NEGÓCIO!!
- nesse caso, eu vou comer alguma coisa porque meus nervos estão reclamando...
- ÓTIMO!! NO LUGAR DE TRABALHAR VAI COMER!! ERA O QUE ME FALTAVA!! INCOMPETÊNCIA PURA E... E... e... e isso ai que você tá desembrulhando é um pedaço de torta de caramelo?
- é sim. Tá com uma cara boa né? Quer um pedaço?
- eu não devo mas... uma mordida não vai fazer mal... só pra acalmar né?
- claro, só para acalmar. Faz assim, fica com esse pedaço que eu tenho mais um para mim e aproveita e vai tomar um café que quando você voltar vai estar tudo pronto.
- tá bom.

Um pouco mais tarde...

- O que é que a chefinha tava gritando aqui com você?
- Nada de mais. Ela queria que a apresentação gigantesca dela ficasse pronta instantaneamente.
- Ah. Complicado lidar com ela né? Mas e o pedaço de torta de caramelo que eu te trouxe, comeu? Tava boa?
- Comi. Tava uma delícia!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Caras de bunda.

- Ei, Laura, o que aconteceu? Por que todo mundo tá com essa cara de bunda?
- Tivemos um... Vamos chamar de um pequeno desentendimento geral.
- Droga, esse café é de ontem, vou fazer um novo. Que desentendimento?
- Você não tava aqui, então não sou eu quem vai te contar os detalhes. Já tomei duas broncas por fofocar. Mas posso dizer que uma certa pessoa surtou agora pouco.
- Quem, a chefinha? Por que está sussurrando? Ninguém pode te ouvir aqui na cozinha.
- Chefinha!?
- Já disse, para de sussurrar. Sim, chefinha. Aquela que comprou uma ação da Petrobrás e acha que é dona do pré sal.
- Hahaha, você não devia falar assim.
- Como se fosse a única pessoa que tivesse essa concepção. E ai, o que ela fez?
- Nunca disse que tinha sido ela.
- Vamos lá! Quem mais surta pelas manhãs por aqui?
- Ta certo. Então, ela foi ao médico e...
- E foi diagnosticada com surtos psicóticos e terá que ser internada de forma permanente!
- Isso é maldade. Mas até que seria bom para nossa qualidade de vida. Não, não tem internação. Ela apenas descobriu que desde que começou sua dieta engordou quatro quilos.
- Laura, isso é fofoca. Não me parece um fato que seria revelado durante um surto.
- Mas foi isso que aconteceu! Foi engraçado. Ela tava meio choramingando quando chegou, mas estava calma. Daí foi contando isso e, no meio da história surtou e começou a gritar com todo mundo.
- Nossa. E você me diz que torcer pela internação é maldade.
- Hahaha. Ah, acho melhor você não ficar perto dela. Você perdeu tanto peso nos últimos tempos que será o principal alvo... Falando nisso, qual é o seu segredo?
- Que segredo?
- Pra ter perdido tanto peso!
- Ah, isso. Não tem segredo. Tem apenas azar. Meu carro ta ruim faz um tempão e não tenho grana pra arrumar. Então, to vindo a pé para o trabalho.
- Só isso???
- Só isso. Mas agradeço o elogio.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Sobras da festinha.

- Eu trouxe bolo hoje, você não quer um pedaço?
- Do que que é?
- De chocolate. É meio que um bolo junto com mousse, uma delícia. Vem comigo até a cozinha que eu vou te mostrar.
- Va... Vam... Vamos lá. Então quer dizer que a festa do seu filho foi boa ontem? Até sobrou bolo pra trazer pro escritório.
- Foi, mas tinha comida demais. Exagerei um pouquinho nas compras... Mas daí, tive que trazer né? Se ficasse tudo isso lá em casa ia acabar comendo tudo.
- Então seu plano é engordar suas colegas de trabalho para ficar magra?
- Hahaha, é verdade, eu sou uma pessoa terrível! Mas então, vai querer um pedaço?
- Nossa, o bolo ta bonito mesmo. O que é isso aqui em cima nozes?
- Não, amêndoas confeitadas, deliciosas.
- Adoro amêndoas confeitadas... Olha só! Pra variar, ninguém fez café ainda. O pó está ai atrás, pode me passar, por favor?
- Aqui está. E então, posso te servir um pedaço de bolo?
- Pode, por favor.
- Então da licença pra eu pegar um prato.
- Claro. E seu filho, fez quanto anos?
- Três. Uma gracinha. Tava todo contente com a festa ontem. Escuta... não vou conseguir pegar um prato com você no caminho.
- Sim, sim. E os amiginhos dele? Deve ter dado um trabalhão cuidar de tanta criança!
- Nem me fale! Ninguém parava quieto. É claro que eu já esperava por isso, mas to meio zonza até agora.
- Imagino, e devia ser uma gritaria sem fim.
- Era. Mas foi tão bom! Sabe, ver seu filho lá, todo sorridente. Na hora do parabéns ele ficou encantado, valeu a pena o esforço. Eu sei que essa cozinha é apertada, mas você ainda não saiu da frente dos pratos!!
- Sabe o que é? Acho que vou esperar o café ficar pronto pra comer o bolo.
- Hum... Boa idéia. Eu também! E você, quais são os planos para o final de semana?
- Ainda não sei, acho que vou... Você ouviu a Carla te chamar?
- Não. Ela chamou?
- Chamou. É melhor você ir lá. Você sabe como ela fica brava quando não é atendida imediatamente.
- É verdade, esqueci de imprimir o relatório pra ela! Vou fazer isso e você, vê se come o bolo!
“Ufa, ela foi embora. Agora, é só sujar um prato, deixar ele por aí e sorrir como se não houvesse amanha se ela perguntar alguma coisa”.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Auto – me ajuda.

