quarta-feira, 15 de junho de 2011

Sopa.

Me convidaram para jantar. Fiquei meio assim em aceitar o convite porque sabe como é né? Jantar na casa dos outros, normalmente, é uma bomba para quem está de dieta. Mas depois de me informar e descobrir que o cardápio era uma sopinha, achei que o prejuízo não podia ser tão grande e aceitei. Pra falar a verdade, me animei bastante, uma sopinha, com esse friozinho.... era só dar um jeito de recusar os croutons de forma adequada e pronto!

Porém, como tudo na minha vida, não foi tão simples assim. Enfiei na cabeça que seria um caldinho simples, quente e revigorante e que isso seria tudo. Mas não foi. Depois de rebolar um pouco para me livrar dos amendoins e outras castanhas do aperitivo, e de cuidar para que minha taça de vinho nunca se esvaziasse para não poder ser reenchida, chegou o momento da sopa. Ou melhor, do creme. Pois é, o menu era uma sopa creme de tomates. A cara estava boa, mas tinha dois problemas fundamentais. Primeiro, o tomate: apesar de adorar eles, não suporto sopa de tomate. Uma espécie de trauma de trauma de infância, outro dia eu conto. Segundo, o creme. Se a proporção correta tivesse sido seguida, isso significaria que metade do conteúdo daquela panela fumegante era apenas creme. Basicamente, uma sopa mais calórica do que um bife! Sem contar que sopa não enche o buraco muito bem e você acaba comendo demais.

Consegui comer quatro colheres. Depois meu estomago travou e não consegui continuar. Precisava pensar rápido, já que o jantar tinha sido feito em minha homenagem e ia pegar muito mal simplesmente deixar o prato fundo cheio. Discretamente, peguei um copo vazio e o posicionei estrategicamente em meu colo, bem na direção da borda da mesa. Para completar o quadro, deixei o prato bem na beiradinha. Daí, enquanto as pessoas estavam distraídas, pegava uma colher de sopa e, quando ia passá-la na borda do prato para evitar pingadas na toalha, virava a colher para baixo e ia enchendo o copo. Deu duplamente certo. Não só eu esvaziei meu prato como demorou muito tempo para fazer isso e, quando acabei, os outros já tinham repetido e, de barriga cheia, nem prestavam mais atenção no que eu comia ou deixava de comer. Mas o crime ainda não estava finalizado. Ainda tinha um copo de sopa em meu colo e precisava fazer alguma coisa a respeito. A solução foi engasgar. É sério, fingi uma engasgada, daquelas bem escandalosas e ganhei a oportunidade perfeita para me levantar correndo da mesa em direção ao banheiro. E com o copo escondido pela camisa. Daí, nada que a pia do lavado não desse conta.

PS: agradeço as receitas. Vou tentar todas.

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