quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Fome, cadê você?

Não estou conseguindo comer. Fantástico né? Foi isso o que eu pensei quando dei apenas duas mordidas na minha torrada matinal, deixei meia barra de cereal de meu lanche da manhã pra trás e olhei para os dois terços do meu prato no almoço, que já era pequeno e não consegui dar a próxima garfada. Mas agora estou em dúvida. Isso não é normal. Ainda sinto fome na maior parte do tempo, mas na hora em que posso saciá-la, a vontade simplesmente desaparece. O problema é o seguinte, não sei se com isso vou emagrecer ou vou é ficar doente. E acho que tem grandes chances de não ser uma coisa boa.

É como se eu tivesse substituído minhas refeições por café. Uma coisa que te faz refletir sobre a vida no geral. Pois é, acho que a dieta tomou, definitivamente, conta de mim.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Ressaca.

Ontem, acordei de ressaca. Não vou contar sobre minha noite de sábado porque os fatos não são relevantes por um lado e eu não me lembro de muita coisa por outro. Mas tem uma coisa que não da pra esquecer. O prejuízo que foi para a dieta. Tudo bem, uma vez ou outra essas coisas acontecem e ficar me lamentando não vai apagar o passado. E eu não lembrar dele também não vai fazer não ter acontecido. Enfim, voltando ao ponto, acordei depois do meio dia com a tradicional cabeça latejando e um nó no estômago. Isso pode parecer uma coisa boa porque pessoas enjoadas não conseguem comer muito, mas, no meu caso, a coisa funcionou um pouco diferente. Fiquei com muita fome. Pra piorar, não era uma fome genérica, de comida, era uma fome específica por alimentos específicos. Nem preciso dizer que nenhum deles não engordava.

Porém, de todos os itens ultracalóricos que me passaram pela cabeça, um deles não ia embora de jeito nenhum: sorvete. Era uma impressão permanente de que, a partir do momento que eu comesse sorvete, a ressaca se curaria instantaneamente. Só que eu não tinha sorvete em casa e não havia a menor condição de que eu me apresentasse em público no estado em que me encontrava, mesmo que o público fosse apenas as outras pessoas no supermercado. Então, tentando não engordar tanto e não sair de casa, resolvi fazer meu próprio sorvete.

Quem está lendo deve ter subentendido minhas habilidades então talvez seja a hora de deixar claro: eu não sei fazer sorvete! Na verdade, o que fiz foi congelar um copo de leite e uma maçã, com o plano de bater tudo no liquidificador depois. Não foi de minhas idéias mais inteligentes. Não consegui tirar o leite do copo, que acabou se quebrando e tive que jogar tudo fora uma vez que cacos de vidro, apesar de não engordarem, certamente apenas piorariam minha ressaca. A maçã até que ficou gostosa. Tentei lamber ela congelada, como se fosse um picolé, o que não deu certo também mas depois que descongelou ficou boa. Concentrou o açúcar. Se bem que quando todo o processo acabou já era tão tarde e eu tava com tanto sono que acho que nenhum sabor faria diferença alguma. Ainda bem que estou melhor hoje, mas tá difícil minha luta contra um picolé de limão.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Onde eu fui me sentar!

Não tenho filhos. Talvez seja por isso que eu não consiga entender. Mas a verdade é que não faz o menor sentido pra mim que as mães gostem tanto de trazer a sobra do bolo da festa de aniversário de seu filho pequeno para ser dividido entre o pessoal do trabalho. Principalmente porque elas pegam uma série de pratinhos de plástico, colocam fatias de bolo e as distribuem, mesmo que você não peça e te deixam numa situação na qual não é nada elegante recusar. Foi assim que eu terminei segurando um prato de bolo de chocolate com uma aparência deliciosa.

Estava naquela coisa de não saber o que fazer nem como reagir e, ao mesmo tempo, sem conseguir pensar em outra coisa que não fosse bolo, de pé, ao lado de minha cadeira quando o telefone tocou e eu atendi. Ligação importante, situação delicada. Me envolvi na conversa e apoiei o pratinho em minha cadeira. Alguns minutos depois, coloquei o aparelho de volta no gancho e me sentei. Sim, em cima do bolo. Nunca tinha feito isso antes, mas é uma sensação engraçada. Você meio que escorrega para os lados e demora um pouco pra entender o que está acontecendo. Mas até ai, tudo bem. O problema vem quando você percebe o que aconteceu. Pouco depois que você solta aquele palavrão blasfemando o mundo e seu azar e, mesmo sem ter a intenção, atrai o olhar de todos pra você.