Agora de manhã tive um tempinho livre e parei para ver uns livros. Quer dizer, não foi bem assim. Tava todo mundo atrasado lá no trabalho e a chefona precisava que um negócio fosse resolvido no banco e eu não ia mandar ela se virar né? Porém, bem enfrente a agência tinha um sebo e achei que eu merecia uns minutinhos por lá como recompensa à minha tarefa extra-curricular. Queria encontrar uns livros sobre dieta porque acho que está na hora de colocar alguma coisa nova na minha e quem sabe poderia ler alguma boa ideia. Sabe, apimentar minha relação com minha barriga. Só tinha um problema, onde diabos eles guardam os livros de dieta? Primeiro fui olhar na parte de cozinha e devo confessar que aquelas capas me deram uma baita fome mas não ajudaram em absolutamente nada, só irritaram meu estômago. Procurei em outras partes também, mas não encontrava em lugar algum. Pena que a vendedora estava tirando uma soneca. Ela bem que podia ter me ajudado.

Foi então que eu tive a ideia de ir procurar na parte de auto-ajuda, afinal de contas quando você está de dieta, você se auto-priva de comida e se auto-mutila psicologicamente. Tomei um susto com os títulos que encontrei por lá. Copias e mais copias de livros com temas do tipo: como ficar rico, ou: como ganhar na loteria, ou: dez passos para ficar milionário. Pô, a não ser que a maneira de enriquecer seja escrevendo um livro com o titulo como ficar rico, por que raios eu devo acreditar no sujeito? Digo, se ele sabe como ficar rico, teria ficado rico e não perderia tempo ensinando isso para os outros. O mesmo se aplica ao sujeito da loteria. Enfim, minha perplexidade diante daquilo durou alguns instantes e depois tornei a procurar um sobre dieta. Não encontrei.

Mas daí me veio uma ideia. Acho que vou escrever um livro de auto ajuda para dieta: Como perder peso e ficar rico! Ou Mande seu peso extra pro espaço... e fique rico! Ainda preciso trabalhar no começo do titulo mas já vi que o final tem que ser “e fique rico!”. E eu até já tenho a história pronta: se você quer perder peso, passe o dia todo pensando em comida e não coma nada. É mais ou menos o que eu fiz até agora. Pronto, só falta encher umas 250 páginas de linguiça. Hummm, linguiça.

PS: A porcaria do corretor automático do Word, que se acha todo espertinho, ta corrigindo sozinho tudo errado aqui. Que saco.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O problema.

Passei esses últimos dias falando de como foram minhas férias e acabei deixando de fora o que aconteceu quando voltei para o trabalho. Engordei. Me passaram tanta coisa pra fazer e eu achei que já estava craque na coisa de dieta e, quando percebi, estava comendo como se ela nunca tivesse existido. Mas a situação não para por ai, ainda tem mais. Faz dois dias que estou tentando voltar firme no batente e simplesmente não consigo! Sabe, começo o dia bem, mas dai tomo um lanchinho fora de hora, almoço um pouco mais, pulo um outro lanchinho e a coisa vai...

Então decidi fazer o dia de hoje um dia radical, para voltar a entrar no ritmo. No fim das contas, dieta é sobre ritmo. E sobre determinação. E sobre força de vontade, desajuste mental, auto-flagelação... Enfim, meu dia começou com chá verde, três copos de água gelada e duas torradas integrais. As coisas foram tão corridas do momento em que acordei até a hora do primeiro lanche que quase esqueci, mas, enquanto subia as escadas para o trabalho, comi uma barra de cereais. O problema foi depois disso. Definitivamente, não me dou bem com barras de cereais. Elas não seguram a onda e meio que evaporam no momento em que batem no meu estômago. Pra completar, tomei duas xícaras de café e minha gastrite acabou atacando.

