segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Odeio segundas-feiras.

Que segunda feira é um dia chato e todo mundo a sua volta preferia ter ficado em casa do que ter vindo trabalhar todo mundo sabe, mas vocês já perceberam que o pessoal come mais no primeiro dia da semana? Tenho prestado atenção nisso faz um tempo e toda segundona tem alguém que fica mastigando o tempo todo. E não, eu não estou falando da chefinha (aquela que votou na Dilma e acha que também é presidente) que masca chiclete de boca aberta. Tô falando das pessoas normais mesmo, que não param de comer. Sabe, é uma coisa discreta e tudo o mais, mas é o tempo todo, o que me deixa o tempo todo com fome! Mas o problema não para por ai, porque a fome eu resolvo com os meus lanchinhos, mas a vontade não passa nunca. É claro! Não tem como comparar o pão de queijo ou a barra de chocolate do vizinho com o sanduíche de rodelas de pepino e mostarda no pão integral que ta guardado na gaveta da sua mesa né?

Se bem que, tô achando que as pessoas comem demais o tempo todo, todos os dias da semana. Ou eu é que tenho comido de menos de mais! De qualquer forma, a solução não parece muito boa pro meu lado. Acho que vou ter que cortar os laços com o convívio social e me isolar. É isso ai, vou arrumar minhas coisas e me mandar para uma caverna escura, ou um buraco qualquer. Ou um buraco num queijo. Hum... Ia ser bom, mas ia dar uma fome...

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

E isso ai que você tá desembrulhando?

- POR QUE A APRESENTAÇÃO AINDA NÃO ESTÁ PRONTA?!
- desculpa, mas ela é maior do que eu imaginava...
- E COMO É QUE EU VOU ENSAIAR?!
- ela tá igual ao roteiro, você pode ensaiar com ele e...
- SE O ROTEIRO SERVISSE, NÃO ACHA QUE EU JÁ TERIA USADO?!
- mas chefinha, tá igual a apresentação, só não está formatado...
- CHEFINHA?! JÁ DISSE PARA NÃO ME CHAMAR ASSIM!!
- vou te dar uma sugestão, toma um café, come alguma coisa e, daqui a pouco vai ficar pronto...
- COMER?! É ISSO O QUE VOCÊ ME SUGERE? VOCÊ SABE MUITO BEM QUE EU ESTOU DE DIETA E NÃO POSSO COMER!! VOU É FICAR AQUI DO SEU LADO ATÉ TERMINAR ESSE NEGÓCIO!!
- nesse caso, eu vou comer alguma coisa porque meus nervos estão reclamando...
- ÓTIMO!! NO LUGAR DE TRABALHAR VAI COMER!! ERA O QUE ME FALTAVA!! INCOMPETÊNCIA PURA E... E... e... e isso ai que você tá desembrulhando é um pedaço de torta de caramelo?
- é sim. Tá com uma cara boa né? Quer um pedaço?
- eu não devo mas... uma mordida não vai fazer mal... só pra acalmar né?
- claro, só para acalmar. Faz assim, fica com esse pedaço que eu tenho mais um para mim e aproveita e vai tomar um café que quando você voltar vai estar tudo pronto.
- tá bom.

Um pouco mais tarde...

- O que é que a chefinha tava gritando aqui com você?
- Nada de mais. Ela queria que a apresentação gigantesca dela ficasse pronta instantaneamente.
- Ah. Complicado lidar com ela né? Mas e o pedaço de torta de caramelo que eu te trouxe, comeu? Tava boa?
- Comi. Tava uma delícia!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Caras de bunda.