O negócio é basicamente o seguinte: como limpar um traseiro sujo de bolo? Não dá pra tirar e lavar a roupa porque, convenhamos, não é socialmente aceitável perambular de roupa de baixo por lugares públicos. Mas não dá pra fazer mais nada a não ser espalhar ainda mais a sujeira enquanto tenta remover ela com um papel. E, pra completar, não dá pra sentar em lugar nenhum porque se não você vai sujar as cadeiras. Complicado. Mas tudo bem. Forrei o espaço para meu traseiro com alguns metros quadrados de papel toalha e bola pra frente. Quero só ver como será minha caminhada de volta pra casa, com os fundos todos sujos. Provavelmente as pessoas na rua vão olhar. E vão pensar. Droga.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Vá dormir lá fora.

Eu olhava para ele e ele, de alguma forma, olhava de volta para mim. Sedutor, intenso, interessante. Me ocorreu, por quanto tempo conseguiria sustentar aquela situação sem que nada além acontecesse? Talvez não muito. Percebi que mexia minhas mãos de forma insistente. Era o nervosismo tomando o controle. Não queria que nada acontecesse, mas vai saber... Nem sempre da pra resistir. Agora, pensando bem e olhando para trás, percebo que a coisa era totalmente ridícula. Permitam que eu explique. A cena era a seguinte: eu, com meu traseiro tamanho extra apoiado sobre uma das banquetas da cozinha, a mesa, um pote de geléia sobre seu tampo e nada mais. Uma das colegas de trabalho acabou de voltar de uma viagem para o sul, onde foi visitar umas fazendinhas e acabou trazendo um pote de geléia caseira para cada pessoa do escritório. Eu ganhei o meu e tinha que decidir o que fazer com ele.

Amoras. Um de meus sabores preferidos. Era o que dizia, escrito à mão, com uma letra não lá muito legível, o rótulo com desenhos cor de rosa, impresso em grande quantidade e usado por uma grande variedade de produtores dos mais variados cantos do país. Acho, a última parte é mera especulação. Mas talvez eu estivesse sofrendo à toa. Fazendo uma tempestade em copo d’água. Tinha uma chance de, por exemplo, eu nunca conseguir abrir a tampa. Ou, da receita usada para preparar aquela geléia em si deixar o produto final com um cheiro que não me apetecesse. Não dava pra saber. Se bem que são raras as coisas feitas com açúcar que não me apetecem, seja o cheiro que for.

Voltei a olhar o rótulo, procurando algum componente químico que me desse reação alérgica mas me lembrei que não tenho alergias. Mesmo se tivesse, não havia nenhuma indicação sobre os ingredientes daquela coisa, nem a tabelinha de calorias. Estava escrito apenas “Amora” no meio do papelzinho e a data de validade no canto. Talvez fosse essa a solução. Prolongar aquela situação até que a coisa se estragasse. Mas julguei que esperar até fevereiro de 2013 era meio fora de questão. Esperar qualquer segundo além dos 25 minutos que já havia perdido naquilo estava fora de questão. Tomei uma solução drástica. Coloquei o pote pra dormir lá fora. Sério. Abri a porta da cozinha e o coloquei perto do elevador dos fundos. Consegui uma paz de espírito incrível. Ainda não voltei pra olhar e ver se ele continua me esperando, mas tenho esperanças de que algum vizinho, passando por lá, tenha achado uma boa ideia se apropriar do meu pote de geléia de amoras.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Sinuca.

Ontem recebi uma carta. Não veio pelo correio, como normalmente as cartas acontece, foi entregue em mãos o que pode até parecer uma ótima coisa mas, no meu caso foi terrível. Basicamente porque o conteúdo da carta era terrível. Não pretendo entrar em detalhes sobre isso porque aquelas palavras utilizadas formando um texto extremamente desagradável nada têm a ver com a dieta mas cito o fato porque o impacto da leitura está tentando afetar minha relação com a balança.

É, basicamente, um sentimento contraditório. Minha primeira vontade para desatar o nó na boca do estômago foi enche-lo de sorvete. Porém, mesmo que isso aliviasse por um lado, traria um peso na consciência gigantesco no que se refere a perda de peso. Sem contar que está frio e eu acabaria é com dor de garganta. Mas um raciocínio semelhante vale para os outros itens que aliviam a pressão emocional como chocolates, pizza, hambúrguer, um balde de torresmos... Tudo o que eu quero nesse momento engorda. É uma sinuca. Não posso aliviar uma coisa sem causar em outra e o resultado é que vou me sentir mal de qualquer forma. Não é uma beleza?