Ou seja, agora, não sei o que fazer. Meu estômago dói e implora por comida, mas não posso comer. Uma vez vi, em uma loja de materiais de construção, uma espuma que enche buracos. A ideia da coisa é bem legal, pra falar a verdade, apesar de que coisas para construir realmente não chamam minha atenção. É uma lata, com um aerossol, que sai um liquido que, dentro de instantes, ganham um volume gigantesco e viram uma espuma. Tava pensando em ler o rótulo de uma lata dessas e descobrir se eu vou morrer se comer esse treco. Porque, se der pra sobreviver, seria uma maravilha. Sabe, um ótimo jeito de preencher o vazio.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Pedras amanteigadas.

Depois de um final de semana lutando para não comer muito com os pais da minha amiga, que pareciam utilizar a casa da praia apenas para estripulias gastronômicas, resolvi fazer um programa mais saudável. Tinham me dito que, não muito longe de onde eu estava, havia uma trilha que acabava numa cachoeira. Eu sei que parece muito perigoso entrar no meio do mato e sair andando por ai, mas esse trajeto era dentro de um parque e disseram que era um caminho muito tranqüilo. Então, numa terça-feira, acordei bem cedo, recheei 4 fatias de pão integral com ricota e cenoura, guardei meus dois sanduíches na mochila e lá fui eu, desbravar a natureza.

O caminho era bem tranqüilo mesmo, apenas um pouco longo, mas tinham até algumas plaquinhas de quando em quando apontando o caminho certo. Depois de algum tempo, comi minha barra de cereais porque já era hora do lanche, meio que escondendo ela para que nenhum macaco espertinho tentasse roubar um pedaço. Se bem que não me deparei com nenhum primata por lá.

Enfim, bastante tempo depois, cheguei. E valeu a pena. O lugar era lindo e perfeito para meu almoço no meio do mato. Cheguei bem no ponto onde uma cachoeira chegava e outra começava, o que criava uma espécie de piscina natural. Não tive dúvidas e me joguei na água. Estava na temperatura perfeita. Tudo perfeito. Ou quase tudo. Quando achei que já era hora de devorar meus sanduíches, nadei para a borda, agarrei em uma pedra e tentei sair. Infelizmente, algum espertinho passou manteiga nas pedras, ou alguma coisa do gênero e eu não conseguia, de forma alguma, sair daquela porcaria de riozinho. Tentei tudo o que era possível, mas o máximo que consegui foi me jogar sobre uma pedra e ficar lá, imóvel, como uma morsa. Não sei quanto tempo passei lá, mas pareceu bastante. E, enquanto morsava, muito me passou pela cabeça: meu almoço, minha fome cada vez maior, o protetor solar que ia parar de funcionar a qualquer instante, toda a vida que eu ainda tinha pela frente... Sabe, coisas do tipo. Mas, então, minha salvação apareceu na forma de 3 garotos de uns 15/16 anos. A primeira coisa que eles fizeram, porém, não foi correr a atender o meu pedido de ajuda e sim dar risada. E como riram. Riram tanto, que comecei a suspeitar que estavam chapados. Sim, estavam completamente chapados. Então, me ocorreu uma ideia. Ofereci um sanduíche para quem me tirasse de lá. Os três fizeram um trabalho impecável em poucos segundos. Foi uma pena ter que dividir meu almoço, mas uma maravilha ter escapado com vida.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Fritei.

Por favor não me entendam mal, mas depois de constatar minha total inabilidade no manejo de varas já tinha praticamente desistido de comer peixes ou outros seres do oceano. Teria que me contentar apenas com a água salgada, que engolia aos montes nas minhas tentativas de nadar um pouco. Mas daí, sabe como é né, a casa em que me hospedara não era minha, era de uma amiga, e chegou o final de semana e os pais dela vieram me tirar da solidão. Um casal extremamente simpático e, ao conversar com a mãe, descobri não apenas onde eu poderia comprar peixes frescos apenas alguns quilômetros dali, como fiquei sabendo que ela já tinha passado nessa tal barraca na vinda para a praia e já havia comprado alguns camarões e algumas lulas. E melhor que isso, ela ia preparar o almoço e o convite era extensível a mim!