- Ei, Laura, o que aconteceu? Por que todo mundo tá com essa cara de bunda?
- Tivemos um... Vamos chamar de um pequeno desentendimento geral.
- Droga, esse café é de ontem, vou fazer um novo. Que desentendimento?
- Você não tava aqui, então não sou eu quem vai te contar os detalhes. Já tomei duas broncas por fofocar. Mas posso dizer que uma certa pessoa surtou agora pouco.
- Quem, a chefinha? Por que está sussurrando? Ninguém pode te ouvir aqui na cozinha.
- Chefinha!?
- Já disse, para de sussurrar. Sim, chefinha. Aquela que comprou uma ação da Petrobrás e acha que é dona do pré sal.
- Hahaha, você não devia falar assim.
- Como se fosse a única pessoa que tivesse essa concepção. E ai, o que ela fez?
- Nunca disse que tinha sido ela.
- Vamos lá! Quem mais surta pelas manhãs por aqui?
- Ta certo. Então, ela foi ao médico e...
- E foi diagnosticada com surtos psicóticos e terá que ser internada de forma permanente!
- Isso é maldade. Mas até que seria bom para nossa qualidade de vida. Não, não tem internação. Ela apenas descobriu que desde que começou sua dieta engordou quatro quilos.
- Laura, isso é fofoca. Não me parece um fato que seria revelado durante um surto.
- Mas foi isso que aconteceu! Foi engraçado. Ela tava meio choramingando quando chegou, mas estava calma. Daí foi contando isso e, no meio da história surtou e começou a gritar com todo mundo.
- Nossa. E você me diz que torcer pela internação é maldade.
- Hahaha. Ah, acho melhor você não ficar perto dela. Você perdeu tanto peso nos últimos tempos que será o principal alvo... Falando nisso, qual é o seu segredo?
- Que segredo?
- Pra ter perdido tanto peso!
- Ah, isso. Não tem segredo. Tem apenas azar. Meu carro ta ruim faz um tempão e não tenho grana pra arrumar. Então, to vindo a pé para o trabalho.
- Só isso???
- Só isso. Mas agradeço o elogio.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Sobras da festinha.

- Eu trouxe bolo hoje, você não quer um pedaço?
- Do que que é?
- De chocolate. É meio que um bolo junto com mousse, uma delícia. Vem comigo até a cozinha que eu vou te mostrar.
- Va... Vam... Vamos lá. Então quer dizer que a festa do seu filho foi boa ontem? Até sobrou bolo pra trazer pro escritório.
- Foi, mas tinha comida demais. Exagerei um pouquinho nas compras... Mas daí, tive que trazer né? Se ficasse tudo isso lá em casa ia acabar comendo tudo.
- Então seu plano é engordar suas colegas de trabalho para ficar magra?
- Hahaha, é verdade, eu sou uma pessoa terrível! Mas então, vai querer um pedaço?
- Nossa, o bolo ta bonito mesmo. O que é isso aqui em cima nozes?
- Não, amêndoas confeitadas, deliciosas.
- Adoro amêndoas confeitadas... Olha só! Pra variar, ninguém fez café ainda. O pó está ai atrás, pode me passar, por favor?
- Aqui está. E então, posso te servir um pedaço de bolo?
- Pode, por favor.
- Então da licença pra eu pegar um prato.
- Claro. E seu filho, fez quanto anos?
- Três. Uma gracinha. Tava todo contente com a festa ontem. Escuta... não vou conseguir pegar um prato com você no caminho.
- Sim, sim. E os amiginhos dele? Deve ter dado um trabalhão cuidar de tanta criança!
- Nem me fale! Ninguém parava quieto. É claro que eu já esperava por isso, mas to meio zonza até agora.
- Imagino, e devia ser uma gritaria sem fim.
- Era. Mas foi tão bom! Sabe, ver seu filho lá, todo sorridente. Na hora do parabéns ele ficou encantado, valeu a pena o esforço. Eu sei que essa cozinha é apertada, mas você ainda não saiu da frente dos pratos!!
- Sabe o que é? Acho que vou esperar o café ficar pronto pra comer o bolo.
- Hum... Boa idéia. Eu também! E você, quais são os planos para o final de semana?
- Ainda não sei, acho que vou... Você ouviu a Carla te chamar?
- Não. Ela chamou?
- Chamou. É melhor você ir lá. Você sabe como ela fica brava quando não é atendida imediatamente.
- É verdade, esqueci de imprimir o relatório pra ela! Vou fazer isso e você, vê se come o bolo!
“Ufa, ela foi embora. Agora, é só sujar um prato, deixar ele por aí e sorrir como se não houvesse amanha se ela perguntar alguma coisa”.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Auto – me ajuda.

Agora de manhã tive um tempinho livre e parei para ver uns livros. Quer dizer, não foi bem assim. Tava todo mundo atrasado lá no trabalho e a chefona precisava que um negócio fosse resolvido no banco e eu não ia mandar ela se virar né? Porém, bem enfrente a agência tinha um sebo e achei que eu merecia uns minutinhos por lá como recompensa à minha tarefa extra-curricular. Queria encontrar uns livros sobre dieta porque acho que está na hora de colocar alguma coisa nova na minha e quem sabe poderia ler alguma boa ideia. Sabe, apimentar minha relação com minha barriga. Só tinha um problema, onde diabos eles guardam os livros de dieta? Primeiro fui olhar na parte de cozinha e devo confessar que aquelas capas me deram uma baita fome mas não ajudaram em absolutamente nada, só irritaram meu estômago. Procurei em outras partes também, mas não encontrava em lugar algum. Pena que a vendedora estava tirando uma soneca. Ela bem que podia ter me ajudado.