Pois é. Acho que a solução será voltar para minha velha companheira tabela de calorias, fazer uma contas e substituir as 100 calorias do lanchinho da tarde por uma dose de alguma coisa forte. Seja do tamanho que for. E o pior é que tem reunião geral às 16h00 e quero só ver qual será a reação dos meus superiores quando começar a fazer minha apresentação com a voz embolada. Espero que nenhuma vontade maluca de tirar a roupa me atinja. Ia ser difícil de explicar.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Aprontei.

Estou morrendo de rir. Pela manhã, coloquei os papeis dobrados escondidos sob a porta do banheiro para que desse a impressão de que ela estava trancada. Porém, uma vez que a chefona me pegou no pulo quando voltei me minha empreitada, me esqueci de retirar os papéis e liberar a porta. Então, agora pouco, vieram aqui fazem uma contagem do pessoal. Falaram que tinha alguém trancado no banheiro e que não respondia e eles queriam saber quem era e ver se estava tudo bem. Foi difícil segurar a risada e, se alguém perguntar, nego meu envolvimento nessa coisa até a morte.

Quem mexeu na minha pêra?

Perdi meu lanche matinal. Droga. Me lembro perfeitamente bem que peguei uma pêra antes de sair de casa. Me lembro de carregar minha pêra pelo caminho até o trabalho. Me lembro de ter passado boa parte da manhã pensando em minha pêra. Mas não consigo me lembrar onde a deixei. Que saudades de minha pêra. Tão bacana, tão boazinha, fazia apenas o bem para as pessoas e agora está por ai, perdida, ou quem sabe, no estômago alheio. Tomara que, se esse foi o destino, que tenham feito bom proveito dela. Acho que já sei o que aconteceu. Mas ainda é apenas uma teoria. Quando cheguei ao escritório, fui direto para a micro cozinha preparar o café a apoiei o monte de tralha que carregava na bancada ao lado da pia. Devo ter esquecido meu lanchinho por lá e, nesse antro de famintos, alguém deve ter encontrado e devorado.

Mas foi um problemão ter que encontrar alguma coisa comestível para substituir. Tava no meio de uma tarefa importante e com prazo curto para ser executada e perdi um tempo considerável procurando minha fruta. Não podia perder mais tempo dando uma descida até a rua pra comprar alguma coisa. Porém, ao me deparar com a ausência de comida, me desesperei. E desci. Sair do escritório sem que ninguém te veja é uma tarefa relativamente complicada primeiro porque minha sala, que é minha e de todo o resto sem qualificação suficiente para ter a própria sala, deixa minha ausência muito na cara. Então, o que tinha que fazer era conseguir trancar um banheiro para ter um álibi. Isso foi facilmente arranjado porque as portas não são muito boas e bastaram algumas folhas de papel dobradas e escondidas por baixo do vão que quem tentasse entrar pensaria que estava ocupado.

O principal problema era passar pelas recepcionistas, que ficavam bem de frente para a porta principal e tem o péssimo habito de fofocar ao extremo. Mas tudo bem, eu tinha um plano. Liguei para o escritório de meu celular e, com uma voz disfarçada, pedi para que verificassem alguns documentos, alegando ser um cliente. Como eu sei que esse cliente é polêmico, e as duas não perderiam a chance de poder dar uma espiada nos documentos, contei com a sorte e funcionou. Ambas foram até os arquivos na sala ao lado. Dei o fora. Comprei um pacotinho de bolachas, comi no elevador e me ferrei. Não pensei num plano pra voltar de dei de cara com a chefona quando entrei. Tudo porque eu não vigiei minha pêra com a devida atenção. Toca inventar uma desculpa.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Alucinei?