Foi uma das melhores manhãs de sábado que tive nos últimos tempos. Nem fui pra praia, fiquei apenas na piscina, conversando com o pai, que é um psiquiatra renomado e me ensinou várias coisas. E, talvez, tenha me feito perceber que tenho uma certa inclinação para a loucura. Mas isso é outra história. Enfim, a hora do almoço chegou e ele foi servido numa mesa no jardim. Fantástico, tudo estava bonito, tudo estava agradável, tudo cheirava muito bem e... TUDO ERA FRITO!!!!!! Acho que parei por alguns instantes, em estado de choque, na frente da mesa. Não que eu gostasse menos do casal cuja a casa eu usufruía, porque a concepção deles de almoço era muito boa, mas era simplesmente absurdo eu passar uma refeição a base de frituras.

Mas o problema não parou lá, o buraco era mais embaixo. Tive plena consciência disso quando vi o pai chegando com acessórios e equipamentos para preparar caipirinhas. O plano deles não era bem um almoço, mas sim tomar uns drinques com petiscos. Coisa deliciosa, é claro, mas há muito tempo fora de minha realidade. Não tive coragem nem encontrei nenhuma desculpa para não aceitar a bebida que me foi oferecida, mas meus dedos não tinham firmeza para segurar o copo. Percebi que minha leve tremedeira fazia com que as pedras de gelo se chocassem freneticamente contra o copo e emitissem um som irritante. Dei um gole. Pelo menos me acalmei um pouco. O próximo passo foi segurar o copo, esperar o gelo derreter e ganhar tempo para comer. Falei, nossa, como falei, mas mantive minha boca ocupada. Comi uma lula. Tava ótima mas sentia todo aquele óleo destruindo minha dieta. Comi um camarão. Sugeriram que eu passasse uma rodela de lula no molho a base de maionese e não tive como evitar. Continuei falando. Finalmente o tempo passou, com mais alguns frutos do mar ingeridos e o almoço se encerrou.

Tomei uma decisão. Ia passar os próximos dias pescando, porque daí ia ficar sem comer nada. E ia me livrar das calorias extras.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Nem peixe, nem bife.

Acho que, no post de ontem, não deixei uma coisa bem clara. Quando disse que estava na cabana macabra do sujeito que queria me vender pescados e acabei saindo de lá com uma vara de pescar, não comprei o equipamento de pesca apenas por comprar. Tinha mesmo a intenção de pescar. Sabe aquelas idéias que, na hora, parecem realmente boas? Pois é, eu nunca tinha pescado antes mas sempre achei que seria uma coisa divertida, meu peixe viria o mais fresco possível e eu certamente me sentiria muito bem por ter conquistado minha própria comida, sabe, entrar em contato pra valer com a natureza! E foi isso que fiz no dia seguinte, acordei bem cedo, peguei um bife na geladeira, parti em pequenos pedacinhos e fui pra praia, com todo meu equipamento.

A casa era bem perto da areia, bastava cruzar uma pontezinha por cima de um riozinho e, apesar do caminho curto, demorei um pouco para chegar porque dei todos os meus passos olhando para o chão e procurando por minhocas. Não encontrei nenhuma, mas não tenho certeza se isso foi, de fato, uma coisa ruim. Duvido muito que teria pegado a minhoca do chão e guardado ela até o momento de virar isca. O bife era bem mais prático. Quando cheguei, finalmente, na praia veio uma certa frustração. Coloquei um pedacinho de carne no anzol, entrei no mar até a água cobrir totalmente meus tornozelos, joguei a vara para trás, pra pegar impulso e atirei a linha o mais longe possível. O problema é que o meu mais longe possível não era tão longe assim e não demorou mais do que alguns instantes para que as ondas trouxessem de volta meu anzol, infelizmente, sem peixe algum.

Passei mais de meia hora nessa brincadeira porque achei que, com o tempo, ganharia prática e tudo o mais. Não ganhei. Foi então que tive uma idéia brilhante! Ir pescar no riozinho! A água lá era mais calma e certamente seria mais fácil. Em cima da ponte que ligava minha residência emprestada com o oceano, soltei o anzol e esperei que os peixes começassem a fisgar. Esperei... Passaram algumas pessoas que olharam pra mim com cara de espanto, esperei mais um pouco, minha batata da perna começou a doer, esperei, sentei um pouco no chão, esperei mais alguns instantes, mais pessoas passaram e certamente acharam que eu estava beirando a loucura e... Esperei. Uma hora, cansei de esperar. Puxei a linha e descobri que tinha perdido meu naquinho de carne, mas não tinha conseguido nenhum peixe. Praguejei por alguns instantes e comecei minha caminhada ao supermercado porque a hora do almoço estava chegando e eu não tinha nem peixe, nem mais bifes.