Foi então que eu tive a ideia de ir procurar na parte de auto-ajuda, afinal de contas quando você está de dieta, você se auto-priva de comida e se auto-mutila psicologicamente. Tomei um susto com os títulos que encontrei por lá. Copias e mais copias de livros com temas do tipo: como ficar rico, ou: como ganhar na loteria, ou: dez passos para ficar milionário. Pô, a não ser que a maneira de enriquecer seja escrevendo um livro com o titulo como ficar rico, por que raios eu devo acreditar no sujeito? Digo, se ele sabe como ficar rico, teria ficado rico e não perderia tempo ensinando isso para os outros. O mesmo se aplica ao sujeito da loteria. Enfim, minha perplexidade diante daquilo durou alguns instantes e depois tornei a procurar um sobre dieta. Não encontrei.

Mas daí me veio uma ideia. Acho que vou escrever um livro de auto ajuda para dieta: Como perder peso e ficar rico! Ou Mande seu peso extra pro espaço... e fique rico! Ainda preciso trabalhar no começo do titulo mas já vi que o final tem que ser “e fique rico!”. E eu até já tenho a história pronta: se você quer perder peso, passe o dia todo pensando em comida e não coma nada. É mais ou menos o que eu fiz até agora. Pronto, só falta encher umas 250 páginas de linguiça. Hummm, linguiça.

PS: A porcaria do corretor automático do Word, que se acha todo espertinho, ta corrigindo sozinho tudo errado aqui. Que saco.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O problema.

Passei esses últimos dias falando de como foram minhas férias e acabei deixando de fora o que aconteceu quando voltei para o trabalho. Engordei. Me passaram tanta coisa pra fazer e eu achei que já estava craque na coisa de dieta e, quando percebi, estava comendo como se ela nunca tivesse existido. Mas a situação não para por ai, ainda tem mais. Faz dois dias que estou tentando voltar firme no batente e simplesmente não consigo! Sabe, começo o dia bem, mas dai tomo um lanchinho fora de hora, almoço um pouco mais, pulo um outro lanchinho e a coisa vai...

Então decidi fazer o dia de hoje um dia radical, para voltar a entrar no ritmo. No fim das contas, dieta é sobre ritmo. E sobre determinação. E sobre força de vontade, desajuste mental, auto-flagelação... Enfim, meu dia começou com chá verde, três copos de água gelada e duas torradas integrais. As coisas foram tão corridas do momento em que acordei até a hora do primeiro lanche que quase esqueci, mas, enquanto subia as escadas para o trabalho, comi uma barra de cereais. O problema foi depois disso. Definitivamente, não me dou bem com barras de cereais. Elas não seguram a onda e meio que evaporam no momento em que batem no meu estômago. Pra completar, tomei duas xícaras de café e minha gastrite acabou atacando.

Ou seja, agora, não sei o que fazer. Meu estômago dói e implora por comida, mas não posso comer. Uma vez vi, em uma loja de materiais de construção, uma espuma que enche buracos. A ideia da coisa é bem legal, pra falar a verdade, apesar de que coisas para construir realmente não chamam minha atenção. É uma lata, com um aerossol, que sai um liquido que, dentro de instantes, ganham um volume gigantesco e viram uma espuma. Tava pensando em ler o rótulo de uma lata dessas e descobrir se eu vou morrer se comer esse treco. Porque, se der pra sobreviver, seria uma maravilha. Sabe, um ótimo jeito de preencher o vazio.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Pedras amanteigadas.

Depois de um final de semana lutando para não comer muito com os pais da minha amiga, que pareciam utilizar a casa da praia apenas para estripulias gastronômicas, resolvi fazer um programa mais saudável. Tinham me dito que, não muito longe de onde eu estava, havia uma trilha que acabava numa cachoeira. Eu sei que parece muito perigoso entrar no meio do mato e sair andando por ai, mas esse trajeto era dentro de um parque e disseram que era um caminho muito tranqüilo. Então, numa terça-feira, acordei bem cedo, recheei 4 fatias de pão integral com ricota e cenoura, guardei meus dois sanduíches na mochila e lá fui eu, desbravar a natureza.