O queijo derretido se movia com uma lentidão que tornava o movimento quase imperceptível, mas quem olhasse atentamente poderia percebê-lo. O calor fazia com que pequenas bolhas estourassem bem abaixo das rodelas de linguiça fazendo com que dessem pequenos pulinhos e voltassem ao lugar. As azeitonas pretas brilhavam intensamente, como pequenas estrelas, formando uma verdadeira constelação naquele círculo delicioso. A borda, crocante, estufada e chamuscada com perfeição em alguns pontos limitava aquela bola de pecado, dava-lhe forma, provia-lhe sentido. Era uma visão cósmica. Era como dar uma espiadela no paraíso. Aquela visão ia se enraizando em minha mente e amolecendo meu corpo. Deixei o ar encher meus pulmões e usei toda minha força para apertar o braço da cadeira com a ponta de meus dedos enquanto dizia mentalmente: “Acalme-se, você está alucinando. Isso é apenas um gráfico, você está apenas fazendo uma apresentação de slides.”

Então, como num passe de mágica, voltei à realidade. A pizza na tela do computador voltou a ser apenas um círculo dividido em 8 pedaços, cada um de uma cor, cada um com um número dentro. Nada de alucinações. Ainda faltavam 20 minutos para o almoço. Concentração e foco. Era tudo o que eu precisava. Mas devo admitir que é bem difícil se concentrar quando você continua sentindo o cheiro de pizza e... espera aí, alucinação olfativa? Isso é possível? Olhei em volta e descobri que minha vontade de mandar a ver uma redonda não era injustificada. A chefinha e, só lembrando, a chefinha é aquela que comprou um ingresso e acha que é a estrela do show, estava se esbaldando com três pedaços de pizza fria. Foi uma visão do inferno. Não apenas porque ela come de boca aberta e faz a maior sujeira, mas porque meus neurônios travaram em torno de uma única coisa: pizza. Ainda mais pizza fria, o que, devo admitir, acho melhor do que a quente. Não sei, alguma coisa a ver com memórias de infância.

Pois é, não deu. Comecei a babar e perdi minha capacidade de concentração para qualquer coisa. Sei que é errado isso, mas tive que adiantar meu horário de almoço. Ou eu comia alguma coisa, ou eu ia entrar em transe vendo aquilo. Se bem que, mesmo depois de toda minha alface e meu pedacinho de frango, continuo não conseguindo olhar para meus gráficos.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A vaca magra.

Foi uma porrada na cara. Usei minhas mãos para tentar estancar o sangue que jorrava de minhas narinas e olhei para minha imagem refletida no espelho do banheiro em que me encontrava. Meu rosto estava acabado e o vermelho intenso de minhas hemácias, que formava um rastro do nariz até a ponta do queixo, não contribuía muito para minha boa aparência. Pelo menos minhas vestes haviam se salvado de qualquer pingo. Maldito tempo seco. Maldito ar condicionado forte. Maldito nariz fraco, que desde quando eu era criança começa a sangrar por qualquer motivo. Mas aquele não era o momento para praguejar. Precisava dar um jeito naquilo. E rápido. Afinal de contas, estava no meio de uma reunião em um escritório alheio.

Pelo mais grave que um vazamento nasal de fluídos vermelhos possa ser, tenho que admitir que aquele não era o maior dos desconfortos que senti essa manhã. Comi minha barra de cereais alguns instantes antes de entrar na reunião, já que o início dela coincidiu com o horário do lanche. É claro que, bons anfitriões que eram aqueles que me recebiam, serviram alguma coisa para petiscar além do tradicional café, biscoitinhos amanteigados, no caso. E assim foi, os potes com os biscoitos foram passando de mão em mão até que a moça, magérrima, diga-se de passagem, ao meu lado me ofereceu alguns e eu recusei. Até ai, tudo bem, não quero, pronto, acabou. Não precisa criar caso. Mas ela criou. Perguntou “como assim não quer?” e, pra piorar, fez uma cara de como é que uma pessoa desse tamanho pode não querer um punhado de biscoitos ou, quem sabe, uma tonelada deles? Foi uma porrada na cara. No final das contas, o incidente com o nariz, logo em seguida, até que veio a calhar porque foi a desculpa perfeita para dar o fora momentaneamente de lá e esfriar a cabeça.

Se bem que, pra falar a verdade, agora já faz algumas horas que tudo isso aconteceu e minha cabeça ainda não esfriou. Mas tudo bem, minha vingança será maligna. Perdoem a expressão, mas me perguntem se aquela vaca magra vai receber o trabalho no prazo. Daí, ela pode oferecer biscoitinhos pro chefe dela enquanto explica a situação.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

O monstro que eu não quero ser.