O caminho era bem tranqüilo mesmo, apenas um pouco longo, mas tinham até algumas plaquinhas de quando em quando apontando o caminho certo. Depois de algum tempo, comi minha barra de cereais porque já era hora do lanche, meio que escondendo ela para que nenhum macaco espertinho tentasse roubar um pedaço. Se bem que não me deparei com nenhum primata por lá.

Enfim, bastante tempo depois, cheguei. E valeu a pena. O lugar era lindo e perfeito para meu almoço no meio do mato. Cheguei bem no ponto onde uma cachoeira chegava e outra começava, o que criava uma espécie de piscina natural. Não tive dúvidas e me joguei na água. Estava na temperatura perfeita. Tudo perfeito. Ou quase tudo. Quando achei que já era hora de devorar meus sanduíches, nadei para a borda, agarrei em uma pedra e tentei sair. Infelizmente, algum espertinho passou manteiga nas pedras, ou alguma coisa do gênero e eu não conseguia, de forma alguma, sair daquela porcaria de riozinho. Tentei tudo o que era possível, mas o máximo que consegui foi me jogar sobre uma pedra e ficar lá, imóvel, como uma morsa. Não sei quanto tempo passei lá, mas pareceu bastante. E, enquanto morsava, muito me passou pela cabeça: meu almoço, minha fome cada vez maior, o protetor solar que ia parar de funcionar a qualquer instante, toda a vida que eu ainda tinha pela frente... Sabe, coisas do tipo. Mas, então, minha salvação apareceu na forma de 3 garotos de uns 15/16 anos. A primeira coisa que eles fizeram, porém, não foi correr a atender o meu pedido de ajuda e sim dar risada. E como riram. Riram tanto, que comecei a suspeitar que estavam chapados. Sim, estavam completamente chapados. Então, me ocorreu uma ideia. Ofereci um sanduíche para quem me tirasse de lá. Os três fizeram um trabalho impecável em poucos segundos. Foi uma pena ter que dividir meu almoço, mas uma maravilha ter escapado com vida.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Fritei.

Por favor não me entendam mal, mas depois de constatar minha total inabilidade no manejo de varas já tinha praticamente desistido de comer peixes ou outros seres do oceano. Teria que me contentar apenas com a água salgada, que engolia aos montes nas minhas tentativas de nadar um pouco. Mas daí, sabe como é né, a casa em que me hospedara não era minha, era de uma amiga, e chegou o final de semana e os pais dela vieram me tirar da solidão. Um casal extremamente simpático e, ao conversar com a mãe, descobri não apenas onde eu poderia comprar peixes frescos apenas alguns quilômetros dali, como fiquei sabendo que ela já tinha passado nessa tal barraca na vinda para a praia e já havia comprado alguns camarões e algumas lulas. E melhor que isso, ela ia preparar o almoço e o convite era extensível a mim!

Foi uma das melhores manhãs de sábado que tive nos últimos tempos. Nem fui pra praia, fiquei apenas na piscina, conversando com o pai, que é um psiquiatra renomado e me ensinou várias coisas. E, talvez, tenha me feito perceber que tenho uma certa inclinação para a loucura. Mas isso é outra história. Enfim, a hora do almoço chegou e ele foi servido numa mesa no jardim. Fantástico, tudo estava bonito, tudo estava agradável, tudo cheirava muito bem e... TUDO ERA FRITO!!!!!! Acho que parei por alguns instantes, em estado de choque, na frente da mesa. Não que eu gostasse menos do casal cuja a casa eu usufruía, porque a concepção deles de almoço era muito boa, mas era simplesmente absurdo eu passar uma refeição a base de frituras.

Mas o problema não parou lá, o buraco era mais embaixo. Tive plena consciência disso quando vi o pai chegando com acessórios e equipamentos para preparar caipirinhas. O plano deles não era bem um almoço, mas sim tomar uns drinques com petiscos. Coisa deliciosa, é claro, mas há muito tempo fora de minha realidade. Não tive coragem nem encontrei nenhuma desculpa para não aceitar a bebida que me foi oferecida, mas meus dedos não tinham firmeza para segurar o copo. Percebi que minha leve tremedeira fazia com que as pedras de gelo se chocassem freneticamente contra o copo e emitissem um som irritante. Dei um gole. Pelo menos me acalmei um pouco. O próximo passo foi segurar o copo, esperar o gelo derreter e ganhar tempo para comer. Falei, nossa, como falei, mas mantive minha boca ocupada. Comi uma lula. Tava ótima mas sentia todo aquele óleo destruindo minha dieta. Comi um camarão. Sugeriram que eu passasse uma rodela de lula no molho a base de maionese e não tive como evitar. Continuei falando. Finalmente o tempo passou, com mais alguns frutos do mar ingeridos e o almoço se encerrou.

Tomei uma decisão. Ia passar os próximos dias pescando, porque daí ia ficar sem comer nada. E ia me livrar das calorias extras.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Nem peixe, nem bife.

Acho que, no post de ontem, não deixei uma coisa bem clara. Quando disse que estava na cabana macabra do sujeito que queria me vender pescados e acabei saindo de lá com uma vara de pescar, não comprei o equipamento de pesca apenas por comprar. Tinha mesmo a intenção de pescar. Sabe aquelas idéias que, na hora, parecem realmente boas? Pois é, eu nunca tinha pescado antes mas sempre achei que seria uma coisa divertida, meu peixe viria o mais fresco possível e eu certamente me sentiria muito bem por ter conquistado minha própria comida, sabe, entrar em contato pra valer com a natureza! E foi isso que fiz no dia seguinte, acordei bem cedo, peguei um bife na geladeira, parti em pequenos pedacinhos e fui pra praia, com todo meu equipamento.

A casa era bem perto da areia, bastava cruzar uma pontezinha por cima de um riozinho e, apesar do caminho curto, demorei um pouco para chegar porque dei todos os meus passos olhando para o chão e procurando por minhocas. Não encontrei nenhuma, mas não tenho certeza se isso foi, de fato, uma coisa ruim. Duvido muito que teria pegado a minhoca do chão e guardado ela até o momento de virar isca. O bife era bem mais prático. Quando cheguei, finalmente, na praia veio uma certa frustração. Coloquei um pedacinho de carne no anzol, entrei no mar até a água cobrir totalmente meus tornozelos, joguei a vara para trás, pra pegar impulso e atirei a linha o mais longe possível. O problema é que o meu mais longe possível não era tão longe assim e não demorou mais do que alguns instantes para que as ondas trouxessem de volta meu anzol, infelizmente, sem peixe algum.

Passei mais de meia hora nessa brincadeira porque achei que, com o tempo, ganharia prática e tudo o mais. Não ganhei. Foi então que tive uma idéia brilhante! Ir pescar no riozinho! A água lá era mais calma e certamente seria mais fácil. Em cima da ponte que ligava minha residência emprestada com o oceano, soltei o anzol e esperei que os peixes começassem a fisgar. Esperei... Passaram algumas pessoas que olharam pra mim com cara de espanto, esperei mais um pouco, minha batata da perna começou a doer, esperei, sentei um pouco no chão, esperei mais alguns instantes, mais pessoas passaram e certamente acharam que eu estava beirando a loucura e... Esperei. Uma hora, cansei de esperar. Puxei a linha e descobri que tinha perdido meu naquinho de carne, mas não tinha conseguido nenhum peixe. Praguejei por alguns instantes e comecei minha caminhada ao supermercado porque a hora do almoço estava chegando e eu não tinha nem peixe, nem mais bifes.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Do fundo do oceano.

Como disse, passei esses últimos dias na praia. Talvez a gordura ainda esteja penetrada em minha essência, porque a primeira coisa que fiz quando cheguei foi descobrir o lugar onde podia comprar comida e estabelecer amizade com o dono do lugarzinho sujo e quente que ele chamava de mercadinho. O grande problema era que as comidas frescas não pareciam tão frescas assim; pra falar a verdade, algumas das coisas pareciam estar lá desde o ano passado, e isso restringia minhas possibilidades à comida pronta. Comida pronta, por sua vez, engorda! Na grande maioria das vezes. Mas não tinha muito o que fazer, já que esse era o “lugar” para comprar comida por lá. Me abasteci como deu e fiquei sem salada, meio desesperador.