Gente, ou estou sofrendo de velhice/caduquice precoce ou de sem vergonhisse aguda. Mas o fato é que, hoje pela manhã simplesmente esqueci que estava de dieta. Ou talvez tenha apenas ignorado de forma subinconsciente. Foram duas fatias de pão e alguma coisinha entre elas, nada de mais na verdade, apenas uma tonelada de recheio, incluindo dois tipos diferentes de gordura. Redundante e idiota. De qualquer forma, foi apenas quando acabei de comer e senti a barriga pesada que me lembrei que havia me comprometido a manter ela leve. Não preciso contar que perdi, momentaneamente, a vontade de viver depois dessa, mas tomei uma decisão. Redesenhei minha geladeira. Não sei se alguém se lembra, mas já tinha feito isso antes, desenhado uma figura extremamente gorda na porta pra, sempre que eu me aproximasse dela, me lembrasse de que era para virar as costas e sair correndo.

Na verdade, acabei me atrasando, e muito para o trabalho com minha atividade complementar matinal, mas valeu a pena. Digamos que adquiri uma paz de espírito enquanto retirava os imãs de geladeira das pizzarias, que prendiam os cardápios tanto de pizzas quanto de vários outros tipos de comida, jogava-os em uma panela, despejava o álcool e riscava o fósforo. Tá certo que, por alguns instantes, me apavorei com as chamas porque achei que acabaria botando fogo na casa toda, o que não era o plano. Mas, tirando a fumaceira que ficou na cozinha (puta erro de cálculo, diga-se de passagem) deu tudo certo.

É claro que não tinha uma caneta de escrever em cd em casa e tive que dar um pulo na papelaria, atividade que fiz a pé e acabou me gerando uma quantidade extra absurda de fome, mas me contive bravamente e depois de uma leve estapeada em minha boca pra fazer com que permanecesse fechada, me concentrei no desenho. Acho que ficou bom. Tá, na verdade, ficou bem feio, afinal de contas, desenhar bem não é uma de minhas qualidades mas, de certa forma, feiúra era o que eu procurava, então, meio que deu certo. O importante é que ficou uma criatura bem gorda, um monstro que eu não quero ser!! Qualquer hora tiro uma foto e posto aqui. Agora, me dêem licença que eu vou ficar olhando para o relógio e contando as voltas do ponteiro até a hora do lanche.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Banho de cachoeira.

Voltei. Como devem ter percebido, desapareci do blog por algum tempo. E, como devem ter imaginado, minha dieta nesses últimos tempos não foi, digamos, das melhores, pra não dizer inexistente. Mas hoje à tarde percebi que voltei a sofrer de DEM. Pra quem não sabe, DEM é Distúrbio do Estômago Mimado, ou seja, ele se acostuma com coisas gordurosas e não quer mais saber de outra coisa. E, como já expressei algumas vezes, meu órgão receptor de comida é um verdadeiro canalha. Usa sem dó nem piedade todas as suas poderosas armas pra me seduzir e praticamente anestesiar meu peso na consciência. Infelizmente, só o da consciência mesmo.

Mas hoje aconteceu a gota d’água. Quando saí do trabalho, tive a brilhante ideia de ir a uma lojinha de chocolates tomar um café. Como todo mundo sabe, ninguém toma apenas um café nas lojinhas especializadas nesse tipo de artigo. No meu caso, não foi diferente. Pra falar a verdade, a bebida foi secundária, só a pedi porque senti certo constrangimento moral de me empanturrar de chocolates. Dessa forma, pude me empanturrar de acompanhamentos.

Mas ainda não foi propriamente isso o que me fez retomar a dieta. Algo grave aconteceu. Não tão grave quanto artérias entupidas (nunca parei pra ver a situação das minhas, tenho que admitir) ou uma entalada na catraca do ônibus. Mas, de qualquer forma, grave. O problema é que, na loja, tinha um daqueles aparelhos no qual o chocolate derretido fica rodando, rodando, rodando... E acaba numa mini “cachoeira”. Daí, eu fiquei olhando aquilo e minha vontade foi aumentando, aumentando, aumentando e, quando percebi, não queria apenas comer o chocolate todo. Queria me lambuzar nele. Problemão. Mas tenho que admitir que não me dei conta do fato logo de cara. Não. Só percebi minhas intenções quando meu nariz já estava colado na vitrine. Pois é. Vontade de se lambuzar no chocolate derretido é o fundo do poço. Então, agora vou me levantar, sacudir a poeira e dar um pulo lá na cozinha pra ficar encarando os pés de alface que comprei e despertando meu lado lagarta.