Depois de dois dias estourando todas as metas calóricas diárias cheguei a uma brilhante conclusão: estava na praia, alguém, em algum lugar, deveria vender peixe! Então, comecei minha busca por uma peixaria, o que foi mais difícil do que pode parecer já que não havia muita civilização por perto. Depois de perambular por algumas horas e falar com algumas pessoas que moravam lá, achei um cara disposto a me arranjar alguns seres subaquáticos. Saímos da areia e entramos por uma trilha em meio aos coqueiros e andamos, andamos e andamos até chegar numa espécie de cabana, daquelas que tem nos filmes, no meio do nada e com aquela aparência de que as pessoas não saem vivas lá de dentro. Bem, eu devia ter previsto isso já que o cara que se ofereceu para me arrumar peixes tinha jeito de que também se ofereceria para me arrumar drogas, um rim ou até mesmo um passaporte falso. Enfim, minhas suspeitas de que coisa boa, de lá, não viria, estavam corretas. O peixe que ele tinha estava e bandejinhas de supermercado e vieram num saquinho com a marca do mesmo supermercadinho que não vendia coisas frescas! Sem contar que aquele casebre não dava pinta de ter energia elétrica, ou seja, o peixe devia estar menos fresco ainda...

Mas tinha um belo de um problema nas mãos. Como dizer pro sujeito que toda a boa vontade dele de me trazer pro meio do mato foi em vão? Fiquei com um certo medo de que minhas banhas fossem picadas com uma peixeira e os pedaços espalhados pelo mato, enquanto meus órgãos transplantáveis viajariam rápido para algum receptador local. Justiça seja feita, a reação do meu dealer de pescados não foi tão ruim assim frente minha recusa à mercadoria. Digo, ele não balançou um facão pra mim nem nada, mas estava decidido a tirar um pouco de meu dinheiro e o tom de voz que usou para deixar isso claro foi um tanto quanto agressivo. E intimidador. Ainda bem que é conversando que agente se entende e papo vai, papo vem, fechamos um negócio. Uma pena que minhas habilidades em negociações sejam tão ruins assim. Acabei comprando um... Da até vergonha de falar... Um... Bem, lá vai, por mais ridículo que seja, um kit de pesca. Tá bom, não era bem um kit, era mais uma vareta comprida com uma cordinha amarrada e um anzol. É, minhas chances de comer peixe estavam cada vez menores...

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Voltei.

Mas, pra falar a verdade, não queria voltar não. Sabe, uma das grandes vantagens de se perder 10 quilos é que ir a praia fica bem mais gostoso. Ta certo que o sal que gruda na pele e a areia que nunca acaba, não importa quantos banhos você tome continuam a ser um problema, mas a importância deles é bem reduzida quando seu corpo fica bem mais leve e bem menos redondo. Foi o máximo. Fazia tempo que não me sentia tão bem em um lugar público em que é necessário usar tão pouca roupa.

A viagem em si, também foi ótima, apesar de ter acontecido totalmente em cima da hora. Uma das grandes vantagens de janeiro é que a quantidade de trabalho no escritório é reduzida e as pessoas começam a cuidar de todas as pendência durante o ano. Foi nessa que eu descobri que trabalho demais. Um belo dia, vieram me dizer que meu saldo no banco de horas era gigantesco. Estaria rico, se pagassem hora extra lá no trabalho. Como não pagam, para dizer que são boas pessoas e uma instituição honesta, deixam que os funcionários, eu no caso, acumule essas horas e troque por dias. Pois eu ganhei 14 dias! E essas horas são mais legais do que férias, porque não conta final de semana!! O único problema é que eu não podia escolher quando folgar, tinha que ser imediatamente, enquanto o movimento estava fraco. Não pensei duas vezes. Liguei para uma amiga minha que tem uma casa na praia, pedi as chaves emprestadas e fui mudar a cor da minha pele e treinar nado em mar aberto. Tá, a segunda parte é mentira. Tenho um pouco de medo de todos os seres vivos que tem no oceano e, para evitar que um peixe venha a me morder, não vou muito fundo. Enfim, o único problema é que lá não tinha internet. Nem computador. O que foi bom por um lado, é claro, porque deu pra relaxar bem, mas me afastou do blog.

Quanto a dieta, aproveitei bastante para pensar sobre ela e decidi que tenho que continuar. Meu peso, agora, é 74,8 o que achei ótimo dado que estava viajando! Como é de se esperar, lutar contra frutos do mar empanados e fritos não foi fácil e tenho uma boa quantidade de histórias sobre coisas que aconteceram nesse meio tempo; vou contando aqui aos poucos, se não vai ficar um post muito grande.

Por fim, quanto a cachorrinha, seu nome é panqueca. Mas acho que ela não é mais minha. Quando fui viajar, deixei minha coleguinha de rabo abanante na casa de meus pais e, quando liguei para dizer que estava de volta, eles deram a entender que não me devolveriam ela. Talvez seja melhor assim já que lá ela tem um quintal para brincar... Mas vamos ver o que acontece.